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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Psicologia em dois momentos

Um de meus amigos (daqueles do tempo em que o mundo era mais simples e analógico), sempre pródigo em garimpar coisas na rede, mandou-me uma mensagem que me fez refletir bastante sobre o teor psicológico e comportamental.
Veja você, caro leitor, uma lição de psicologia baseada em vários cenários, focados em dois momentos de nossa história recente.

Cenário 1: João não fica quieto na sala de aula. Interrompe e perturba os colegas.

1959: É mandado à sala da diretoria, fica parado esperando 1 hora, vem o diretor, dá-lhe uma bronca descomunal e ele volta tranquilo à classe.
2010: É mandado ao departamento de psiquiatria, diagnosticam-no como hiperativo, com transtornos de ansiedade e déficit de atenção em ADD. O psiquiatra receita então Rivotril. Ele se transforma num zumbi. Os pais reivindicam uma subvenção por ter um filho incapaz.

Cenário 2: Luis quebra o farol de um carro no seu bairro.

1959: Seu pai tira a cinta e aplica-lhe umas sonoras bordoadas no traseiro... A Luis nem lhe passa pela cabeça fazer outra nova "cagada", cresce normalmente, vai à universidade e se transforma num profissional de sucesso.
2010: Prendem o pai de Luis por maus tratos. Condenam-no a 5 anos de reclusão e, por 15 anos, deve abster-se de ver seu filho. Sem o guia de uma figura paterna, Luis volta-se para a droga, delinque e fica preso num presídio especial para adolescentes.

Cenário 3: José cai enquanto corria no pátio do colégio e machuca o joelho. Sua professora, Maria, encontra-o chorando e o abraça para confortá-lo...

1959: Rapidamente, José se sente melhor e continua brincando.
2010: A professora Maria é acusada de abuso sexual e é condenada a três anos de reclusão. José passa cinco anos em terapia. Seus pais processam o colégio por negligência e a professora por danos psicológicos, ganhando os dois juízos. Maria renuncia à docência, entra em depressão aguda e se suicida...

Cenário 4: Disciplina escolar

1959: Fazíamos bagunça na classe... O professor nos dava uma boa "mijada" e/ou encaminhava para a direção; chegando em casa, nosso velho nos castigava sem piedade.
2010: Fazemos bagunça na classe. O professor pede-nos desculpas por nos repreender e fica com a culpa por fazê-lo. Nosso velho vai até o colégio se queixar do docente e, para consolar o filhinho querido, verdadeiro prodígio incompreendido, compra-lhe uma moto nova.

Cenário 5: Horário de Verão.

1959: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. Não acontece nada.
2010: Chega o dia de mudança de horário de inverno para horário de verão. A gente sofre transtornos de sono, depressão, falta de apetite, e nas mulheres aparece celulite.

Cenário 6: Fim das férias.

1959: Depois de passar férias com toda a família enfiada num Gordini, após 15 dias de sol na praia, é hora de voltar. No dia seguinte trabalha-se e tudo bem.
2010: Depois de voltar de Cancún, numa viajem 'all inclusive', terminam as férias e a gente sofre das síndromes do abandono e do pânico, aparecem caspa e seborreia, sente palpitações e tremores...

Fica a pergunta...

QUANDO FOI QUE NOS TRANSFORMAMOS NESTE "BANDO DE BOSTAS"?

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A nova versão de O Alienista

Na Folha:
28/07/2010 - 11h29
Manual de diagnósticos de doença mental rotula até birra infantil como distúrbio

Leia na íntegra aqui.

Seguem os três primeiros parágrafos:
Espécie de bíblia global dos psiquiatras, o guia americano de saúde mental pode incluir na nova edição "distúrbios" como birra infantil e comilança compulsiva.
Em breve ninguém mais vai ser classificado como normal, disseram profissionais da área. Em um comunicado, eles criticaram a atualização do manual de diagnósticos e estatísticas da doença mental (DSM, na sigla em inglês), que valerá para 2013.
Para os especialistas, o guia pode descaracterizar a seriedade das doenças mentais, ao diagnosticar quase tudo como algum distúrbio.


A notícia me lembra um romance do grande Machado de Assis (apesar de eu, particularmente, não gostar muito dele), intitulado O Alienista.
O personagem principal, Simão Bacamarte, interna todos os habitantes da vila de Itaguaí na Casa Verde, pensando que todos eram loucos. Só ele fica de fora.
Só que ele chega à conclusão de que o louco era ele mesmo. Então, solta todos e se interna.
Parece que, em breve, teremos de internar os psicólogos e psiquiatras.

Para quem quiser, há um link na Wikipedia sobre a obra.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

De vilão a mocinho - um caminho que pode demorar

Você já deve ter vivido a situação de ser apontado como o vilão da história, devido a determinada postura, ou atitude, ou previsão, ou mesmo comentário.
Você enxerga o problema, mata a charada, fala, age, faz aquela cara de “Eu estou dizendo”, mas parece que só você se dá conta do tamanho da encrenca.
Muitos viram a cara, torcem o nariz, fazem comentários maldosos pelas costas (pois ninguém tem coragem de falar na cara), ou até mesmo se afastam completamente.
Só que o tempo passa, as evidências aparecem, as atitudes e os comentários foram acertados, certas previsões se concretizam, e aí todos aqueles que criticaram se reaproximam, como se nada tivesse acontecido, com a cara mais lavada do mundo.
Mas não espere que alguém se manifeste favoravelmente a você. Isso será doloroso demais para certos egos inflados pela teimosia soberana.
Mesmo que uns e outros não queiram, o vilão torna-se, milagrosamente, o mocinho-herói. O único inconveniente é que esse caminho pode demorar um pouco para ser percorrido. Você só precisa estar preparado.
Parece uma certa história da ficção científica (que alguns classificam como sendo apenas um capa-e-espada moderninho).
Comigo isso já aconteceu diversas vezes. E como eu estou acostumado, e me sinto bem no papel de vilão que se torna mocinho, aí vai uma homenagem ao personagem.

A foto está em vários sites, mas eu baixei daqui.