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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Crônicas candangas 5

Amigos, voltei. Estou me acostumando com a nova rotina, OK? Em breve, mando um post sobre isso.

Mais de cem dias sem chuva. Secura total no planalto central. A grama está marrom, e parece crocante ao ser pisada. Qualquer brisa levanta nuvens de pó nos imensos espaços vazios.
Mesmo sem beber, parece que estamos de ressaca permanente. Os lábios ficam duros, a pele fica esbranquiçada, os olhos ardem e raspam. Os sintomas clássicos são a dor de cabeça e a urina bem amarela, que aparecem quando o estrago já está feito, ou seja, depois que passamos um bom tempo sem beber água.
Já adotei o costume: a garrafa e a caneca ficam sempre à mão. Mesmo sem sede, forço-me a beber este líquido precioso.
A seca, claro, deixa o céu sem nuvens. Ao amanhecer, este fenômeno proporciona um espetáculo impressionante: manhãs de um azul profundo, que só vai ser manchado lá pelo meio da tarde, quando começam a aparecer algumas manchas brancas.
Segundo os locais, é o prenúncio de que as chuvas começam a se aproximar.
Todos rezam para que isso aconteça logo. Eu também...

Este texto foi escrito há alguns dias, e logo depois tivemos dois dias de chuvas fracas, que foram suficientes apenas para causar alguns acidentes e para baixar um pouco o pó. Torço para que chova de verdade...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Crônicas candangas 4

A mudança chegou sem problemas, sem quebras e sem riscos. Enfim, sem traumas.
Boa parte das caixas foi aberta, muita tralha já está no seu devido lugar.
A casa já está com cara de casa, apesar de algumas coisas ainda estarem desaparecidas. Quem mudou alguma vez na vida, sabe do que estou falando.
A vizinhança é tranquila, com exceção de um cachorrão que late e uiva, e ouriça minha vira-lata, que desanda a latir. Coisas caninas...
Estamos estranhando a tal da secura do planalto central. Os lábios chegam a trincar de tão secos, e parece que vivemos de ressaca. A solução é abusar da água, e apelar para a manteiga de cacau.
Ontem ouvi que, aqui perto, a umidade relativa do ar chegou a 6%. Sorte que não uso lentes de contato...
Hoje o céu amanheceu coberto de fumaça. O entorno está em chamas. Que a chuva chegue logo!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Crônicas candangas 3

Finalmente, a hora da mudança chegou.
Foram dias de preparação, descartando o que não servia mais, doando o que ainda servia, mas que não queríamos mais, desmontando móveis, retirando e lavando as cortinas.
Dezenas de caixas preparadas, fechadas e numeradas.
Roupas e documentos separados.
Eletroeletrônicos embalados com carinho, assim como os cristais.
Em breve o caminhão seguirá para seu destino, nosso novo lar.
Lá, estaremos esperando, para enfrentarmos mais uma maratona, que é a remontagem de nossas coisas.
Há pessoas que se desesperam com essa situação. Não é fácil transformar um amontoado de caixas num lar, mas isso não nos assusta. É uma experiência renovadora.
Já estamos acostumados... Para mim, essa será a 16ª mudança.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Crônicas candangas 2

O ônibus avança pela estrada, rumo à capital. O trânsito ainda é tranquilo.
Já acordei faz tempo, de um dos muitos cochilos. Ao meu lado, minha esposa dorme profundamente. Não foi um sono contínuo. A mistura de sensações, a tensão e o desconforto não me deixaram descansar. Em algumas horas, começarei a materializar o sonho de assumir o tão desejado cargo.
No horizonte, a faixa amarela do amanhecer de 9 de agosto empurra o manto da noite. Não há nuvens no céu, e as últimas estrelas dão um até breve.
Ao longe, desenha-se o perfil das cidades-satélites, emolduradas pela iluminação artificial, que começa a se desligar.
O amanhecer de um novo dia, também o amanhecer de uma nova etapa, pessoal e profissional.
Fecho os olhos, e o passado me vem à mente, misturado aos sonhos do futuro. Erros e acertos, grandes e pequenos sucessos, amigos que vieram e que se foram. Em alguns dias, tudo isso vai se repetir, no nosso eterno ciclo de aprendizado.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Crônicas candangas 1

Inicio neste post a série Crônicas Candangas, resultado de minhas primeiras observações no Cerrado.

Esta mudança veio de repente, mas veio para ficar.
Em breve estarei definitivamente instalado no planalto central.
Correria, viagem, exames médicos, psicotécnico, procura por imóvel para alugar, cidade nova, trânsito maluco, seca. Uma salada digna de mexer com as bases de qualquer vivente. Mas vamos tirar isso tudo de letra.
Graças à internet e aos fóruns e grupos de discussão, já sou conhecido de muita gente. Minha fama chegou antes de mim.
Quarta-feira à tarde, paletó e gravata, antes do psicotécnico.
Chego na porta de uma sala previamente indicada por e-mail. Bato levemente na porta já aberta, olho para dentro e vejo uma moça se levantando, sorriso e braços abertos. Ganho um abraço longo e apertado.
- Muito prazer, eu sou...
- Ah, você é o Fulano! Que legal te conhecer pessoalmente. (virando-se para trás) Ei, olha só quem está aqui!
Do fundo da sala:
- Caramba! Finalmente você chegou. Todo mundo queria te conhecer! Vem cá! Vamos tomar um café!
Parece que já somos amigos de longa data. Quer dizer, somos, só que pelo mundo virtual. A conversa segue animada, com lembranças dos tempos iniciais do concurso.
Pela recepção carinhosa e atenciosa, definitivamente, vim para o lugar certo.