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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Para encerrar o ano 2

Em várias festas de Ano Novo, entre amigos, fiz as minhas previsões para o ano que se iniciava.
Como estamos também entre amigos, faço aqui as minhas previsões para 2011. Ao longo do ano, podem conferir. Minha taxa de acertos costuma ficar em torno de 90%, melhor do que muitos supostos videntes.

- Ao menos um político de projeção nacional vai morrer.
- São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte vão sofrer com fortes chuvas neste verão. O mesmo vale para a região serrana do Rio.
- Importantes estradas de ligação entre regiões brasileiras terão quedas de barreiras, com grandes congestionamentos.
- Haverá seca no inverno, e alguns reservatórios chegarão a níveis criticos, comprometendo o abastecimento das cidades próximas.
- Também devido à seca, o cerrado sofrerá com as queimadas. Isso também poderá ocorrer com o pantanal.
- A mega-sena acumulará por várias semanas, e o ganhador será de uma cidade pequena, quase desconhecida.
- Uma personalidade ligada às artes, que estará um pouco esquecida, vai morrer, e o interesse por ela vai aumentar por isso.
- Surgirá uma nova dupla "sertaneja" de projeção nacional.
- Fortes nevascas complicarão o tráfego aéreo na Europa.
- Os traficantes do Rio de Janeiro tentarão tomar pontos de vendas de drogas em "comunidades" que não as suas de origem. Por isso, haverá grandes apreensões de drogas em morros próximos.
- Surgirão escândalos em vários governos estaduais, e também no governo federal. Entretanto, possíveis CPIs serão sepultadas, sob a justificativa de serem apenas vitrines políticas.
- Haverá um forte terremoto no chamado "Anel de Fogo do Pacífico". Alertas de tsunami serão emitidos, mas serão cancelados poucas horas depois.
- Haverá um furacão de grande intensidade que afetará a região da América Central/Golfo do México.
- A Austrália e a Califórnia enfrentarão grandes incêndios.
- Hugo Chavez adotará medidas que serão criticadas pela oposição, e isso o fará permanecer na mídia internacional.
- Haverá escaramuças na fronteira entre as Coreias, com alfinetadas de ambos os lados.
- Surgirão rumores sobre a saúde de Fidel Castro. O líder não tão aposentado poderá ser realmente internado.
- Uma importante atriz anunciará o fim de seu relacionamento. Mas, em breve, será vista aos beijos com uma celebridade emergente.
- Roberto Carlos fará um show comemorativo no final do ano.
- Um importante apresentador amargurará baixos índices de audiência, criando uma crise entre anunciantes e em sua emissora.
- Uma celebridade anunciará sua gravidez tão esperada, e tirará fotos para uma famosa revista de futilidades, fazendo compras para seu bebê em lojas caríssimas.
- Sílvio Berlusconi enfrentará turbulências em seu governo, devido a escândalos sexuais e declarações estapafúrdias.
- Haverá muita discussão e brigas durante a apuração dos resultados dos desfiles de escolas de samba, no Rio e em são Paulo. Haverá acusações de que houve manipulação de notas. A festa das campeãs vai varar a noite, e haverá muito lixo. Também haverá alguma confusão devido ao excesso de bebidas.

Para encerrar o ano

Para encerrar o ano, que foi caracterizado por exemplos muito bons da estupidez humana, duas pérolas:

Esta é bizarra:

No Estadão, aqui:
Grupo desmente dicas de saúde 'bizarras' feitas por celebridades
Entre teorias mirabolantes estão pulseiras holográficas, ingestão de esperma e dieta com carvão

Só porque meia dúzia de pseudo-celebridades fazem, ou dizem fazer (e há uma diferença), e declaram isso abertamente, as hordas de bobões vão na esteira, achando que fazem um bom negócio.

Esta agora é um retrato real e triste.

No Globo, aqui:
Morre Isabelle Caro, modelo que lutava contra anorexia

Distúrbios alimentares, fisiológicos e psicológicos, tais como anorexia, bulimia, excesso/falta de sono, hiperatividade, consumo de drogas (sólidas, líquidas, gasosas, não importa).
Busca de um suposto "ideal de beleza". Aliás, ideal este bastante duvidoso...
"Criações" que mais parecem fantasias, e que talvez fossem usadas em desfiles de carnaval. Isso se os carnavalescos não reprovassem o modelito.
Imposição de usos e costumes bastante descolados da realidade das ruas.
Tentativas (às vezes bem sucedidas) de despertar desejos, de criar necessidades que não existem e de impor padrões de consumo.
Enfim, um mundo totalmente à parte daquele em que vivemos, o planeta das pessoas comuns.
Eis um breve resumo do chamado "mundo da moda", sendo que um dos seus sub-produtos é esse que vemos na matéria.
Pessoas doentes, moribundas, em situações degradantes, literalmente morrendo por uma causa que não seria bem a sua, nas condições normais de temperatura e pressão.

Já passou da hora de começarmos a reduzir os níveis de estupidez desse primata mal resolvido que chamamos cerumano.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!

É chegada a hora do grande rito de passagem.
Nossas vidas têm vários desses ritos: o batismo, a 1ª comunhão e a crisma para os católicos (claro, há os assemlhados para as diversas religiões), o 1º e o último dia de aula (nos vários ciclos escolares), idem no trabalho, o casamento, as festas de aniversário.
Todos eles têm significado, para nós e para a sociedade. São transições, pontos de inflexão, reflexão, participação e aceitação.
Velhas atitudes são abandonadas, e novas são adotadas. Ao passarmos pelos ritos, geralmente formalizamos coisas que até já fazíamos.
Na realidade, muitas vezes pouca coisa muda. Principalmente no âmbito fisiológico, pois apenas ficamos um dia mais velhos.
Mas tudo isso é parte de nossas vidas e da sociedade.
O ano de 2010 se encerra, e 2011 está passando pelo batente, entrando em nossas vidas.
Vários serão os ritos de passagem: pular ondas, comer caroços de uva/romã, pular com a perna esquerda/direita, usar/não usar determinada cor, entre outros.
Muitas também serão as "resoluções". Vou fazer/deixar de fazer, vou isso, vou aquilo...
O que acontecerá ao longo dos próximos 12 meses? Sei lá... O futuro a Deus pertence.
Pela frente, certamente, teremos brigas e reconciliações, erros e acertos, despedidas e reencontros, maus e bons momentos.
Só sei que, lá na frente, teremos outro rito de passagem. E nova mudança de calendário. Estaremos um ano mais velhos. Ou mais experientes.
Ritos à parte, desejo a todos os amigos um reveillon animado (mas, sob certos aspectos, tranquilo) e um excelente 2011.
Espero que todos tenham saúde, prosperidade, paz, tranquilidade, segurança e muito amor.
E desejo também que meus leitores continuem a prestigiar este nosso espaço, onde continuaremos a ter discussões, brincadeiras e reflexões, tudo civilizadamente, claro!
Um Feliz Ano Novo a todos, e até de repente!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A volta às quadras


Foto extraída do site Imotion Images, aqui.

Os dinossauros ainda não foram extintos!
Estou gostando cada vez mais da minha volta às quadras de tênis.
Os golpes estão melhorando, o medo de bater na bola vai virando fumaça, e as dores estão diminuindo. Só o ombro ainda dói um pouco na hora do saque. Mas isso também será devidamente equacionado.
Certamente foi uma das melhores decisões tomadas neste ano de 2010, que já se encaminha para os "finalmentes". Tudo bem, foi quase no final, mas foi ainda neste ano, certo? Então, está valendo!
Para 2011, uma das resoluções será a troca de minhas velhas (e põe velhas nisso!) raquetes Dunlop, que já me acompanham desde o século passado.
Como diz meu antigo professor de tênis:
- Olho na bola, nenê!
- Tá. Isso é fácil. Mas como jogar bem?
- Saca forte, sobe na rede e mata o ponto!
- Mas e se o outro estiver sacando?
- Não tem problema. Bate forte, sobe na rede e mata o ponto!
- É... Parece fácil, né?
- Falar é fácil, mas difícil é executar. Eheheheheheh!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!

Amigos de caminhada,
Desejo a todos um Natal abençoado e iluminado, que possa ser passado ao lado dos parentes e dos melhores amigos, com muita alegria e tranquilidade.
Espero que todos se lembrem do aniversariante, o Mestre dos Mestres, aquele que veio para mostrar o caminho, a verdade e a vida.
Espero que o consumismo seja deixado um pouco de lado.
Espero que ninguém passe dos limites ao volante.
Espero que ninguém abuse da comida, e nem da bebida.

Feliz Natal a todos!!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Só faltou a melancia

Na Folha, aqui:

22/12/2010 - 15h03
Lady Gaga sai sem calças em frio de 7 graus negativos

Essa moça deve ter alguns parafusos a menos. Ou, se estão todos lá, devem estar bem frouxos.
E a mídia, paparazzis inclusos, está louca para mostrar lances "inusitados".
Se ninguém repercutisse esses comportamentos estapafúrdios, ela logo pararia com atitudes desse "calibre".
Para mim, para completar o visual, só faltou pendurar uma melancia na argola da coleira. Acho que é porque não é fruta da época na Europa... Se fosse...
Mas começo a desconfiar que o tratador deixou a corrente solta, e nem se preocupou em usar enforcador.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Árvore para poucos

Na Folha, aqui:
17/12/2010 - 11h00
Árvore de madeira com 130 bombons custa R$ 2.450 em doceria de SP

Não é por nada, não, mas... Pagar esse preço todo por meros 130 bombons? São mais de R$ 18,80 por bombom... Tudo bem, você me diria que dá para reaproveitar a árvore. Mas é apenas uma árvore de 80 cm... Veja:

Tá bom, é moderninha, é bonitinha, mas é um desperdício de dinheiro. Nestes tempos bicudos, em que o crédito está caro (e bem caro), eu não gastaria nisso. Mas gosto não se discute, lamenta-se...
Aproveitando para falar de Natal, uma observação: no pouco que tenho assistido de TV, não tenho visto muitas propagandas falando sobre o Natal, como vi em anos passados. E nem tenho visto muitas casas e lojas enfeitadas. Também não tenho visto muita gente comprando durante o período de abertura das lojas à noite. Vejo pessoas passeando, olhando vitrines, entrando e saindo de lojas, mas quase ninguém com sacolas e caixas.
Já começo a desconfiar dessas tais previsões de dirigentes lojistas que falam em aumentos de vendas de 10 a 14% em relação ao ano passado.
E, cá entre nós, o que tem um quilo de filé mignon para custar mais de R$ 50,00? Esse povo está louco? Por mim, vai ficar tudo lá, nos balcões refrigerados...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ritmo de final de ano

Amigos, o ritmo das postagens está meio lento, ao contrário do ritmo das performances sociais.
Essa é uma característica do período de final de ano, com todas as comemorações, confraternizações, jantares, churrascos e almoços que não temos durante todo o restante do ano.
Ontem mesmo tive três eventos. Tive que abrir mão de um deles, pois certamente não daria conta. Hoje tenho mais um. Amanhã, vou encarar bravamente um daqueles churrascos que duram o dia todo, com direito a muito truco.
No próximo final de semana temos o Natal. No outro, a comemoração do Ano Novo. E, nesse meio, sei que aparecerão mais algumas "coisinhas".
A quantidade de calorias ingeridas aumenta astronomicamente, e a quantidade de horas gastas com exercícios terá que aumentar, no mínimo, de maneira igual.
Felizmente tomei uma dose de vergonha e voltei a jogar tênis, depois de quase cinco anos longe das quadras. Claro, estou pagando o preço, com as dores generalizadas nos ombros, costas, braços e pernas. Mas elas já estão diminuindo, enquanto o índice de acertos está crescendo.
Olhemos pelo lado positivo: além de fazer bem para a saúde, é uma resolução a menos para a lista do ano que vem.

Notas sobre uma cidade grande 8

Em toda cidade grande há muitos bares “transados”, cheios de firulas, decorados pelos arquitetos "da moda", com aquele visual moderninho/clássico/antigo, cheios de peças envelhecidas, com muita madeira de demolição, pinturas em pátina e coisas do gênero.
Até aí, tudo bem. O problema são os preços. Aqui no interior ainda se pede uma Original entre R$ 4,50 e R$ 5,00. Em Sampa ela fica entre R$ 7,00 e R$ 8,00, às vezes até mais. Isso quando não se cobra, por uma latinha ou uma long-neck, o preço de uma cerveja grande.
A porção de batatas fritas é quase proibitiva. Pelo preço, compra-se quase um saco de batatas. Nem falo sobre outras porções, pois quase se cai da cadeira quando se vê o cardápio.
A causa disso? Gostaria de saber... Será que a conta da decoração ainda vai vencer?

Com este post, encerro esta série de impressões sobre a "cidade grande". Como o tema é fascinante, devo voltar a ele em breve.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 7, ou o formigueiro humano

Um formigueiro humano. Esta é uma boa imagem da São Paulo atual. Uns vão, outros vêm. Estão dentro dos ônibus, carros, carrinhos e carrões, trens, motos, e caminhões de todos os tamanhos. Por baixo vai o metrô, por cima, os helicópteros e aviões. Para onde irão todos?
As academias estão cheias a qualquer hora. Estariam todos interessados somente na saúde? Ou há também o interesse na aparência e na azaração? A resposta todos sabemos...
À noite, muitos escritórios nos prédios continuam acesos, mesmo depois do que seria a hora do encerramento do expediente. O acontece ali? Daqui de baixo não se consegue ver. Seria trabalho? A equipe da limpeza? Festas? Sexo?
A fauna urbana é realmente muito rica. Roupas de todos os tipos e tamanhos, e cabelos de variados comprimentos e cores. Os brincos são de formas inusitadas, os piercings aparecem em locais cada vez mais esquisitos, e as tatuagens deixaram de ser um diferencial.
O grande choque para quem é do interior, e foi criado num sistema mais rígido de padrões morais e religiosos, e não está assim tão preparado psicologicamente, é a diversidade das relações afetivas. Não quero fazer juízos de valor, e nem cercear a liberdade de pensamento/crença/orientação sexual das pessoas, mas ainda é um pouco chocante ver logo ali, ao vivo, do seu lado, manifestações abertas e liberais homem-homem, mulher-mulher, e indefinido-indefinido.
Atitudes não se discutem. Ou são altamente discutíveis, sei lá...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Para descontrair - 2

Mais uma vez recebi de meus amigos uma mensagem hilária, cujo texto está abaixo.
Ela já circulou na rede, mas costuma reaparecer de tempos em tempos.

Prezados amigos, quero agradecer a todos pelos e-mails educacionais que recebi.
Graças a eles:
Eu não abro mais a porta do banheiro sem usar uma toalha de papel nas mãos.
Não bebo mais refrigerante com rodelas de limão, nem como camarão com o limão para não me intoxicar. Agora chupo laranja me preocupando com as milhares de bactérias na casca.
Eu não consigo mais usar o controle remoto em quartos de hotel, porque não sei o que a última pessoa estava fazendo enquanto navegava nos canais adultos.
Eu tenho dificuldade em apertar a mão de alguém que estava dirigindo, porque o passatempo predileto de alguém quando dirige é cutucar o nariz.
Eu não consigo pegar numa bolsa de mulher com medo de que ela a tenha colocado no chão de um banheiro público.
Eu tenho que mandar um agradecimento especial para quem me mandou uma mensagem falando do cocô de rato na cola de envelopes, porque agora eu uso uma esponja úmida para cada envelope que precisa ser selado. Pela mesma razão, escovo vigorosamente cada latinha de cerveja ou refrigerante antes de abri-la.
Eu não tenho mais economias porque dei para uma menina doente (Penny Brown) que está para morrer pela 1.387.258ª vez.
Eu não tenho mais dinheiro, mas isto vai mudar quando eu receber os US$ 15.000 que o Bill Gates/Microsoft e AOL vão me mandar por participar do programa especial de e-mail.
Eu não me preocupo mais com minha alma porque eu tenho 363.214 anjos olhando por mim, e a novena de Santa Theresa atendeu todos os meus desejos. E mais, a Nossa Senhora está morando aqui em casa.
Eu não posso mais beber um drink num bar porque posso acordar numa banheira cheia de gelo, sem meus rins.
Eu não posso mais usar desodorantes cancerígenos, mesmo fedendo como um búfalo num dia quente.
Graças a vocês aprendi que minhas preces só serão atendidas se eu enviar um e-mail para 7 dos meus amigos e fizer um desejo em 5 minutos.
Graças à sua preocupação, eu não bebo mais Coca Cola porque ela é capaz de remover manchas em privadas.
Eu não abasteço mais o carro sem ter alguém vigiando, para evitar que um serial killer entre no banco de trás enquanto eu estou abastecendo.
Eu não bebo mais Pepsi ou Fanta porque as pessoas que produzem esses produtos são ateístas e se recusaram a colocar nas latinhas "Feito por Deus".
E muito obrigado por me avisarem que eu não posso esquentar um copo de água no microondas, porque pode estourar na minha cara e me desfigurar para a vida inteira.
Eu não vou mais ao cinema porque me disseram que eu posso ser picado por num alfinete infectado com AIDS quando eu me sentar.
Eu não vou mais a shopping centers porque alguém pode me drogar com uma amostra de perfume e me roubar.
Eu não recebo mais pacotes da UPS ou FedEx porque, na realidade, os entregadores são agentes disfarçados da Al Qaeda.
E eu não atendo mais telefones porque alguém vai me pedir que disque um número pelo qual eu vou receber uma conta com chamadas para a Jamaica, Uganda, Singapura e Uzbequistão.
Graças a vocês eu não uso outra privada que não a minha, porque uma enorme cobra preta pode estar escondida dentro da privada e me matar instantaneamente quando picar minha bunda.
E graças aos seus ótimos conselhos, eu não me abaixo mais para pegar uma moeda caída no chão do estacionamento porque provavelmente foi colocada lá por um tarado sexual que estará esperando para me agarrar por trás quando eu me abaixar...
Eu não dirijo mais meu carro porque, comprando gasolina de algumas empresas, estou apoiando a Al Qaeda e, se comprar das outras companhias, estou apoiando os ditadores sul-americanos.
Eu não mexo mais no meu jardim porque tenho medo de ser picado pela aranha madeira e minha mão vai cair.
E se você não mandar este email para pelo menos 144.000 pessoas nos próximos 70 minutos, uma pomba grande com diarréia vai pousar em sua cabeça às 17h00, amanhã à tarde, e as moscas de 120 camelos vão infestar suas costas, causando o crescimento de uma enorme corcunda cabeluda. Eu sei que isto vai acontecer porque aconteceu com a cabeleireira da melhor amiga do segundo marido da prima da sogra de minha vizinha. E também com o tataravô do bisavô do avô do meu pai.
Ah! E a propósito: um cientista alemão da Argentina descobriu, após um longo estudo, que pessoas com pouca atividade cerebral leem seus emails com a mão sobre o mouse.
Não preocupe em tirá-la, é tarde demais!
P.S. Eu agora guardo minha escova de dentes no quarto, assim não corro o risco de contaminá-la com as bactérias da privada.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O trânsito nosso de cada dia

Este é um texto um pouco longo, mas necessário para reflexão. Tenho feito alguns comentários a respeito do trânsito em posts anteriores, mas uma análise mais profunda é necessária.
Nesse último final de semana, estava pensando novamente sobre este polêmico tema.
Segundo os "especialistas", temos uma das leis de trânsito mais modernas do mundo. Aliás, tudo aqui é o melhor do mundo, o maior do mundo, o mais isso e aquilo do mundo... Ufanismo besta é o que temos, isso sim.
Se formos ler o famoso Código de Trânsito Brasileiro, a Lei nº 9503, de 23 de setembro de 1997, que pode ser acessada aqui, veremos que nós, condutores e proprietários de veículos, temos uma infinidade de deveres e obrigações, e podemos ser multados por praticamente qualquer coisa. São muitas as punições, com a perda de pontos, e até a perda da própria habilitação. Agora inventaram o tal curso para a renovação da CNH, que não deve melhorar o preparo dos motoristas, pelo menos em curto prazo.
Com relação ao CTB, este é o seu artigo 1º:
Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por danos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do direito do trânsito seguro.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a preservação da saúde e do meio-ambiente.

Vejamos um aspecto importante. Como vocês podem ver, negritei o parágrafo 2º, acima.
Se o trânsito seguro é direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito e, em última instância, do Estado, as autoridades devem trabalhar para que o sistema viário nos dê condições desse tal trânsito seguro.
Entretanto, não é isso que vemos na maior parte das cidades. O que temos são ruas esburacadas, ou sem calçamento, sem galerias de águas pluviais adequadas, sem sinalização adequada e em boas condições de manutenção, sinais de trânsito escondidos por cartazes e árvores, semáforos com defeito ou desregulados, agentes de trânsito civis mal preparados (sem formação adequada, e que pensam estar acima do bem e do mal, pelo simples fato de usarem uma suposta farda, que imita a vestimenta militar, agregando-se o fato de muitos portarem armas de fogo, sem um mínimo de estrutura psicológica e treinamento para tal).
Quanto ao parágrafo 3º, tais órgãos e entidades deveriam responder, no âmbito de suas competências, caso não cumpram com suas responsabilidades. Alguém já viu alguma "autoridade" de trânsito responder por alguma ação, omissão ou erro? O trânsito está um caos também por ações, omissões e erros de tais "autoridades", que não mantêm as vias em condições seguras.
O básico são vias devidamente calçadas/asfaltadas/recapeadas, sinais de trânsito em condições de serem vistos, cruzamentos bem sinalizados, semáforos sem defeitos e com os tempos bem regulados, e bom preparo dos agentes de trânsito.
O que falta são punições reais para tais "autoridades", inclusive com a perda do cargo ou do mandato, pelas ações, omissões e erros. Que tal instituirmos um sistema de perda de pontos, tal qual o que se aplica a nós, pobres condutores?
O perigo é não termos quem assuma tais cargos e mandatos...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Para descontrair - as diferenças

Esta eu recebi por e-mail agora há pouco. Vamos descontrair um pouco, e nos preparar para a semana que entra, lembrando que faltam apenas quatro semanas para terminar 2010.

Diferenças entre homens e mulheres (além das óbvias):
APELIDOS
- Se Adriana, Silvana, Débora e Luciana vão almoçar juntas, elas chamarão umas às outras de Dri, Sil, Dé e Lu.
- Se Paulo, Carlos, Roberto e João saem juntos, eles afetuosamente se referirão uns aos outros como Gordo, Cabeção, Rato e Negão.
COMENDO FORA
- Quando a conta chega, Paulo, Carlos, Roberto e João jogam na mesa R$ 20,00 cada um, mesmo sendo a conta apenas R$ 32,50. Nenhum deles terá trocado e nenhum vai ao menos admitir que quer troco - logo o troco será convertido em saideiras.
- Quando as garotas recebem sua conta, aparecem as calculadoras de bolso e todas procuram pelas moedinhas exatas dentro da bolsa.
FILMES
- A ideia que uma mulher faz de um bom filme é aquele em que uma só pessoa morre bem devagarzinho, de preferência por amor.
- Um homem considera um bom filme aquele em que muita gente morre bem depressa, se possível com balas de metralhadora ou em grandes explosões.
DINHEIRO
- Um homem pagará R$ 2,00 por um item que vale R$ 1,00, mas que ele precisa.
- Uma mulher pagará R$ 1,00 por um item que vale R$ 2,00, mas que ela não precisa.
BANHEIROS
- Um homem tem seis itens em seu banheiro: escova de dentes, pente, espuma de barbear, barbeador, sabonete e uma toalha de hotel.
- A quantidade média de itens em um banheiro feminino é de 756. E um homem não consegue identificar a maioria deles.
DISCUSSÕES
- Uma mulher tem a última palavra em qualquer discussão.
- Por definição, qualquer coisa que um homem disser depois disso, já é o começo de uma outra discussão...
FUTURO
- Uma mulher se preocupa com o futuro até conseguir um marido.
- Um homem nunca se preocupa com o futuro até que consiga uma esposa.
MUDANÇAS
- Uma mulher casa-se com um homem esperando que ele mude, mas ele não muda.
- Um homem casa-se com uma mulher esperando que ela não mude, mas ela muda.
DIVIDINDO
- Uma mulher dividirá seus pensamentos e sentimentos mais profundos com um completo estranho que lhe dê atenção.
- Um homem só dividirá seus pensamentos e sentimentos mais profundos quando questionado por um advogado artimanhoso, sob juramento, e mesmo assim, apenas quando isso puder diminuir a sua pena.
AMIZADE
- A mulher encontra com outra na rua: Nossa! Como você tá linda!!!
Quando viram as costas vem o comentário: Nossa! Como ela tá gorda!
- Um homem encontra com outro na rua: Fala, seu gordo-careca-bichona!!!
Quando viram as costas vem o comentário: Pô, esse cara é gente fina!!

E aí, leitor, vai me dizer que é mentira?
Boa semana a todos!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 6, ou os muitos falares

Sendo Sampa do tamanho que é, é natural que pessoas de todas as partes do mundo venham para cá, sentindo-se atraídas pelas oportunidades. Só não sei se elas existem para todos...
Como resultado, uma réplica da Babel citada na Bíblia, com seus muitos falares. Em cada esquina se ouvem várias gírias, diversos sotaques, e até mesmo línguas diferentes. Como todos se entendem? Ou não se entendem? Será que apenas fingem conversar, mais preocupados com suas próprias vidas?
As pessoas falam sozinhas nas ruas. Não importam o sexo, a idade ou a classe social. A quantidade é impressionante. Basta prestar um pouco de atenção. Seria reflexo do estresse? Seria falta de companhia ou de um interlocutor?
Já vi verdadeiras guerras verbais no metrô, por conta do futebol. Na plataforma de embarque, do lado de cá, torcedores do time A. De repente, do lado de lá, aparecem torcedores do time B. Todos, claro, devidamente uniformizados, e facilmente identificáveis. Começam então os risos e as provocações, com gritos de guerra, músicas, gestos obscenos, chacotas e afins. Daí para a barbárie é, literalmente, um pulo. Enfim, um ritual macabro que tem tudo para dar errado. E, às vezes, dá.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Natal vem aí

Muita gente já escreveu sobre o Natal.
Realmente, é uma época diferente. Aproxima-se o final do ano, e o ser humano tem também para esta época um ritual de passagem (sobre estes, falaremos em outro post).
São as festas de amigo secreto (também chamadas de amigo oculto, como no RJ) e as confraternizações de fim de ano, a ceia e o almoço de Natal, os presentes, a arrumação da casa com luzes e enfeites, e toda aquela correria nas ruas, nas lojas, nos shoppings, etc.
Correria em parte desnecessária, pois não sei por que todo mundo deixa essas tais compras para a última hora. Mania de brasileiro... Mas será que é só nossa, mesmo? Quem compra os presentes antecipadamente, nesse período, fica em casa vendo as reportagens nos telejornais, e dando risada da aglomeração, do empurra-empurra, do desespero, do suadouro...
Quando eu era pequeno, nessa época, eu sentia no ar um cheiro diferente. Eu chamava de cheiro de Natal.
Acho que era o tal “espírito de Natal”. Era uma sensação gostosa, algo bom. Hoje em dia não sinto mais isso. Mudei, ou mudou tudo?
No final do ano, na região Sudeste, é período de chuvas. E isso já seria suficiente para lançar aromas diferentes no ar.
Em Araraquara, na região central, os quarteirões eram chamados duplos, com cem metros de comprimento (os quarteirões simples eram de cinquenta metros). Eu morava numa esquina, e minha avó materna morava no meio do quarteirão, numa casa antiga, alugada (só fui saber que não era dos meus avós depois que ela morreu – e eu já tinha 14 anos), daquelas com quintal enorme, cheio de frutas e com uma horta. E quando chovia, eu sentia um cheiro gostoso, mistura de terra molhada, rosas, alecrim, figos, uvas, limão galego, salsinha e cebolinha. Esse cheiro, misturado com o espírito de Natal, infelizmente, eu nunca mais senti.
A mesa montada no quintal sob a lona, as extensões com as lâmpadas, o entra e sai dos parentes, dos amigos dos meus avós, dos meus pais e dos meus tios, tudo tinha uma aura especial. Não havia luxo, pois não éramos ricos, mas havia algo além da fartura na mesa que não sabia explicar. Hoje sei que era o Espírito de Natal.
Onde meus avós moravam, há um prédio de uns quinze andares.
Aliás, naquele quarteirão antes tranqüilo, já são três prédios desses.
Ah! Sim! Já ia me esquecendo de falar algo importante sobre o Natal.
Já notaram que, a cada ano que passa, mais se fala no Papai Noel, e menos no Aniversariante?
E aquela figura bonachona, vestida de vermelho, simpática, imposta a nós pelo poderoso marketing de um refrigerante, vem tomando cada vez mais os espaços na mídia, e cada vez mais cedo. Em outubro ele já aparece em alguns anúncios. Antigamente, ele aparecia só em dezembro.
E o Aniversariante? Aquele que veio ao mundo para nos mostrar um caminho de verdade, de paz, de harmonia, de união? Ah, cara! Fica quieto! Deixa de ser piegas! Assista aos anúncios, quietinho. E deixe a fúria consumista tomar conta do seu bolso. Torre tudo o que você tem, e também o seu 13º. Coma muito, beba muito, dê presentes até para quem você não gosta. Ceda aos apelos do marketing, que nada mais é do que criar supostas necessidades para coisas das quais você não precisa. Afinal de contas, a economia tem que girar... Por falar nisso, quantos canais de compras já estão disponíveis na TV, tanto aberta, quanto por assinatura? Vai um juicer aí? Seus problemas acabaram!

sábado, 27 de novembro de 2010

Os especialistas, ou como dizer asneiras e fazer todo mundo acreditar

Com a recente onda de ataques no Rio e a entrada das forças policiais na guerra civil (sim, é uma guerra civil, por mais que queiram nos fazer acreditar no contrário), as redes de TV e a mídia impressa passaram a fazer uma extensa cobertura dos acontecimentos.
Este tema vai dominar a mídia por alguns dias, como já era esperado. Afinal de contas, a eleição já passou, e a tal transição está meio morna, pela quase continuidade (sim, estamos trocando seis por meia dúzia).
Mas, voltando ao tema, graças a todos esses acontecimentos, "eles" estão de volta.
Sim, "eles" são sempre lembrados por aqui.
Sim, "eles" estão em cena: com vocês, os indefectíveis "especialistas".
Não bastavam os que abordavam apenas assuntos nacionais. Agora, apareceram também os "especialistas em assuntos internacionais", seja a política, a economia, a segurança, o direito, enfim, todo e qualquer ramo do conhecimento humano.
Todos dizem muitas asneiras, mas agora elas são ditas com ar mais "professoral", pois são abalizadas por suposta sapiência nos tais assuntos externos. E todos à sua volta ficam com aquele ar embasbacado, como se estivessem vendo e ouvindo um verdadeiro sábio. Só faltam as reverências (todos ajoelhados, claro) e os pedidos de desculpas por estarem ali, atrapalhando o raciocínio do guru.
Valha-nos Deus!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 5, ou a lenta rapidez

Em certas regiões de Sampa o trânsito pode estar muito rápido, enquanto em outras ele está muito lento, ou mesmo parado. Um vacilo, e o acidente está ali, do seu lado.
Presenciei um deles, ao vivo e em cores.
Próximo das 9 horas, estou de lado para a cena que se desenrolará em instantes.
Nem dá tempo de puxar conversa com meus companheiros de trabalho, e ouço os dois barulhos assustadores, em sequência.
Um cruzamento, com via preferencial de duas mãos, em subida, e a outra rua mais plana, com o seu respectivo "pare".
Na preferencial, um Astra preto sobe a rua, um pouco acima da velocidade permitida. O táxi, um Siena prata, vem e não respeita o "pare", e bate em cheio no para-lama dianteiro esquerdo do Astra, que se desgoverna, sai em diagonal, passa ao lado de um poste e acerta uma floreira.
A frente do Siena está seriamente avariada. Farol e grade quebrados, o capô está amassado, o radiador está furado e toda aquela água enferrujada escorre pelo asfalto.
Várias pessoas correm para o Astra, que está sobre a floreira, com o pneu dianteiro direito rasgado, a roda destruída, o para-lama tornou-se um amontoado imprestável de aço e o capô bastante amassado. Sua condutora está bastante abalada, e demora em sair do carro. Ligações para o Resgate partem de vários celulares ao mesmo tempo. Preocupação e susto generalizado.
Talvez os danos materiais fossem maiores, não havia como saber naquele momento. A parte de baixo do motor pode ter sido afetada.
A sorte é que ninguém estava na calçada, naquele momento. Poderia ser uma tragédia...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O fio onipresente

Agora há pouco, à tarde, estava eu a pensar com meus processos, em alguns itens a serem devidamente abordados, quando me peguei olhando para algum ponto.
Só depois de alguns instantes percebi que olhava para os (muitos) fios de meu computador. Não, eu não uso um Mac... Sou um refém da arquitetura IBM-PC, a rainha dos fios.
São muitas as situações em que os fios nos conectam ao mundo. Podem ser mais finos ou mais grossos, sólidos ou furados, rígidos ou flexíveis, coloridos ou não.
Antes de nascer, nossa ligação é o cordão umbilical.
Depois, mais velhos, temos a televisão, o aparelho de som, o computador, o telefone, a geladeira e os demais eletrodomésticos. Todos dependem da energia elétrica, certo?
O carro também tem seus fios, internos e externos. Seja para o som, para calibrar os pneus, para encher o tanque, ou mesmo para recarregar as baterias.
Nossas roupas também têm fios, sejam sintéticos ou naturais.
Adoramos uma conversa fiada. Fazemos coisas de fio a pavio. Os negócios já foram garantidos no fio do bigode. Andamos constantemente sobre o fio da navalha. Nossa higiene bucal é feita com fio dental.
As expressões são muitas, os fios são intermináveis, onipresentes, e muitas vezes os nós deles advindos também são.
Estamos ligados ao mundo, nem que seja por um simples fio de esperança.

sábado, 20 de novembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 4, ou os contrastes no contrato

O contraste social é chocante.
Pessoas dormindo nas ruas, ao lado de hotéis de incontáveis estrelas.
Pessoas empurrando carrinhos com material reciclável, ao lado de carros de centenas de milhares de reais (alguns deles eu não tinha visto nem em revistas...).
Pessoas com roupas sujas, fedidas e puídas, ao lado de homens e mulheres com ternos e terninhos de grifes famosas, usando perfumes igualmente famosos e caros.
Botecos copo-sujo convivendo com restaurantes finíssimos.
Lojinhas populares ao lado de shoppings caríssimos.
"Casas" de lata e madeira defronte a mansões e apartamentos de centenas de m².
Dois mundos diferentes, extremos que se tocam, mas não se misturam, existindo no mesmo espaço, ao mesmo tempo.
Uma corda tensionada quase que ao extremo, a ponto de se romper. Parece que o que a mantém assim, intacta, ainda é o tal contrato social.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Efeméride

Hoje, dia 19 de novembro, comemoramos o Dia da Bandeira.
Retângulo verde, com losango amarelo, círculo azul, 27 estrelas brancas e o lema positivista "Ordem e Progresso" em verde, sobre uma faixa também branca.
Bonita? Sim, mas ninguém sai por aí com calça amarela, blusa verde e casaco azul e branco, a não ser na época da Copa ou no Carnaval...
O verde de nossas matas some sob a ação das motosserras e sob as brasas das queimadas.
O amarelo de nosso ouro e de nossas riquezas foi e continua sendo subtraído, caindo muitas vezes no fosso profundo da corrupção.
O azul de nosso céu e de nossas águas está sujo pelo cinza da poluição.
E o branco da paz está maculado pelo vermelho do sangue causado pela violência crescente.
Mas temos, além da bandeira, um hino em sua homenagem, com letra de Olavo Bilac e música de Francisco Braga. E numa de suas estrofes temos:

Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!


Sim, o nosso país é imenso, assim como imensos são os nossos desafios, e imensa é a demagogia que tenta dirigir os nossos destinos.
E até mesmo a Justiça tem deixado a desejar, nos poucos momentos de festa e nos muitos de dor.
Sobra-nos o Amor, bastante abalado, mas ainda coberto de esperanças.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 3

As notícias sobre a violência sempre nos chegam com tons catastróficos. Às vezes sinto que da tela sairá uma bala perdida, ou que, se torcer o jornal, dele sairá um filete de sangue.
Por isso, quando saímos às ruas de Sampa, somos tomados por sentimentos como tensão e medo, e alteramos totalmente nosso modo de agir. Colocamos nossa carteira no bolso da frente, seguramos sacolas mais firmemente, com as mãos rígidas, e passamos a prestar mais atenção a tudo e a todos, olhando freneticamente para todos os lados, querendo dominar a situação.
Deixamos nossos relógios, pulseiras, anéis e brincos em casa, só para não chamar mais atenção. Escondemos nossos celulares sob a camisa, ou dentro do bolso do casaco.
Andamos mais apressados, não sei bem porque, talvez seguindo o ritmo frenético, e deixamos de apreciar o que nos cerca.
Apesar da violência, ainda há um pouco de beleza na cidade grande.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 2

Na região de Cerqueira César e dos Jardins, pela manhã, vê-se muita gente passeando com seus cachorros. Ao ver essas cenas, me vem a lembrança da minha saudosa Madonna. Caramba, já se passou um mês desde que ela se foi...
Alguns poucos donos se preocupam em recolher a sujeira que eles não querem ver feita nos seus apartamentos. Mas a maioria não está nem aí.
Eles saem para passear com o totó, com aquela irritante cara de paisagem. Parece que o mundo se resume a isso.
O cachorro para e se abaixa, na posição típica, e o animal espera pacientemente que o outro animal termine o serviço. Logo depois, ambos retomam o passeio, como se nada tivesse acontecido. Você, que vem logo atrás, é que deve se virar para não pisar naquela massa fétida, que pode muito bem estragar seu dia.
O individualismo dos animais, aqui, impera e atinge níveis estratosféricos.
Se um dia você, meu amigo leitor, estiver passando por aqueles bairros, olhe bem por onde anda.

domingo, 14 de novembro de 2010

Notas sobre uma cidade grande 1

Para quem mora no interior, a chegada a uma cidade como São Paulo sempre é um choque, não importa quantas forem as viagens feitas.
Principalmente se considerarmos que a região metropolitana começa a muitos quilômetros de Sampa propriamente dita, de qualquer direção que se venha. E isso vale também pelo ar...
É um Leviatã, verdadeiro organismo de concreto cinzento, coroado por um manto ora marrom, ora cinza de poluentes, recheado por artérias de asfalto, onde os habitantes são simples células desse corpo imponente, impressionante, fascinante e aterrorizante.
Uma das primeiras impressões que se tem, ao andar pelas ruas, é que as pessoas praticamente não se olham nos olhos. Uns olham para o chão, outros olham para o infinito, na tradicional “cara de paisagem”, ou parecem olhar através de nós. Penso que muitos, se pudessem, nem olhariam.
O mp3 (ou 4, 5, 6...), com fone de ouvido, é um campeão de uso, juntamente com o celular. Eles estão em todos os lugares: ônibus, carros, motos, metrô, calçadas, shoppings. Cada um está em seu mundo particular, mas usando o mesmo espaço. É um estar não estando, uma presença ausente, talvez fuga temporária das agruras e das aflições diárias.
A cidade grande não é para amadores...

sábado, 13 de novembro de 2010

Voltei 6

Ah! Essas idas e vindas...
Caros amigos, passei uma semana longe do blog, devido a uma viagem a serviço para a cidade de São Paulo.
Estava hospedado em um hotel que dizia ter o tal "WiFi", conforme plaquinha afixada no hall.
E por acaso eu consegui conexão, apesar de o nível de sinal insistir em indicar "excelente"?
Só por desaforo, nem saí para procurar uma das tais lan-houses. Forcei-me a uma abstinência de computadores e internet.
Querem saber de uma coisa? Até que nem fez muita falta.
Mas eu confesso: várias foram as ocasiões em que me peguei olhando de rabo de olho para algumas telas, e admito ter flertado com alguns teclados. São os efeitos colaterais...
Entretanto, algo de bom surgiu. Usei as boas e velhas folhas de papel para algumas notas sobre a cidade grande, que serão postadas no decorrer dos próximos dias.
O único problema que detectei ao acessar a rede novamente foi a avalanche de e-mails não lidos. Nada que uma boa dose de paciência não resolva.
Um bom final de semana a todos.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

E agora, vida normal?

Passou o Ano Novo.
Passou o Carnaval.
Passou a Páscoa.
Passou a Copa.
Passou a pré-campanha.
Passou a campanha.
Passou a eleição.
E agora, será que podemos retomar a vida normal, ao menos até que cheguem o Natal e o Ano Novo, de novo?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Voltei 5

Depois do porre cívico, fiquei afastado por uns dias, para uma necessária, estratégica e gostosa visita ao meu pai, com direito a umas cervejas e muitas risadas com amigos de infância.
Passado o período mais crítico após a partida do nosso Anjo, e encerrada a chatíssima temporada de caça ao voto dos pobres e incautos eleitores, pretendo voltar ao ritmo normal de postagens.
Vamos então retomar nossas vidas, pois o ano já se encaminha para "os finalmentes".

sábado, 30 de outubro de 2010

Alguém sabe onde fica?

Eu gostaria muito de saber onde fica esse tal planeta maravilhoso das propagandas, para poder me mudar imediatamente. Ou talvez no próximo voo, para dar tempo de arrumar a mala.
Lá tem sempre:
- dias ensolarados e com temperatura agradável;
- noites bem dormidas e livres de insetos;
- estações do ano perfeitamente definidas;
- famílias perfeitas, com papai, mamãe, filhinho mais velho e filhinha mais nova, com o respectivo cachorro, sempre limpinho, todos sempre muito sorridentes e bem arrumados, logo pela manhã. E com um farto café da manhã;
- casas espaçosas, bem iluminadas, muito limpas e arrumadas, e com cortinas esvoaçantes pela brisa agradável;
- carros que são os melhores do mundo, perfeitos, luxuosos, econômicos e com preços imperdíveis, não importando a marca ou os inúmeros recalls, e que andam em ruas sempre bem asfaltadas e desimpedidas;
- postos de abastecimento nos quais os frentistas fazem de tudo para você. Até enchem o tanque;
- cremes dentais sempre recomendados por nove entre dez dentistas, não importando a marca (essa matemática não fecha, claro), e que resolvem todos os problemas bucais como num passe de mágica (esses mesmos dentistas vivem de quê? Merchandising?);
- estradas perfeitas, sem buracos, bem sinalizadas e bem projetadas;
- praias sempre limpas, com areias branquinhas e águas com temperatura agradável;
- cerveja sempre estupidamente gelada, mas sem congelar, servida por mulheres absurdamente bonitas;
- cremes, shampoos, tinturas, desodorantes, perfumes e afins que não causam alergia;
- pessoas bonitas, saradas, com barriga tanquinho, e tudo com apenas cinco minutos diários de esforço;
- cartões de crédito que nunca nos dão dor de cabeça com faturas erradas, e que nos presenteiam com milhagens, com marcação de jantares, compra de entradas para eventos, entre outras "vantagens";
- bancos que são como "mães" para os clientes, e sem filas intermináveis;
- sorteios em que se ganha sempre;
- empresas que são verdadeiros paraísos na Terra para se trabalhar.

Alguém aí sabe qual é, ao menos, a galáxia? Ou a coordenada, para eu procurar no Google Earth?

A rendição

Um dos últimos lugares da Terra que estavam livres da praga do celular acaba de se render.
Veja a íntegra da notícia aqui.

28/10/2010 - 14h08
Passageiros da TAM já estão liberados para usar celular a bordo

O duro vai ser aguentar aqueles papos "muito importantes", que ninguém precisaria ouvir, durante boa parte do voo.
E tem o clássico: "já estou chegando, pode ir para o aeroporto".
O que vai ter de suposto executivo engravatadinho, com ares de superioridade, tratando de assuntos que definirão os destinos da humanidade, e que não podem esperar uma hora que seja...
Se tem uma coisa deselegante, é isso: atender celular e ficar aos berros, como se não houvesse mais ninguém por perto.
Ainda bem que esse "desserviço" vai custar caro.
Cá entre nós: será que é tão difícil ficar por algum tempo "fora do ar"?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Uma grande perda para a humanidade

Na Veja, aqui.

Polvo Paul, o vidente da Copa 2010, morre na Alemanha

Ele foi a grande estrela da Copa da África do Sul, em dois papéis: fazendo a alegria de muitos apostadores, e sendo o terror das seleções que participaram de suas previsões. A Alemanha que o diga...
Reza a lenda que ele teria se recusado, um pouco antes de morrer, a prever o resultado das eleições no Brasil.
Mas tem sido assim: os bons vão primeiro, e os ruins ficam para aporrinhar.

De vento em popa

No Estadão, aqui.
A manchete:
Força dos ventos gera energia e negócios no País
Com queda no preço da energia eólica, projetos do setor vão multiplicar por sete a capacidade instalada no Brasil até 2013

Nos últimos tempos tem sido difícil, mas, às vezes, a gente lê boas notícias como essa.
A energia eólica é renovável e não poluente. A expansão das unidades geradoras aumenta a oferta de energia, sem sujar a matriz, e a expansão da produção dos equipamentos gera aumento de empregos e aumenta o recolhimento de impostos (se bem que já passamos de R$ 1 trilhão de arrecadação - sabe o que é isso? Olha só: R$ 1.000.000.000.000,00).
Sobre isso a gente fala outra hora...

domingo, 24 de outubro de 2010

Honestidade

Nestes tempos meio esquisitos, nos quais parece que o certo é o errado, e o errado assume ares de certo, seguem os versos do refrão da música Honesty, do grande William Joseph Martin Joel, nascido no Bronx, em 9 de Maio de 1949, mais conhecido como Billy Joel:

Honesty
Is such a lonely word
Everyone is so untrue
Honesty
Is hardly ever heard
And mostly
What I need from you


Penso que não é preciso acrescentar mais nada. Basta uma séria reflexão.
E lembrem-se: no dia 31, temos o segundo turno.
Vote. Não se omita. Tenha bons motivos para, depois, poder cobrar os novos governantes.
Segue uma frase exemplar, do economista inglês Arnold Toynbee (1852-1883):
“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam.”
Uma boa semana a todos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Condomínio animal

Esta eu vi num rancho, sob o beiral da varanda.
O dono colocou lá a casinha, digamos, pré-fabricada, para que algum pássaro fizesse seu ninho.
Entretanto, algum tempo depois, apareceu a outra.
Fico me perguntando: será que há uma crise habitacional no mundo animal?
Ou seria apenas o desejo de ter uma boa vizinhança?
O único problema é o choro das crianças de baixo incomodar as crianças de cima, ou vice-versa... Aí, ninguém dorme, e quem sofre no dia seguinte são os pais, que têm que sair para "trabalhar" sem dormir.
Alguma semelhança com certa espécie bem conhecida?

Abraço apertado

De longe pode parecer que está tudo normal, ou seja, seria apenas mais uma árvore.



Mas, olhando de perto, dá para ver: são duas, e uma abraçou fortemente o tronco da outra. E há um bom tempo, pelo tamanho de ambas.



Apesar disso, as duas parecem bem saudáveis.
E a imagem é bem interessante.
Outro título bem que poderia ser: daqui não saio, daqui ninguém me tira.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A partida de um Anjo

Ela chegou numa noite fria e chuvosa de um domingo de outono, pequena, um pouco estressada pela mudança, teimosa, geniosa. Cabia numa caixa de papelão, sua primeira casinha.
Ficou, cresceu e nos conquistou.
Pulou, brincou, correu, puxou roupas do varal, destruiu algumas coisas.
Mas aprendeu a se comportar como uma lady.
Foi amiga, companheira zelosa.
Cuidou de nós, tanto quanto cuidamos dela.
Deu-nos tanto carinho quanto demos a ela.
Nunca pediu nada, a não ser quando comíamos frutas. Aí, aquele olhar pidão era irresistível.
Demos a ela do bom e do melhor.
Chegar em casa e ver aquele rabo abanando não tinha preço. Sua alegria era autêntica.
Espero que tenha sido feliz conosco, assim como fomos muito felizes com ela.
Se ao menos ela pudesse falar, para nos contar o que sentia.
Esperávamos ter a sua companhia por mais alguns anos. Esperávamos poder pegar seus filhotes no colo.
Tínhamos muito ainda que passear, que brincar de bola, que brincar de cabo de guerra.
Partiu por causa da doença silenciosa, a leishmaniose, assintomática no princípio, implacável, que lhe tomou as forças aos poucos.
Segundo seu veterinário, não sofreu ao nos deixar. Não consegui acompanhar seus últimos suspiros. Foi extremamente doloroso. Eu já estava chorando demais.
Sofremos nós, que ficamos sem ela.
Ficou só por quatro anos e meio.
Partiu numa tarde ensolarada e quente de primavera. Voltou para junto dos outros Anjos, seus iguais.
Esta pequena e singela homenagem é muito pouco pelo muito de bom que você trouxe para nossas vidas, pelo muito que você nos ensinou.
Não tenho mais palavras. O nó na garganta é muito maior do que a própria.
Adeus, Madonna. Muito obrigado pela sua companhia.



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mais uma vez, um tema domina a mídia 3

Tudo bem. É emocionante. Foi difícil. Foi desafiador. Foi negligência da empresa. Foi uma vitória dos técnicos.
É uma atividade inerentemente perigosa.
Todos são heróis, pela sua garra e pela sua luta.
As famílias estão agradecidas. O mundo está consternado.
Todo mundo está vendo que o presidente do Chile, que andava meio em baixa, está faturando politicamente. Até o Evo apareceu por lá, e faturou uns pontinhos a mais de popularidade.
Todo mundo agora "descobriu" o Chile, inclusive os "especialistas".
Agora preparem-se: em seguida virão as entrevistas para jornais, revistas semanais e mensais (especializadas ou não), programas de TV de todos os tipos e tendências, rádios e internet. Todos terão direito a seus quinze minutos de fama, como diria Andy Warhol. Depois, serão os diários, os livros autobiográficos, as biografias, os romances, as séries e os filmes para TV e cinema, camisetas, bottons, bonés, fitas, tiaras, chaveiros, bandeiras, flâmulas e toda sorte de lembrancinhas.
E as TVs, precisavam ficar naquela imagem 24 horas por dia? E os repórteres, precisavem fazer aquela penca de perguntas óbvias, apenas para requentar o assunto?
O enviado especial relata a vida no acampamento. O repórter Fulano entrevista os familiares. Beltrano detalha a construção da cápsula. A repercussão no Chile. A repercussão no Brasil. A repercussão em Belize, no Tahiti e na Mauritânia.
Querem apostar que vêm aí um Globo Repórter, e um SBT Repórter, e outros programas do gênero, nos próximos dias?
Mais uma vez um tema domina a mídia.
Será que não tem mais nada acontecendo no mundo?

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dica de música

A dica de hoje é de uma dupla britânica, formada por Roland Jaime Orzabal de la Quintana, nascido em Portsmouth, nos vocais e na guitarra, e por Curt Smith, nos vocais e no baixo.
Suas primeiras composições tiveram forte influência da Teoria do Grito Primal (psicoterapia na qual o paciente é encorajado a reviver e a expressar seus sentimentos básicos, que o terapeuta considera que podem ter sido reprimidos), do psicanalista norte-americano Arthur Janov.
Os dois trabalhos de maior sucesso foram Songs From the Big Chair, de 1985, e Seeds of Love, de 1989.
Para quem ainda não descobriu, é o Tears for Fears, banda com um som que traz tons de jazz e de soul.
Sempre vale uma nova audição.

Esta foto é da capa do Songs from the big chair. Estavam bem novinhos.


Esta outra é mais recente, tirada daqui. O tempo é mesmo implacável.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Voltei 4

O ritmo dos posts está meio baixo.
É fato, e admito. Mas explico.
Ando meio assim, como se dizia antigamente, borocoxô.
Só não consegui detectar exatamente o porquê.
A saúde está boa.
No trabalho, está tudo em ordem.
A família está bem.
Não briguei com ninguém, e alguns antigos “inimigos” estão mais sumidos do que carne no Plano Cruzado (alguém aí lembra dessa?).
Em casa, tudo certo. Só uma tomada de telefone não funciona a contento. Preciso subir na laje para testar os fios. E também tenho que reenvernizar algumas portas. Nada que seja complicado como uma integral de linha, ou uma equação de campo eletromagnético.
A única coisa que preciso resolver é uma cobrança indevida no cartão de crédito. Se não der por bem, partimos para a justiça. Mas isso é “do jogo”. Nada que preocupe tanto assim. A propósito, fica aqui o conselho: se puder deixar seus cartões de lado, para sempre, faça isso. Em breve, pretendo cancelar os meus.
Seria, então, da idade? Afinal, já estou mais para a segunda metade da vida, do que para a primeira. Já entrei nos "enta" faz tempo...
Ou alguma deficiência vitamínica? Dizem que isso pode causar certa irritabilidade.
Ou apenas impaciência? Isso seria um sintoma da “síndrome da velocidade” desses tempos de século XXI? Será que não podemos reduzir o ritmo, sem sentir seqüelas ou termos uma síndrome de abstinência?
Ando com preguiça até mesmo de ler. Quando inicio um texto mais longo, já me irrito se me parece que o autor começa a “enrolar” no tema. Deve ser implicância.
Preciso de ânimo, também porque quero retomar os estudos para concursos. Para isso, é necessário um ritmo um tanto alucinado, para dar conta da família, do trabalho e de toda a matéria, sem descuidar da saúde e dos amigos.
Agora, enquanto escrevo, entra uma brisa fresca e suave pela janela. Respiro fundo. Alguns aromas trazem-me recordações de acertos, vitórias e decisões acertadas.
Fecho os olhos e busco inspiração. Para este texto, e para a próxima etapa de estudos.
A meta se delineia, novamente. O caminho para atingi-la será, mais uma vez, árduo.
Aliás, tem sido assim. Sair da zona de conforto nunca é suave.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Palavra do dia

Achar v.
1 Encontrar (alguém ou algo) que se está ou não procurando [td. Antôn.: perder]
2 Conseguir, alcançar, obter [td.]
3 Descobrir (resultado, modo de fazer algo) [td.]
4 Ter como opinião sobre, considerar, julgar, supor [tdp.] [td. ]
5 Pensar, acreditar [td.]
6 Deparar com, encontrar, constatar (estado de algo) [tdp.]
7 Estar (em determinada condição ou situação ou em determinado momento ou local); encontrar-se [tp.] [ta.]
8 Considerar (certa ação ou atitude) oportuno ou conveniente, optar por, decidir [tr. + de]
9 Contar com, ou receber o auxílio, a proteção, o consolo de [tdr. + com, em]

[F.: Do lat. afflare 'soprar'. Explica-se a evolução semântica pelo fato de o voc. ter or. na linguagem dos caçadores: do sentido primitivo do lat. 'soprar' passou-se ao de 'sentir a proximidade da caça pelo odor, farejar' e, daí, 'descobrir, encontrar (a caça)'. Hom./Par.: acha (fl.), acha (sf.).]

E as palavras associadas:
Achismo sm.
1 Fundamentação de uma ideia, de um conceito, de um julgamento apenas em palpite ou opinião subjetiva, sem qualquer outra base ou evidência.
2 Tendência a ou hábito de ter ideias com tal fundamentação.

Achômetro sm.
1 Bras. Joc. Opinião, julgamento ou impressão, formados de modo intuitivo ou subjetivo, e referidos como um suposto instrumento que dá a capacidade de achar, de emitir opinião ou palpite [Pode ser usado para valorizar a opinião emitida, ou, ao contrário, de modo pejorativo]

Exemplo: Ultimamente, o achismo tem sido muito praticado no Brasil.

Digamos que há também um neologismo, que por aqui pode até atingir o grau de ciência, que é a Achologia. Podemos defini-la como sendo a ciência e a prática do achismo. Ainda estão em desenvolvimento os achômetros, que são os instrumentos que quantificarão os achados.
Não sei não... Mas acho que isso não vai dar muito certo... Mas, se der, certamente seremos grandes candidatos a um Prêmio Nobel.
Se bem que muitos certamente ganhariam o Ig-nobel. Se não ganham é apenas porque não concorrem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Blade Runner

E, para fechar a noite, segue uma dica de filme.
Comprei o DVD com a chamada "versão do diretor" e, neste último final de semana, assisti a um filme que marcou minha adolescência, Blade Runner.
Alguns anos depois de ver o filme no cinema, li o livro no qual ele se baseou, Do Androids Dream of Electric Sheep, de Philip Kindred Dick.
Obviamente, há diferenças entre as obras, mas ambas valem a pena.
Elas levantam algumas questões filosóficas interessantes, e mostram uma realidade muito mais próxima do que pensamos.
A fala final do replicante Roy nos faz pensar. Aliás, o filme todo nos induz a uma reflexão necessária e que pode chegar a conclusões certamente incômodas.
A trilha sonora, de Evángelos Odysséas Papathanassíu, mais conhecido como Vangelis, com a participação da New Americam Orchestra é simplesmente primorosa.
O sax do "Love Theme" é de arrepiar, e o "End Title" é marcante.

Aqui e aqui há links para dois dois muitos artigos que analisam as obras.

E aqui o cartaz do filme, um clássico da ficção-científica.

Lugar perigoso

O mundo, de maneira geral, tem se tornado um lugar muito perigoso.
O trânsito cada vez mais maluco, o aumento da criminalidade, as pessoas nervosas, estressadas e destemperadas, ruas e estradas esburacadas, construções mal sinalizadas e desprotegidas, tudo isso tem contribuído para que enfrentemos situações difíceis.
Mas alguns locais são mais perigosos do que outros, certo? Às vezes é apenas uma sensação, um desconforto, mas muitas vezes é algo real, quase palpável.
Essa placa retrata bem o problema.







Parece que não apenas as curvas sejam perigosas. Quem frequenta a estrada também leva perigo, não somente aos motoristas, como também ao patrimônio público.
Os estúpidos precisavam treinar tiro ao alvo na placa?

A segunda florada dos ipês - 2

Mais uma viagem, dessa vez impregnada de sensações de viagens há muito realizadas.
Não sei dizer bem o que foi, mas acordei assim, com várias recordações. Enfim, um sensação gostosa.
E, pelas estradas, como não poderia deixar de ser, acabamos nos deparando com paisagens que merecem destaque.
Depois das chuvas da última semana, o verde começou a retornar, e no meio das muitas árvores, ele se destacou. Por isso, mereceu alguns cliques.



segunda-feira, 4 de outubro de 2010

É o cão chupando manga

Certamente você já deve ter ouvido a expressão "é o cão chupando manga".
Há vários significados para ela, tais como coisa muito feia ou bonita, ou situação difícil.
Mas poucas vezes se produziu uma imagem que retratasse o fato.
Pois bem, há algum tempo eu tive a felicidade de produzir alguns cliques que ilustram bem tal expressão.
Divirtam-se.




domingo, 3 de outubro de 2010

Domingo à noite...

No Estadão de 1º de outubro:
Vazamento do Enem completa 1 ano

Veja a íntegra aqui.

O primeiro parágrafo da reportagem:
Um ano após a descoberta do vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), feita pelo Estado, os cinco acusados ainda não foram ouvidos pela Justiça. O depoimento dos réus está agendado para 12 novembro. Estima-se que a sentença judicial saia até fevereiro. Anteontem, a reportagem que denunciou o vazamento rendeu ao Estado o Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo.

E segue o Baile de Gala na Republiqueta de Banânia.
Processos se acumulam até em corredores. Crimes prescrevem ao longo de seu "trâmite".
Condenados não cumprem pena.
A política se tornou uma "profissão".
O povo continua sem educação, sem saúde, sem saneamento básico, sem segurança, sem estradas, portos e aeroportos.
Em compensação, temos leis em profusão, que não servem para nada.
Ah! Sim! Temos a Copa, e também as olimpíadas. Grande coisa... Você, meu caro leitor, vai ganhar alguma coisa com isso? Seja sincero na sua resposta.

Domingo à noite. Ressaca cívica. Na TV e na rede, um tema domina a pauta.
Reflexões, pensamentos misturados e indignados, revolta, desânimo... Seria isso mesmo? Ou seria uma crise da idade?
Deixar um mundo melhor para nossos filhos... Já ouvi isso muitas vezes. Mas estamos deixando filhos melhores para o mundo? Podemos substituir, facilmente, nessas frases, mundo por país, e filhos por povo.
A eleição, finalmente, chegou e passou. Mas vem aí o segundo tempo da partida.
Pensou bem na hora de exercer seu dever cívico?
Sim, é um dever, por mais que tentem convencê-lo do contrário. Se fosse direito, poderia se exercido, ou não. E não me venham com essa conversinha de que, se quiser, não precisa votar. Até pode ser. Mas vá você tentar assumir um cargo, por ter passado em um concurso, se não estiver com suas obrigações eleitorais em dia... E deixe de apresentar o título eleitoral como documento obrigatório para ver se você toma posse...

O dia do barulhinho infernal

Neste domingo de dever cívico, enquanto muitos permaneceram em suas casas, curtindo um churrasco, ou almoço em família, ou coisa parecida, alguns enfrentaram um suplício digno das masmorras medievais.
Para quem vota, ou seja, fica na seção por apenas alguns instantes, já é um martírio. E para quem tem de ficar lá o dia todo?
Você pensa que é fácil aguentar aquele barulhinho infernal da urna eletrônica?
Deveriam pagar um adicional de insalubridade para os mesários.
Ninguém merece aquilo.
Minhas homenagens a essses bravos brasileiros que enfrentaram, resignados, o suplício.
Só que tenho uma má notícia, que tem seu lado positivo.
Dia 31 tem mais barulhinho.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tralhas

Ontem à noite fiz algo que deveria ter feito já há algum tempo, mas que, por um motivo ou outro (eles sempre existem), fui protelando: limpei e organizei minha mesa no escritório de casa (ou home-office, como se costuma dizer hoje em dia).
Fiquei impressionado com a quantidade de tralha e de papéis antigos e inúteis que encontrei.
O cesto de lixo ficou cheio em minutos.
Depois dessa "faxina", consegui arrumar até um bom espaço nas gavetas. Só espero que não junte mais tralha. Se bem que isso não posso prometer...
No domingo, já havia feito o mesmo com uma caixa enorme com o material da faculdade. Literalmente, coisas do século passado. Descartei tudo, sem dó, nem piedade.
Senti alguns calafrios durante o processo, talvez nem tanto pela tarde fria e chuvosa, mas sim pelas lembranças de algumas matérias tenebrosas e de alguns professores de classificação não muito melhor.
Mas o saldo foi positivo: mais lugar na estante da lavanderia, e alguns fantasmas devidamente exorcizados.
Certas lembranças ficam assim, como tralhas, guardadas nas gavetas ou caixas, por anos a fio. Quanto mais inertes, melhor.
Mas se, um dia, mexermos nelas, é melhor que as descartemos de vez. Sem dó, nem piedade.
Almas e gavetas limpas nos fazem bem.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Voz e sorriso, uma combinação certeira

Esta cantora e compositora norte-americana, nascida em Nova Iorque em 25 de junho de 1945, para mim, dispensa maiores apresentações.
Dona de uma voz marcante, começou cantando música folk na década de 60, e emplacou muitos sucessos ao longo de sua carreira, tais como The Right Thing to Do, You're So Vain, Nobody Does It Better, Let the River Run, You Know What to Do e Coming Around Again.
Seu sorriso parece que não tem fim, como pode ser visto abaixo.
Seu nome? Para quem ainda não matou a charada, é Carly Elisabeth Simon, ou simplesmente Carly Simon.
É outra boa dica para quem ainda não conhece a certeira combinação de voz macia e sorriso contagiante.


Esta imagem eu tirei daqui.

Sua página oficial na rede é: http://www.carlysimon.com/index.shtml.
Lá você pode ler mais a respeito dessa importante artista, e ver muitos de seus vídeos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cena urbana normal - 4

Esta é uma cena urbana natural, sem resquícios da estupidez humana.
Mais uma daquelas tardes quentes de final de inverno. Brisa apenas suficiente para mover as folhas.
Céu completamente cinza, mas sem nuvens, resultado das muitas queimadas e da ausência de chuva. O tempo seco permanecia implacável.
Da minha janela do escritório, noto um movimento diferente. Começo a procurar na árvore mais próxima, mas não vejo nada.
Depois de alguns instantes, lá está ele. Um pica-pau, fazendo aquilo que lhe dá o nome. Está preparando o ninho. Vejo-o saindo do buraco. É um pica-pau carijó (Colaptes melanochloros).
Caço a máquina fotográfica mais próxima, saio e chego mais perto. Consigo fazer algumas fotos com o zoom, mas saem tremidas.
Bem devagar, vou me aproximando. Ele fica imóvel, mas atento.

Quando me vê alguns centímetros mais perto, começa a subir pelo galho, e faz a pose para a foto.

Vantagens de se trabalhar cercado por árvores, certo? Sou um felizardo.
A natureza segue seu curso, apesar de nós, e não por nossa causa, e apesar de uns e outros acharem que o centro do universo está mais próximo de seus umbigos.
Você tem dúvidas de que a Terra sobreviveria sem a nossa espécie?

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ela chegou de repente...

Ela chegou de repente, de madrugada.
Fez-se anunciar invadindo e batendo portas, derrubando e espalhando folhas pelo chão.
Acordou toda a casa.
Derrubou alguns vasos, agredindo algumas plantas. Que teriam elas com isso? Elas pareciam apenas ansiosas...
Rosto rubro. Ou seriam tons de laranja-pálido? Não sei dizer ao certo.
Sibilou, entre dentes, um sussurro às vezes agudo, às vezes grave.
Levantei-me e saí, meio ressabiado.
Vi tudo quieto. Suas marcas ainda estavam por lá. Não, não foi um sonho.
Tumultuou, assustou e desapareceu.
Ou teria ficado, mas não notei, vencido que fui pelo sono?
Voltou pela manhã.
Chegou quieta, mas com semblante escurecido. Seria vergonha pela noite anterior?
Ficou rondando, como que à espreita.
Parecia não saber ao certo o que queria, ou o que iria fazer.
Talvez não soubesse bem como agir, pelo tempo que permaneceu longe de nós.
Há alguns dias, disseram-me não acreditar que viria tão cedo.
Outros, que já era para ter chegado. Disseram até duvidar de que ela viria, mesmo.
Só sei que ela chegou. Tímida, é certo. Ainda meio sem jeito.
Enfim, deu o ar de sua graça.
Apesar de tudo, já estava com saudades.
Espero que fique mais um tempo.
Mas só molhou o asfalto, depois de tê-lo sujado.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tempo seco 5

Calor sufocante, umidade relativa do ar abaixo de qualquer crítica, e água só nas torneiras (quer dizer, às vezes, nem isso, pois a pressão da água varia tanto ao longo do dia que escorrer seria a expressão mais adequada).
Viajando por estradas em que as queimadas são quase onipresentes, as paisagens não são muito diferentes desta:



Você pensa que o tempo está nublado?
Engano seu. No horizonte, apenas uma mistura de fumaça e poeira. Os pastos estão tão secos que o capim quase se esfarela ao toque. O gado está com as costelas à mostra.

E, ao chegar à minha cidade, deparei-me com esta cena. Só uma palavra: deprimente.



Quando será que a chuva nos dará o ar de sua graça? E, quando chegar, virá com aquela fúria represada, em um ataque repentino e cruel?
Começo a ficar preocupado...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mas isso é uma falta de educação!

O título do post tem tudo a ver com esta notícia, que já tem alguns dias.
Você pode vê-la aqui.

Na Folha:
13/09/2010 - 09h46
1/5 dos estudantes brasileiros sai do colegial com matemática de 4ª série

DE SÃO PAULO
Um quinto dos alunos que terminam o ensino médio no Brasil não sabe em matemática nem o que se espera para um estudante do 5º ano (ou 4ª série) do fundamental. A informação é da reportagem de Antônio Gois publicada na edição desta segunda-feira da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Ainda de acordo com o texto, apenas 11% têm conhecimento adequado para este nível de ensino na disciplina. No caso dos estudantes com conhecimento abaixo do 5º ano, isso significa que fazem apenas operações básicas como soma e divisão. Ao se depararem com gráficos com mais de uma coluna ou na hora de converter medidas --como quilogramas em gramas-- apresentam dificuldades.
Os dados foram obtidos pela Folha a partir da Prova Brasil e do Saeb, exames do Ministério da Educação que avaliam alunos de escolas públicas e particulares em matemática e português. Entre todos os níveis analisados --a prova avalia alunos no 5º e 9º anos do fundamental, além da última série do médio--, o pior desempenho foi em matemática no 3º ano do antigo colegial.


Acredito que o problema não é só em matemática.
Parece-me que, de uma maneira geral, o conhecimento dos alunos é cada vez menor.
Às vezes recebo aqueles e-mails com supostas "pérolas do ENEM". Se são todos verdadeiros, sinto arrepios quando penso que o país estará, em breve, nas mãos (e nas cabeças) de pessoas sem qualquer nível de preparo para enfrentar os desafios que se imporão. Se ao final do colegial (sim, no meu tempo era esse o nome) temos falhas como as citadas na reportagem, que condição têm esses alunos para enfrentar a universidade?
Que tipo de mentalidade, de conhecimento e de consciência crítica terão esses jovens? Como terão base teórica para questionar posições demagógicas e supostamente libertadoras de um modelo dito ultrapassado? Como saberão comparar fatos atuais com fatos históricos? Como farão as devidas correlações para descobrir que a História se repete, só mudando um pouco as "cores ideológicas"? Como saberão identificar teses fascistas travestidas de modernas e inclusivas?
Será que estamos num caminho sem volta, e que leva à ignorância coletiva?
Sou contra essa tal "empurração continuada". Sou do tempo em que o aluno, se não soubesse, "repetia de ano". Alguns amigos passaram por isso. É claro que o problema não é só esse, sendo um pouco mais complexo: estrutura física, formação, remuneração e qualificação dos professores, educação dos alunos (aquela que deveria vir de casa, e que muitos pais "delegam"), material didático, métodos de ensino, só para citar alguns.

A segunda florada dos ipês

Mais uma série de viagens, tendo como companhia o asfalto e a palidez irritante do céu que vai voltar a ser azul.
Nesses caminhos, certas paisagens merecem uma parada e alguns cliques.
É uma segunda florada dos ipês amarelos. Eles estão por toda parte, nos campos e nas cidades.
Em alguns casos, aparecem acompanhados de uns poucos e ainda tímidos ipês brancos.
Pena que a florada destes seja tão breve. Muitas vezes não temos a chance de captá-los como deveriam.
Mas algumas imagens dos amarelos alegram nossas vidas.







E para fechar com chave de ouro (aliás, uma cor bem pertinente neste caso), uma crônica de Rubem Alves, que você pode ler no original aqui. Um primor irretocável.

Os ipês estão floridos

Thoureau, que amava muito a natureza, escreveu que se um homem resolver viver nas matas para gozar o mistério da vida selvagem será considerado pessoa estranha ou talvez louca. Se, ao contrário, se puser a cortar as árvores para transformá-las em dinheiro (muito embora vá deixando a desolação por onde passe), será tido como homem trabalhador e responsável. Lembro-me disso todas as manhãs, pois na minha caminhada para o trabalho passo por um ipê rosa florido. A beleza é tão grande que fico ali parado, olhando sua copa contra o céu azul. E imagino que os outros, encerrados em suas pequenas bolhas metálicas rodantes, em busca de um destino, devem imaginar que não funciono bem.

Gosto dos ipês de forma especial. Questão de afinidade. Alegram-se em fazer as coisas ao contrário. As outras árvores fazem o que é normal - abrem-se para o amor na primavera, quando o clima é ameno e o verão está prá chegar, com seu calor e chuvas. O ipê faz amor justo quando o inverno chega, e a sua copa florida é uma despudorada e triunfante exaltação do cio.

Conheci os ipês na minha infância, em Minas, os pastos queimados pela geada, a poeira subindo das estradas secas e, no meio dos campos, os ipês solitários, colorindo o inverno de alegria. O tempo era diferente, moroso como as vacas que voltam em fim de tarde. As coisas andavam ao ritmo da própria vida, nos seus giros naturais. Mas agora, de repente, esta árvore de outros espaços irrompe no meio do asfalto, interrompe o tempo urbano de semáforos, buzinas e ultrapassagens, e eu tenho de parar ante esta aparição do outro mundo. Como aconteceu com Moisés, que pastoreava os rebanhos do sogro, e viu um arbusto pegando fogo, sem se consumir. Ao se aproximar para ver melhor, ouviu uma voz que dizia: “Tira as sandálias dos teus pés, pois a terra em que pisas é santa”. Acho que não foi sarça ardente. Deve ter sido um ipê florido. De fato, algo arde, sem queimar, não na árvore, mas na alma. E concluo que o escritor sagrado estava certo. Também eu acho sacrilégio chegar perto e pisar as milhares de flores caídas, tão lindas, agonizantes, tendo já cumprido sua vocação de amor.

Mas sei que o espaço urbano pensa diferente. O que é milagre para alguns é canseira para a vassoura de outros. Melhor o cimento limpo que a copa colorida. Lembro-me de um pé de ipê, indefeso, com sua casca cortada a toda volta. Meses depois, estava morto, seco. Mas não importa. O ritual de amor no inverno espalhará sementes pela terra e a vida triunfará sobre a morte, o verde arrebentará o asfalto. A despeito de toda a nossa loucura, os ipês continuam fiéis à sua vocação de beleza, e nos esperarão tranqüilos. Ainda haverá de vir um tempo em que os homens e a natureza conviverão em harmonia.

Agora são os ipês rosa. Depois virão os amarelos. Por fim, os brancos.

Cada um dizendo uma coisa diferente. Três partes de uma brincadeira musical, que certamente teria sido composta por Vivaldi ou Mozart, se tivessem vivido aqui.

Primeiro movimento, “Ipê Rosa”, andante tranqüilo, como o coral de Bach que descreve as ovelhas pastando. Ouve-se o som rural do órgão.

Segundo movimento, “Ipê Amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com as do ipê, fazem soar a exuberância da vida.

Terceiro movimento, “Ipê Branco”, moderato, em que os violoncelos falam de paz e esperança. Penso que os ipês são uma metáfora do que poderíamos ser. Seria bom se pudéssemos nos abrir para o amor no inverno...

Corra o risco de ser considerado louco: vá visitar os ipês. E diga-lhes que eles tornam o seu mundo mais belo. Eles nem o ouvirão e não responderão. Estão muito ocupados com o tempo de amar, que é tão curto. Quem sabe acontecerá com você o que aconteceu com Moisés, e sentirá que ali resplandece a glória divina... (Tempus Fugit, pág. 12).

domingo, 19 de setembro de 2010

Rock Progressivo

Eis um ramo do rock bastante controverso.
Uns amam, outros odeiam. Parece-me que ninguém fica indiferente a esse estilo.
Eu, particularmente, gosto.
E indico, desta vez, um grupo inglês formado no metade da década de 70, que tem um som muito bem trabalhado.
É o The Alan Parsons Project, cuja formação variou durante sua existência, com os seguintes integrantes: Alan Parsons, tecladista, produtor, engenheiro; Eric Woolfson, tecladista, produtor executivo; Andrew Powell, tecladista, arranjo para orquestra; Ian Bairnson, guitarrista; Baixo: David Paton (1975-1985) e Laurie Cottle (1985-1987); Bateria, Percussão: Stuart Tosh (1975-1977) e Stuart Elliott (1977-1987); Saxofone, Teclado: Mel Collins (1980-1984) e Richard Cottle (1984-1987); Vocais: Eric Woolfson, Lenny Zakatek, John Miles, Chris Rainbow, Colin Blunstone, David Paton, e muitos outros.
Na Wikipedia, há uma página sobre o grupo aqui.

Esta é a capa do disco Ammonia Avenue, de 1984, editado pela Arista Records.

A imagem foi tirada daqui.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Falar outras línguas é importante

Recebi agora há pouco uma mensagem, cujo texto reproduzo.
Sei que ela circula pela rede, mas não sei sua origem.
Só sei que dei boas risadas.

O Brasil sediará a Copa de 2014. Como muitos turistas de todo mundo estarão por aqui, é imprescindível o aprendizado de outros idiomas (em particular o inglês) para a melhor comunicação com eles.
Pensando em auxiliar no seu aprendizado, foi formulada uma solução prática e rápida!!
Chegou o sensacional e insuperável curso "The Book is on the Table", com muitas palavras que você usará durante a Copa do Mundo de 2014.

Veja como é fácil!

a) Is we in the tape! = É nóis na fita.
b) Tea with me that I book your face = Chá comigo que eu livro sua cara.(essa é SEN-SA-CI-O-NAL!!!!!)
c) I am more I = Eu sou mais eu.
d) Do you want a good-good? = Você quer um bom-bom?
e) Not even come that it doesn't have! = Nem vem que não tem!
f) She is full of nine o'clock = Ela é cheia de nove horas.
g) I am completely bald of knowing it. = Tô careca de saber.
h) Ooh! I burned my movie! = Oh! Queimei meu filme!
i) I will wash the mare. = Vou lavar a égua.
j) Go catch little coconuts! = Vai catar coquinho!
k) If you run, the beast catches, if you stay the beast eats! = Se correr, o bicho pega, se ficar o bicho come!
l) Before afternoon than never. = Antes tarde do que nunca.
m) Take out the little horse from the rain = Tire o cavalinho da chuva.
n) The cow went to the swamp. = A vaca foi pro brejo!
o) To give one of John the Armless = Dar uma de João-sem-Braço.

Gostou?
Quer ser poliglota?
Na compra do "The Book is on the Table" você ganha inteiramente grátis o incrível "The Book is on the table - World version"!!!

Outras línguas:

CHINÊS
a) Cabelo sujo: chin-champu.
b)Descalço: chin chinela.
c) Top less: chin-chu-tian.
d) Náufrago: chin-chu-lancha.
f) Pobre: chen luz, chen agua e chen gaz.

JAPONÊS
a) Adivinhador: komosabe.
b) Bicicleta: kasimoto.
c) Fim: saka-bo.
d) Fraco: yono komo.
e) Me roubaram a moto: yonovejo m'yamaha.
f) Meia volta: kasigiro.
g) Se foi: non-ta.
h) Ainda tenho sede: kiro maisagwa.

OUTRAS EM INGLÊS:
a) Banheira giratória: Tina Turner.
b) Indivíduo de bom autocontrole: Auto stop.
c) Copie bem: copyright.
d) Talco para caminhar: walkie talkie.

RUSSO
a) Conjunto de árvores: boshke.
b) Inseto: moshka.
c) Cão comendo donut's: Troski maska roska.
d) Piloto: simecaio patatof.
e) Prostituta: Lewinsky.
f) Sogra: storvo.

ALEMÃO
a) Abrir a porta: destranken.
b) Bombardeio: bombascaen.
c) Chuva: gotascaen.
d) Vaso: frask.