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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

George Orwell e o efeito Tostines

A vida atual está muito influenciada pelo efeito Tostines.
As pessoas estão mais liberadas, pois tudo está mais escancarado, ou tudo está mais escancarado, pois as pessoas estão mais liberadas?
Depois das muitas restrições impostas ao longo das décadas de 40, 50, 60 e 70, consolidou-se uma verdadeira liberação dos costumes e condutas sociais nas décadas de 80, 90 e 00. Conversas ao celular, no meio da rua, em altos brados, busca incessante por aparecer em colunas sociais (eletrônicas ou impressas), alterações de comportamento, desejo irrefreável de parecer “diferente” e se destacar da massa, a necessidade de ficar "on-line" pelo máximo de tempo possível, o uso irresponsável das chamadas “redes sociais” na internet, expondo perigosamente a intimidade, uso de drogas lícitas e ilícitas, desejo de poder pelo poder, são apenas alguns sintomas que noto em nossa sociedade, cada dia mais doente.
A internet, o celular, a expansão desenfreada da venda de máquinas fotográficas e filmadoras digitais, as transmissões ao vivo, via satélite, o aumento da quantidade de emissoras de TV, o uso de câmeras de monitoramento, tudo tem contribuído para que caminhemos para algo como a exposição total de nossa privacidade, seja ela por vontade própria (o exibicionismo é uma das características do ser humano), seja por vontade alheia e/ou necessidade (autoridades, empresas, instituições).
Esta situação já havia sido prevista no livro 1984, de George Orwell (cujo verdadeiro nome era Eric Arthur Blair), publicado em 1949, no qual todos os habitantes da Oceania (no livro, o mundo era dividido em Oceania, Eurásia, Lestasia e uma área chamada “em disputa”) eram monitorados por teletelas, em qualquer lugar que fossem. Foi nesse livro que surgiu a expressão Big Brother, Grande Irmão na versão em português, imagem-símbolo do regime totalitário implantado, e de sua ideologia, o IngSoc. Daí para aquela porcaria chamada aqui no Brasil de BBB, foi um pulo (o programa foi criado pela produtora holandesa de “reality shows” Endemol, e teve seus direitos de exibição adquiridos pela Globo).
Recomendo fortemente a leitura (ou a releitura, como é o meu caso) de 1984, com um olhar clínico e atento. Depois, cabe uma reflexão sincera sobre os rumos que nossa sociedade dita civilizada tem tomado. Você nota uma semelhança de métodos entre o regime do livro e certos governos de determinadas republiquetas, muitas delas tropicais? Para relembrar, e como exemplo didático, cito o próprio personagem principal do livro, Winston Smith, cuja função no Ministério da Verdade era a “retificação” de notícias já publicadas, alteradas de acordo com os interesses do Partido. Também vale lembrar uma das regras do regime nazista: uma mentira contada mil vezes passa a ser encarada como verdade.
Pense bem e responda à Pergunta Básica: esse é o tipo de sociedade na qual você gostaria de viver?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O livro e o efeito Tostines

Livro no Brasil é caro porque vende pouco.
Livro no Brasil vende pouco porque é caro.
É o efeito Tostines (só conhece quem é da turma antiga. Vou denunciando minha idade...).
Mas isso procede?
As editoras dizem que o brasileiro compra e lê pouco, o que faz com que as tiragens sejam reduzidas, aumentando os custos. Se as tiragens pudessem ser maiores, os preços poderiam ser menores, blá, blá, blá...
E os consumidores compram poucos livros, justamente porque são caros. E também porque não têm o hábito da leitura.
De uma maneira ou de outra, o livro é caro.
Há alguns anos, para estimar o preço de um livro tipo brochura, eu olhava a quantidade de páginas e dividia por 10. Se não acertasse, errava por muito pouco. Exemplo: se tivesse 400 páginas, custava em torno de R$ 40,00. Hoje, já passou disso, e por muito... Se tiver capa dura, então...
Algumas tentativas, por parte de certas editoras, têm sido feitas para baratear alguns títulos. São as séries editadas e vendidas nas bancas de jornais, a preços mais acessíveis. Tenho duas delas, da Nova Cultural: Os Pensadores e Obras Primas. Também tenho alguns romances que foram editados simultaneamnte pelo jornal O Globo, no Rio de Janeiro, e pela Folha, em São Paulo.
Se fossem mais baratos, teria muitos outros na estante.
Uma alternativa é frequentar os sebos.
Já disse em outro post a frase de Monteiro Lobato. Não preciso repeti-la.
É preciso ferir de morte esse terrível efeito Tostines.