Olá, leitores (eu sei que vocês ainda estão aí), boa noite!
Passei muito tempo sem dar atenção ao meu blog, e nem eu mesmo sei o porquê. Mas vou tentar reavivar a chama dessa minha rotina de escrever sobre assuntos diversos do nosso dia a dia.
Mesmo com os muitos perrengues ao longo desses mais de dois anos sem postar, eu deveria ter usado este espaço como uma válvula de escape, como um confessionário, ou como algo do tipo.
Minha filha cresceu, meu pai veio morar comigo por um tempo, para depois partir para seu descanso, a carga de trabalho continuou grande, a crise da idade bateu forte, a descrença no governo só aumentou, e a briga com a balança continua.
E como se não bastasse, agora temos o COVID-19 para nos atormentar. Isolamento, teletrabalho, poucos deslocamentos, operações de guerra para simples idas ao mercado, aumento de algumas tensões no relacionamento familiar, por conta do convívio diário, contato com o mundo por meio das telas do computador e do celular, via internet, e pela TV (a cabo, pois a aberta está um lixo, e faz tempo), muito trabalho doméstico (eis aqui a verdadeira "neverending story") e pouca atividade física. Essa tem sido a tônica das últimas semanas.
Notícias ruins nos chegam aos montes, entre elas as mortes, o desemprego, a crise econômica, as trapalhadas dos governantes de plantão, a falta de máscaras, luvas, respiradores e álcool em gel, a queda das bolsas e a alta do dólar para níveis siderais, as companhias aéreas paradas, o turismo em queda livre.
De bom, mesmo, temos a queda brutal na demanda por petróleo, com a consequente redução dos preços da gasolina e dos níveis de poluição em muitas regiões. Vi nesses dias que os estoques de petróleo estão nas alturas, e a produção teve que ser reduzida. Não pensei que fosse ver isso durante minha vida.
São tempos difíceis, com muitos desafios pela frente. Mas espero que essa fase ruim passe, para que nossas vidas voltem ao normal. Só não sei qual será esse novo normal. Tomara que ele seja melhor que o anterior.
Novos tempos, e novas postagens, pois assunto é o que não falta.
Até de repente!
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segunda-feira, 27 de abril de 2020
quarta-feira, 3 de agosto de 2016
Virou moda
Há alguns dias, fui até o centrinho próximo de casa, para pagar umas contas, comprar remédios para a filhota, enfim, coisas de pai.
Estacionei o carro, desci, e olhei desinteressadamente para as lojas próximas. Notei que havia algo diferente ali. Sim, mas o quê?
Ah! Havia uma loja nova. Uma, não! Duas! Caramba, como a rotatividade está alta nesse pedaço!
Então eu notei que uma delas era uma barbearia. Dessas novas, que estão abrindo por todos os lados, cheia de firulas, com decoração ao estilo antigo. Com direito a games, cervejas diferentes e afins. Algumas têm até mesas de sinuca.
São a versão masculina dos salões de beleza, um point para tentar agregar os homens em torno de coisas "de homem". As mulheres devem pensar: "Como se não bastassem os botecos... Mais essa agora..."
Depois disso, passei a notar que há uma proliferação de novas barbearias, todas muito parecidas. Parecem franquias, que devem seguir o "padrão da marca".
Elas eram algo muito comum, antigamente. Um ponto de encontro, onde se lia o jornal do dia e as revistas da semana, se discutia sobre política, futebol e carros. E até se fazia a barba. Depois, aos poucos, foram sumindo. Poucas conseguiram sobreviver à popularização das lâminas de barbear, em substituição às temidas navalhas, que precisavam de mãos hábeis no seu manuseio, e ao abandono do uso das barbas. Estas ficaram nos rostos de apenas alguns renitentes usuários, assim como os bigodes.
Essa nova fase, com o renascimento desses estabelecimentos, é o resultado da "nova" moda de uso dos rostos masculinos cobertos por pelos. E isso dá trabalho. Em dois sentidos: uma barba bem feita requer cuidados, e nem todos têm tempo para isso, o que leva à necessidade de profissionais para realizar tais atividades, gerando empregos.
Resta saber quem vai conseguir sobreviver à concorrência. E quanto tempo vai durar essa moda.
Ah, sim! Li por aí que as barbas estão associadas à masculinidade. E este site aqui dá 10 motivos para deixá-la crescer.
Apenas a título de curiosidade, eu uso meu cavanhaque desde o ano 2000. Nesses 16 anos, só raspei o rosto umas três ou quatro vezes. Questão de escolha, sem influência de moda.
Estacionei o carro, desci, e olhei desinteressadamente para as lojas próximas. Notei que havia algo diferente ali. Sim, mas o quê?
Ah! Havia uma loja nova. Uma, não! Duas! Caramba, como a rotatividade está alta nesse pedaço!
Então eu notei que uma delas era uma barbearia. Dessas novas, que estão abrindo por todos os lados, cheia de firulas, com decoração ao estilo antigo. Com direito a games, cervejas diferentes e afins. Algumas têm até mesas de sinuca.
São a versão masculina dos salões de beleza, um point para tentar agregar os homens em torno de coisas "de homem". As mulheres devem pensar: "Como se não bastassem os botecos... Mais essa agora..."
Depois disso, passei a notar que há uma proliferação de novas barbearias, todas muito parecidas. Parecem franquias, que devem seguir o "padrão da marca".
Elas eram algo muito comum, antigamente. Um ponto de encontro, onde se lia o jornal do dia e as revistas da semana, se discutia sobre política, futebol e carros. E até se fazia a barba. Depois, aos poucos, foram sumindo. Poucas conseguiram sobreviver à popularização das lâminas de barbear, em substituição às temidas navalhas, que precisavam de mãos hábeis no seu manuseio, e ao abandono do uso das barbas. Estas ficaram nos rostos de apenas alguns renitentes usuários, assim como os bigodes.
Essa nova fase, com o renascimento desses estabelecimentos, é o resultado da "nova" moda de uso dos rostos masculinos cobertos por pelos. E isso dá trabalho. Em dois sentidos: uma barba bem feita requer cuidados, e nem todos têm tempo para isso, o que leva à necessidade de profissionais para realizar tais atividades, gerando empregos.
Resta saber quem vai conseguir sobreviver à concorrência. E quanto tempo vai durar essa moda.
Ah, sim! Li por aí que as barbas estão associadas à masculinidade. E este site aqui dá 10 motivos para deixá-la crescer.
Apenas a título de curiosidade, eu uso meu cavanhaque desde o ano 2000. Nesses 16 anos, só raspei o rosto umas três ou quatro vezes. Questão de escolha, sem influência de moda.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Vamos ligar os faróis!
A partir de amanhã começa a valer a determinação legal de acender os faróis nas estradas, durante o dia. Veja aqui o texto da Lei nº 13.290, de 23/05/2016.
O descumprimento custará R$ 85,13 e quatro pontos na CNH. Mas lembrem-se: o valor subirá em novembro!
Em tempos de necessidade de aumento do caixa dos governos, melhor fazer um lembrete desses da foto abaixo.
As estradas são lixo puro, sem sinalização, sem acostamentos, e com milhões de buracos. Não há dinheiro que baste para pagar os serviços mal feitos das empreiteiras e os devidos superfaturamentos.
Melhor que cumprir a sua parte, é mais cômodo obrigar o pobre contribuinte a acender os faróis durante o dia.
Menos obrigação para o Estado, e mais dinheiro arrecadado.
E nós? Ora, arquemos com mais algumas obrigações...
A imagem utilizada nesta postagem circula no facebook. Não sei quem é o autor. Mas é um artista!
PS: aqui no DF, a lista de "rodovias" é imensa. E é muito malandra! Quase tudo foi transformado em rodovia para aumentar a parcela da CIDE que é devida pela União ao governo distrital. As justificativas "oficiais" são pura balela. O que eles querem é mesmo a grana...
O descumprimento custará R$ 85,13 e quatro pontos na CNH. Mas lembrem-se: o valor subirá em novembro!
Em tempos de necessidade de aumento do caixa dos governos, melhor fazer um lembrete desses da foto abaixo.
As estradas são lixo puro, sem sinalização, sem acostamentos, e com milhões de buracos. Não há dinheiro que baste para pagar os serviços mal feitos das empreiteiras e os devidos superfaturamentos.
Melhor que cumprir a sua parte, é mais cômodo obrigar o pobre contribuinte a acender os faróis durante o dia.
Menos obrigação para o Estado, e mais dinheiro arrecadado.
E nós? Ora, arquemos com mais algumas obrigações...
A imagem utilizada nesta postagem circula no facebook. Não sei quem é o autor. Mas é um artista!
PS: aqui no DF, a lista de "rodovias" é imensa. E é muito malandra! Quase tudo foi transformado em rodovia para aumentar a parcela da CIDE que é devida pela União ao governo distrital. As justificativas "oficiais" são pura balela. O que eles querem é mesmo a grana...
terça-feira, 5 de julho de 2016
Arrume sua bagunça
Sua casa está uma verdadeira bagunça?
Você não consegue encontrar o que procura?
Você gasta horas preciosas do seu fim de semana tentando organizar um pouco seu quarto, seu escritório, sua sala?
Quando você abre os armários, o faz com muito cuidado para que as coisas não caiam sobre você?
Quando você abre as gavetas do guarda-roupa, tudo parece pular para fora, impedindo que elas se fechem novamente?
Há pilhas de roupas para lavar, e outras ainda maiores para passar?
Para mim, isso é muito familiar... Principalmente quando todos (pai, mãe, filha) "colaboram" para essa bagunça.
Agora há pouco, li uma reportagem no Extra sobre o tema, com o seguinte título:
Desorganização atrapalha funcionamento do cérebro e provoca estresse
Leia mais aqui.
O texto é de janeiro de 2016, mas aplica-se a qualquer ano, mês, dia, hora... Ao olhar para aqueles montes de coisas fora do seu devido lugar, o nível de estresse aumenta exponencialmente, a paciência se esgota em ritmo alucinante, e... E...
Alguém aí falou em gritar e sair correndo? Sim, muitas vezes essa é a vontade!
Mas, quando você voltar, tudo continuará como está. Talvez esteja até pior, pois o cônjuge (eita palavrinha feia!) e a criança continuarão ali, para levar a Teoria do Caos além de todos os limites conhecidos.
Tente organizar as coisas, e faça um esforço ainda maior para mantê-las tais como os clipes do nosso título, ou seja, em seu devido lugar.
Só assim você chegará ao final do domingo com níveis decentes de estresse, podendo sentar-se confortavelmente no sofá e degustar uma latinha de cerveja com aquela sensação de dever cumprido, vendo sua casa arrumada, pronta para começar mais uma semana de... bagunça!
Ah, não! De novo, não!
Você não consegue encontrar o que procura?
Você gasta horas preciosas do seu fim de semana tentando organizar um pouco seu quarto, seu escritório, sua sala?
Quando você abre os armários, o faz com muito cuidado para que as coisas não caiam sobre você?
Quando você abre as gavetas do guarda-roupa, tudo parece pular para fora, impedindo que elas se fechem novamente?
Há pilhas de roupas para lavar, e outras ainda maiores para passar?
Para mim, isso é muito familiar... Principalmente quando todos (pai, mãe, filha) "colaboram" para essa bagunça.
Agora há pouco, li uma reportagem no Extra sobre o tema, com o seguinte título:
Desorganização atrapalha funcionamento do cérebro e provoca estresse
Leia mais aqui.
O texto é de janeiro de 2016, mas aplica-se a qualquer ano, mês, dia, hora... Ao olhar para aqueles montes de coisas fora do seu devido lugar, o nível de estresse aumenta exponencialmente, a paciência se esgota em ritmo alucinante, e... E...
Alguém aí falou em gritar e sair correndo? Sim, muitas vezes essa é a vontade!
Mas, quando você voltar, tudo continuará como está. Talvez esteja até pior, pois o cônjuge (eita palavrinha feia!) e a criança continuarão ali, para levar a Teoria do Caos além de todos os limites conhecidos.
Tente organizar as coisas, e faça um esforço ainda maior para mantê-las tais como os clipes do nosso título, ou seja, em seu devido lugar.
Só assim você chegará ao final do domingo com níveis decentes de estresse, podendo sentar-se confortavelmente no sofá e degustar uma latinha de cerveja com aquela sensação de dever cumprido, vendo sua casa arrumada, pronta para começar mais uma semana de... bagunça!
Ah, não! De novo, não!
quarta-feira, 11 de julho de 2012
E ontem foi o Dia da Pizza
Amigos, ontem eu deveria ter postado algo sobre o Dia da Pizza, mas as performances sociais (quer saber mais sobre elas? É só pesquisar aqui no blog) me impediram. Saí direto do trabalho e fui a um sarau em homenagem aos 100 anos do rei do baião, Luiz Gonzaga, e cheguei tarde. Resultado: banho e cama, sem escalas digitais.
Mas agora seguem algumas notas sobre o tão falado dia em questão.
Mas agora seguem algumas notas sobre o tão falado dia em questão.
Segundo Saul Galvão, em seu blog no Estadão, http://blogs.estadao.com.br/saul-galvao/dia-da-pizza/,
o dia da pizza foi criado em 1985, pelo então secretário municipal de turismo
de São Paulo, Caio Pompeu de Toledo.
Após um concurso realizado entre as pizzarias da cidade de
São Paulo, foram escolhidas as melhores pizzas de mussarela e marguerita. O
concurso encerrou-se no dia 10 de julho, data que foi oficializada como Dia da
Pizza.
Após algumas pesquisas, descobri que a origem desse prato
não é a Itália. A história teria começado com os egípcios e os gregos, e
somente depois de alguns séculos chegou à bota europeia, que a adotou e
difundiu.
Para mais informações, o link da Wikipedia é este. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pizza
Por aqui, enquanto engordamos mais alguns gramas saboreando
este item fundamental da minha dieta, vamos observando como o país vai se
tornando um dos maiores produtores de pizza do mundo.
O cheiro do orégano se espalha pelos quatro cantos, pelos
quatro elementos, pelos três poderes e pelos três níveis federativos.
Grandes fornos são acesos, cuidados e mantidos pelas
autoridades e pelos mansos cidadãos da República da Banânia, durante os 365
dias do ano, 24 horas por dia.
Nunca antes na história da culinária se produziu tanta
pizza.
É só escolher o seu sabor predileto e comemorar.
terça-feira, 26 de junho de 2012
A cebola - um caso de amor e ódio
A cebola é uma daquelas coisas da vida que desperta amores e ódios.
Há os que a amam, e não sabem como a culinária poderia existir sem ela na preparação dos pratos. E há os que simplesmente a odeiam com todas as suas forças. Parece-me que, com ela, não há neutralidade possível.
Bem, faço parte do primeiro grupo. Adoro cebola, e pode ser frita, à milanesa, assada na brasa, no bife, na salada, com quibe...
Na semana passada fui almoçar num daqueles restaurantes com comida por quilo, sempre cheios, em que nos sentimos felizes quando conseguimos encontrar um lugar para sentar.
Fiz o meu prato, e nele constava uma carne acebolada, claro...
Sentei-me, iniciei a refeição e, depois de alguns minutos, um rapaz sentou-se na minha frente. Notei que ele empreendia uma busca em sua comida, analisando detidamente cada centímetro quadrado ao alcance de seus olhos. E começou uma operação meticulosa de retirada, para a beirada do prato, de cada mísero pedaço de cebola que encontrava.
Vários minutos de se passaram. A cada garfada, mais um pedacinho era encontrado e devidamente deslocado. Terminei meu almoço e levantei-me, a tempo de notar a enorme quantidade de cebola acumulada, apesar de ele ainda estar na metade do prato. Aquela "luta" ainda iria demorar longos minutos...
Sei que esse martírio se repete milhões de vezes ao dia, em todo o mundo. Enquanto eles brigam com a cebola, a comida esfria.
Se você quiser saber mais sobre esse bulbo amado e odiado, pode acessar a Wikipedia aqui. Tem esta página sobre o seu poder de cura, aqui. Talvez prefira receitas com cebola, aqui. Ou esta página sobre a Festa Nacional da Cebola, aqui.
Está bem! Está bem! Chega de falar de cebolas. Não precisa chorar!
Ah! Já ia me esquecendo! Tem outra coisa que também desperta amor e ódio: o alho! Mas dele eu falo outro dia.
Há os que a amam, e não sabem como a culinária poderia existir sem ela na preparação dos pratos. E há os que simplesmente a odeiam com todas as suas forças. Parece-me que, com ela, não há neutralidade possível.
Bem, faço parte do primeiro grupo. Adoro cebola, e pode ser frita, à milanesa, assada na brasa, no bife, na salada, com quibe...
Na semana passada fui almoçar num daqueles restaurantes com comida por quilo, sempre cheios, em que nos sentimos felizes quando conseguimos encontrar um lugar para sentar.
Fiz o meu prato, e nele constava uma carne acebolada, claro...
Sentei-me, iniciei a refeição e, depois de alguns minutos, um rapaz sentou-se na minha frente. Notei que ele empreendia uma busca em sua comida, analisando detidamente cada centímetro quadrado ao alcance de seus olhos. E começou uma operação meticulosa de retirada, para a beirada do prato, de cada mísero pedaço de cebola que encontrava.
Vários minutos de se passaram. A cada garfada, mais um pedacinho era encontrado e devidamente deslocado. Terminei meu almoço e levantei-me, a tempo de notar a enorme quantidade de cebola acumulada, apesar de ele ainda estar na metade do prato. Aquela "luta" ainda iria demorar longos minutos...
Sei que esse martírio se repete milhões de vezes ao dia, em todo o mundo. Enquanto eles brigam com a cebola, a comida esfria.
Se você quiser saber mais sobre esse bulbo amado e odiado, pode acessar a Wikipedia aqui. Tem esta página sobre o seu poder de cura, aqui. Talvez prefira receitas com cebola, aqui. Ou esta página sobre a Festa Nacional da Cebola, aqui.
Está bem! Está bem! Chega de falar de cebolas. Não precisa chorar!
Ah! Já ia me esquecendo! Tem outra coisa que também desperta amor e ódio: o alho! Mas dele eu falo outro dia.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Véi, na boa!
Vi esse quadro no blog Crônicas Urbanas (o link para ele está aí do lado, e realmente vale a pena conhecer).
Não resisti à tentação, e trouxe para cá.
Apesar de dizerem por aí que é gíria recente de adolescentes, eu mesmo já usava o "véi" no final do século passado, lá na minha cidade natal, só que não com tantas variações de significado.
Véi, na boa! A língua é mesmo evolutiva...
Não resisti à tentação, e trouxe para cá.
Apesar de dizerem por aí que é gíria recente de adolescentes, eu mesmo já usava o "véi" no final do século passado, lá na minha cidade natal, só que não com tantas variações de significado.
Véi, na boa! A língua é mesmo evolutiva...
segunda-feira, 5 de março de 2012
Por essa eu não esperava...
Mais uma daquelas postagens que pode ser incluída na série "daqui a pouco muda, não se preocupe".
Acabei de ler no "Globo". O link é este.
A reportagem é de Cláudio Motta, e foi publicada hoje, sendo atualizada às 17h59.
"Pesquisa indica que sorvete pode viciar como as drogas"
O subtítulo diz que a vontade de tomar sorvete provocaria reações cerebrais semelhantes às de usuários de cocaína. O texto relata que foi realizada uma pesquisa, publicada na revista especializada "American Journal of Clinical Nutrition", onde se afirma que é comum sentir o gosto de "quero mais" depois de se consumir sorvete. E que tal desejo pode ser tão viciante quanto o relacionado ao consumo de drogas ilegais.
Assim como já aconteceu com o café, com o chocolate e com os ovos, tomara que publiquem rapidinho a pesquisa que desmente esses resultados.
A propósito, não sei porque, mas me deu uma vontade de tomar um sorvete de pistache. Mas também pode ser um de nozes, ou de chocolate, ou de creme...
Acabei de ler no "Globo". O link é este.
A reportagem é de Cláudio Motta, e foi publicada hoje, sendo atualizada às 17h59.
"Pesquisa indica que sorvete pode viciar como as drogas"
O subtítulo diz que a vontade de tomar sorvete provocaria reações cerebrais semelhantes às de usuários de cocaína. O texto relata que foi realizada uma pesquisa, publicada na revista especializada "American Journal of Clinical Nutrition", onde se afirma que é comum sentir o gosto de "quero mais" depois de se consumir sorvete. E que tal desejo pode ser tão viciante quanto o relacionado ao consumo de drogas ilegais.
Assim como já aconteceu com o café, com o chocolate e com os ovos, tomara que publiquem rapidinho a pesquisa que desmente esses resultados.
A propósito, não sei porque, mas me deu uma vontade de tomar um sorvete de pistache. Mas também pode ser um de nozes, ou de chocolate, ou de creme...
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Reflexões na sombra da jaqueira
Depois de jogar tênis sob um mormaço quase sufocante, descemos para o bar à beira do lago. O calor pedia uma cerveja gelada, antes do almoço.
Vimos uma mesa sob uma sombra bem convidativa, e dirigimo-nos para lá.
Ao chegarmos, notei que a sombra era de uma jaqueira, e bem carregada. Nossa sorte é que os frutos ainda estavam pequenos. Preciso me lembrar de não ocupar essa mesa daqui a algumas semanas, por motivos óbvios...
Estávamos lá, curtindo a tranquilidade da paisagem, quando uma conversa na mesa ao lado me chamou a atenção.
Tá bom! Prestar atenção na conversa dos outros é coisa de fofoqueiro, mas dessa vez não deu para evitar.
Eu voltei do banheiro, sentei, e minha esposa retomou normalmente o assunto que conversávamos antes. Só que ela me fez um sinal: franziu a testa, e olhou de rabo de olho para a mesa ao lado. Entendi o recado, e continuamos nosso papo.
Eram dois casais conversando, e uma das moças disse mais ou menos o seguinte:
- Eu andava meio desanimada, e o fulano me deu uns comprimidos para tomar. Ele disse que eu teria mais ânimo para fazer academia. Na primeira vez, não fez efeito na hora. Continuei na mesma... Voltei para casa, tomei banho e fui para a cama. Aí sim o troço fez efeito! Não consegui dormir. Passei a noite inteira em claro! Já imaginou como foi o dia seguinte...
E um dos rapazes perguntou:
- Mas e aí? Continuou tomando?
- Ô! Agora tomo três por semana, dia sim, dia não! Puxo ferro sem nem sentir! Dá para ver o resultado, né?
- Se dá!
- Caramba, agora não consigo viver sem esse negócio...
A partir daí, desligamo-nos da conversa “instrutiva”. A cerveja tinha acabado, e a fome apertou. Foi o sinal para irmos para o restaurante.
Durante o almoço, fiquei pensando não na conversa, mas no fato em si.
Nossa sociedade tem dado cada vez mais ênfase à aparência, em detrimento do que temos na massa encefálica. São legiões de pessoas, desde jovens a idosos, agindo como se isso fosse uma verdadeira religião. Um culto aos corpos sarados, bronzeados e torneados.
E um efeito disso pode ser visto no planalto central. As academias devem ser um excelente negócio por aqui, pois vivem cheias. Perto de casa, num raio de um quilômetro, mais ou menos, já contamos umas quatro.
É elogiável que se queira uma melhor qualidade de vida, mais saúde, mais tônus muscular, mais força e vitalidade.
Entretanto, muita gente passa a praticar tanto que isso se torna um verdadeiro vício. Não conseguem ficar mais do que dois dias sem “puxar um ferro”. Acho que devem sentir algo próximo à tal crise de abstinência.
E isso se torna ainda pior quando o vício físico se alimenta do vício químico, como no caso acima.
Outro aspecto desse fenômeno social é que já tenho visto pessoas acima de 60 anos totalmente “marombadas”. Pelas costas, vemos um homem ou uma mulher com corpos admitidos como bonitos. Já vi gente na rua “quebrando o pescoço” para olhar mulheres “desejáveis”, e depois de alguns segundos se aperceberem da realidade, ao verem o rosto de tais mulheres. Imagino o que se passou na mente do galanteador de plantão:
- Uau! Que beleza, hein? Vou chegar junto da gatinha...
Ao chegar mais perto, em frações de segundo, a decepção estampada no rosto:
- Ahn? Como? Mas... mas... Bem, deixa prá lá!
Braços e pernas musculosos, encimados por um rosto totalmente incompatível com a realidade corporal. Nada contra, mas também nada a favor.
Envelhecer com dignidade é uma arte, que poucos dominam.
Vimos uma mesa sob uma sombra bem convidativa, e dirigimo-nos para lá.
Ao chegarmos, notei que a sombra era de uma jaqueira, e bem carregada. Nossa sorte é que os frutos ainda estavam pequenos. Preciso me lembrar de não ocupar essa mesa daqui a algumas semanas, por motivos óbvios...
Estávamos lá, curtindo a tranquilidade da paisagem, quando uma conversa na mesa ao lado me chamou a atenção.
Tá bom! Prestar atenção na conversa dos outros é coisa de fofoqueiro, mas dessa vez não deu para evitar.
Eu voltei do banheiro, sentei, e minha esposa retomou normalmente o assunto que conversávamos antes. Só que ela me fez um sinal: franziu a testa, e olhou de rabo de olho para a mesa ao lado. Entendi o recado, e continuamos nosso papo.
Eram dois casais conversando, e uma das moças disse mais ou menos o seguinte:
- Eu andava meio desanimada, e o fulano me deu uns comprimidos para tomar. Ele disse que eu teria mais ânimo para fazer academia. Na primeira vez, não fez efeito na hora. Continuei na mesma... Voltei para casa, tomei banho e fui para a cama. Aí sim o troço fez efeito! Não consegui dormir. Passei a noite inteira em claro! Já imaginou como foi o dia seguinte...
E um dos rapazes perguntou:
- Mas e aí? Continuou tomando?
- Ô! Agora tomo três por semana, dia sim, dia não! Puxo ferro sem nem sentir! Dá para ver o resultado, né?
- Se dá!
- Caramba, agora não consigo viver sem esse negócio...
A partir daí, desligamo-nos da conversa “instrutiva”. A cerveja tinha acabado, e a fome apertou. Foi o sinal para irmos para o restaurante.
Durante o almoço, fiquei pensando não na conversa, mas no fato em si.
Nossa sociedade tem dado cada vez mais ênfase à aparência, em detrimento do que temos na massa encefálica. São legiões de pessoas, desde jovens a idosos, agindo como se isso fosse uma verdadeira religião. Um culto aos corpos sarados, bronzeados e torneados.
E um efeito disso pode ser visto no planalto central. As academias devem ser um excelente negócio por aqui, pois vivem cheias. Perto de casa, num raio de um quilômetro, mais ou menos, já contamos umas quatro.
É elogiável que se queira uma melhor qualidade de vida, mais saúde, mais tônus muscular, mais força e vitalidade.
Entretanto, muita gente passa a praticar tanto que isso se torna um verdadeiro vício. Não conseguem ficar mais do que dois dias sem “puxar um ferro”. Acho que devem sentir algo próximo à tal crise de abstinência.
E isso se torna ainda pior quando o vício físico se alimenta do vício químico, como no caso acima.
Outro aspecto desse fenômeno social é que já tenho visto pessoas acima de 60 anos totalmente “marombadas”. Pelas costas, vemos um homem ou uma mulher com corpos admitidos como bonitos. Já vi gente na rua “quebrando o pescoço” para olhar mulheres “desejáveis”, e depois de alguns segundos se aperceberem da realidade, ao verem o rosto de tais mulheres. Imagino o que se passou na mente do galanteador de plantão:
- Uau! Que beleza, hein? Vou chegar junto da gatinha...
Ao chegar mais perto, em frações de segundo, a decepção estampada no rosto:
- Ahn? Como? Mas... mas... Bem, deixa prá lá!
Braços e pernas musculosos, encimados por um rosto totalmente incompatível com a realidade corporal. Nada contra, mas também nada a favor.
Envelhecer com dignidade é uma arte, que poucos dominam.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Conversa de consultório
Aproveitamos a semana que passou para fazer algumas coisas que estavam pendentes, como tirar a segunda via do RG (disseram-me que o “velho”, sem o dígito de controle, seria inválido. Será? Em todo caso...), e para algumas consultas médicas.
Levantamos cedo, e lá estávamos, esperando nossa vez, num dos consultórios.
Eu estava bastante entretido na leitura, curtindo os últimos momentos de minhas lentes antigas (pois uma das consultas da semana seria no oftalmologista), quando minha mulher me cutucou:
- Eu pensei que só em salão de beleza se fizesse fofoca.
- Ahn? Como assim?
- Você não está ouvindo? - e apontou discretamente para o balcão, onde a recepcionista conversava animadamente e em voz alta com outra mulher.
- Não. O que foi?
- Repara só! As duas ali, aparentemente, só não falaram de quem está aqui na sala de espera...
Parei minha leitura e prestei atenção por alguns instantes. Falaram de roupas de festa em casamentos, de quem não sabia se vestir, de quem parecia ter perdido a vontade até de pintar o cabelo após um acidente, e de alguém que, por gostar de beber, agora, se quisesse continuar com isso, teria que abdicar do whisky e apelar para a pinga, por estar “quebrado”.
Isso tudo sem perder o fôlego, em menos de quatro minutos, e entremeado com os telefonemas e atendimentos de quem chegava ao balcão.
Balancei a cabeça e voltei à minha leitura, não sem antes me lembrar da pergunta de minha esposa, e também de uma frase que vi no Facebook há alguns dias:
Promoção imperdível: pague minhas contas, assuma meus problemas e ganhe, inteiramente grátis, o direito de se meter na minha vida.
Este é o tal cerumano, cada vez mais intrometido e fofoqueiro, e cada vez menos discreto.
Ainda bem que fomos chamados para a consulta logo a seguir.
Mas... Esperem um pouco...
Pensando bem, quem me garante que não fomos o próximo assunto?
Levantamos cedo, e lá estávamos, esperando nossa vez, num dos consultórios.
Eu estava bastante entretido na leitura, curtindo os últimos momentos de minhas lentes antigas (pois uma das consultas da semana seria no oftalmologista), quando minha mulher me cutucou:
- Eu pensei que só em salão de beleza se fizesse fofoca.
- Ahn? Como assim?
- Você não está ouvindo? - e apontou discretamente para o balcão, onde a recepcionista conversava animadamente e em voz alta com outra mulher.
- Não. O que foi?
- Repara só! As duas ali, aparentemente, só não falaram de quem está aqui na sala de espera...
Parei minha leitura e prestei atenção por alguns instantes. Falaram de roupas de festa em casamentos, de quem não sabia se vestir, de quem parecia ter perdido a vontade até de pintar o cabelo após um acidente, e de alguém que, por gostar de beber, agora, se quisesse continuar com isso, teria que abdicar do whisky e apelar para a pinga, por estar “quebrado”.
Isso tudo sem perder o fôlego, em menos de quatro minutos, e entremeado com os telefonemas e atendimentos de quem chegava ao balcão.
Balancei a cabeça e voltei à minha leitura, não sem antes me lembrar da pergunta de minha esposa, e também de uma frase que vi no Facebook há alguns dias:
Promoção imperdível: pague minhas contas, assuma meus problemas e ganhe, inteiramente grátis, o direito de se meter na minha vida.
Este é o tal cerumano, cada vez mais intrometido e fofoqueiro, e cada vez menos discreto.
Ainda bem que fomos chamados para a consulta logo a seguir.
Mas... Esperem um pouco...
Pensando bem, quem me garante que não fomos o próximo assunto?
sábado, 23 de julho de 2011
Malas, malinhas e maletas
A semana que passou foi sui generis.
Parece que todos os malas da região fizeram um flash mob e apareceram lá no escritório.
Chegamos a ter seis ao mesmo tempo na tarde de sexta-feira.
Os que não puderam comparecer, fizeram-se presentes pelo telefone.
Sem querer fazer propaganda, mas dei um nome a este período: semana Le Postiche. Malas para todos os gostos...
E vocês sabem que mala que é mala pensa que é legal, que sabe contar piadas, que não fala alto. E que todos precisam ouvir suas conversas extremamente “importantes” no celular, atendido em altos brados. E tem cada toque “legal”: desde canto de curió e latido de cachorro a grilos, músicas de gosto duvidosíssimo e uma frase tipicamente mala “pai, ô pai, atende o celular, pai”.
E todos têm a certeza de que, por não terem mais nada a fazer a não ser nos aporrinhar, podem ficar nos alugando, pois nós também não temos mais nada a fazer a não ser atendê-los...
E o pior é o mala que fuma tanto, mas tanto, que parece que ainda está fumando, mesmo depois de apagar o cigarro, pois o cheiro da fumaça está impregnado nele.
Alguém sabe como faço para conseguir um estágio no check-in de uma companhia aérea? Preciso aprender, com urgência, a despachar malas...
Parece que todos os malas da região fizeram um flash mob e apareceram lá no escritório.
Chegamos a ter seis ao mesmo tempo na tarde de sexta-feira.
Os que não puderam comparecer, fizeram-se presentes pelo telefone.
Sem querer fazer propaganda, mas dei um nome a este período: semana Le Postiche. Malas para todos os gostos...
E vocês sabem que mala que é mala pensa que é legal, que sabe contar piadas, que não fala alto. E que todos precisam ouvir suas conversas extremamente “importantes” no celular, atendido em altos brados. E tem cada toque “legal”: desde canto de curió e latido de cachorro a grilos, músicas de gosto duvidosíssimo e uma frase tipicamente mala “pai, ô pai, atende o celular, pai”.
E todos têm a certeza de que, por não terem mais nada a fazer a não ser nos aporrinhar, podem ficar nos alugando, pois nós também não temos mais nada a fazer a não ser atendê-los...
E o pior é o mala que fuma tanto, mas tanto, que parece que ainda está fumando, mesmo depois de apagar o cigarro, pois o cheiro da fumaça está impregnado nele.
Alguém sabe como faço para conseguir um estágio no check-in de uma companhia aérea? Preciso aprender, com urgência, a despachar malas...
terça-feira, 5 de julho de 2011
Uma brasileiríssima Noite Portuguesa
Tinha tudo para ser uma memorável noite de sábado.
Encontraríamos os amigos na Noite Portuguesa, logo depois de um outro compromisso.
Quando chegamos, o evento já havia começado. Deixei minha esposa na entrada e fui procurar uma vaga para estacionar. Orientado pelo segurança no estacionamento, deixei o carro láááá longe, e vim andando pela parte de trás do salão. O som do conjunto chegava até mim meio abafado, mas percebi claramente: tanto o cantor, quanto a cantora, deram uma desafinada homérica. Tremi, mas pensei que poderia ter sido apenas um deslize numa música mais difícil de cantar.
Encontrei minha esposa, entregamos os convites e entramos no salão. Apesar de lotado, tínhamos nossos lugares já guardados, e não teríamos problemas para sentar.
Tomei um susto: o som estava insuportavelmente alto, chegando a doer nos ouvidos. Quando sentamos, percebemos que só conseguiríamos conversar se gritássemos uns com os outros, mesmo que fosse com a pessoa do lado na mesa.
A comida estava excelente, principalmente o bacalhau, mas o vinho tinto seco acabou antes do meio do jantar. Dali a pouco, o branco seco teve o mesmo destino. A seguir, o tinto suave. O branco suave deixava muito a desejar. Sobrou a cerveja...
E o tal conjunto não se emendava. Além do som altíssimo, simplesmente destruiu várias músicas, a ponto de torná-las irreconhecíveis com arranjos, digamos, diferentes. Por exemplo, só consegui identificar um Creedence Clearwater Revival lá pelo meio da música, e uma Alcione só pelo refrão...
Mas os dançarinos eram especialistas em trocar de roupas. No máximo a cada duas, lá se iam pela cortina adentro, para voltar em novos trajes, e com coreografias meio assim, como direi, duvidosas...
De repente, o cantor anuncia: o melhor dos anos 70. Agora sim, pensei, deve vir alguma coisa boa. Os dançarinos com roupas, óculos escuros e perucas estilo black power, todos em tons berrantes, e atacam de Can You Feel It, do Jean-Roch. Tá, a música é legal, animada, o som pode até ser parecido com o dos anos 70, mas a música, definitivamente, não é dessa década...
Tentam outra vez, anunciando o melhor de Sidney Magal, e tocam Gipsy Kings...
Bem, era para ser uma noite portuguesa. Mas não ouvi nem um fado, nem sequer um Roberto Leal. E o conjunto, mais uma vez, errou a mão. De repente, do nada, começam a tocar uma tarantella, com os dançarinos vestidos a caráter, de verde, vermelho e branco, e de pandeirinho na mão...
Pista cheia, apesar da música mal tocada, e eis que surge uma axé-music (argh!!). A pista limpa num piscar de olhos, e o conjunto ainda insiste, tentando "animar" a galera. As pessoas só voltam depois de soarem alguns acordes de forró. Mas só deu para entender que era uma música conhecida pelo refrão...
Minha paciência já havia se esgotado. Sabe quando você começa a olhar insistentemente para o relógio e pedir para que o martírio acabe?
Final de festa, meus ouvidos definitivamente detonados e zumbindo, minha garganta destruída de tanto gritar para me fazer entender, posso resumir: valeu pela comida e pela companhia.
Se eu quiser ouvir boa música, em níveis civilizados de altura, tenho certeza: vou fazer isso em casa. Pois, se depender dessas tais super-bandas cheias de firulas e figurinos, contratadas a peso de ouro, já tenho o meu veredito: não vai dar certo...
Encontraríamos os amigos na Noite Portuguesa, logo depois de um outro compromisso.
Quando chegamos, o evento já havia começado. Deixei minha esposa na entrada e fui procurar uma vaga para estacionar. Orientado pelo segurança no estacionamento, deixei o carro láááá longe, e vim andando pela parte de trás do salão. O som do conjunto chegava até mim meio abafado, mas percebi claramente: tanto o cantor, quanto a cantora, deram uma desafinada homérica. Tremi, mas pensei que poderia ter sido apenas um deslize numa música mais difícil de cantar.
Encontrei minha esposa, entregamos os convites e entramos no salão. Apesar de lotado, tínhamos nossos lugares já guardados, e não teríamos problemas para sentar.
Tomei um susto: o som estava insuportavelmente alto, chegando a doer nos ouvidos. Quando sentamos, percebemos que só conseguiríamos conversar se gritássemos uns com os outros, mesmo que fosse com a pessoa do lado na mesa.
A comida estava excelente, principalmente o bacalhau, mas o vinho tinto seco acabou antes do meio do jantar. Dali a pouco, o branco seco teve o mesmo destino. A seguir, o tinto suave. O branco suave deixava muito a desejar. Sobrou a cerveja...
E o tal conjunto não se emendava. Além do som altíssimo, simplesmente destruiu várias músicas, a ponto de torná-las irreconhecíveis com arranjos, digamos, diferentes. Por exemplo, só consegui identificar um Creedence Clearwater Revival lá pelo meio da música, e uma Alcione só pelo refrão...
Mas os dançarinos eram especialistas em trocar de roupas. No máximo a cada duas, lá se iam pela cortina adentro, para voltar em novos trajes, e com coreografias meio assim, como direi, duvidosas...
De repente, o cantor anuncia: o melhor dos anos 70. Agora sim, pensei, deve vir alguma coisa boa. Os dançarinos com roupas, óculos escuros e perucas estilo black power, todos em tons berrantes, e atacam de Can You Feel It, do Jean-Roch. Tá, a música é legal, animada, o som pode até ser parecido com o dos anos 70, mas a música, definitivamente, não é dessa década...
Tentam outra vez, anunciando o melhor de Sidney Magal, e tocam Gipsy Kings...
Bem, era para ser uma noite portuguesa. Mas não ouvi nem um fado, nem sequer um Roberto Leal. E o conjunto, mais uma vez, errou a mão. De repente, do nada, começam a tocar uma tarantella, com os dançarinos vestidos a caráter, de verde, vermelho e branco, e de pandeirinho na mão...
Pista cheia, apesar da música mal tocada, e eis que surge uma axé-music (argh!!). A pista limpa num piscar de olhos, e o conjunto ainda insiste, tentando "animar" a galera. As pessoas só voltam depois de soarem alguns acordes de forró. Mas só deu para entender que era uma música conhecida pelo refrão...
Minha paciência já havia se esgotado. Sabe quando você começa a olhar insistentemente para o relógio e pedir para que o martírio acabe?
Final de festa, meus ouvidos definitivamente detonados e zumbindo, minha garganta destruída de tanto gritar para me fazer entender, posso resumir: valeu pela comida e pela companhia.
Se eu quiser ouvir boa música, em níveis civilizados de altura, tenho certeza: vou fazer isso em casa. Pois, se depender dessas tais super-bandas cheias de firulas e figurinos, contratadas a peso de ouro, já tenho o meu veredito: não vai dar certo...
terça-feira, 26 de abril de 2011
Olha ela aí de novo!
Lembram dela? Escrevi um post sobre o caso, aqui.
Na Folha, aqui.
26/04/2011 - 08h53
Londres nega entrada à mexicana que fez greve de fome para boda real
A "greve de fome" tal Estíbalis Chávez durou 16 dias, e ela emagreceu 8 quilos. Acabou conseguindo um "patrocinador" para pagar a viagem a Londres, e levou o tal quadro embaixo do braço. Isso é que é ter dinheiro sobrando.
Agora o cara tenta conseguir que alguém se responsabilize por ela na Inglaterra, para que as autoridades a deixem entrar no país.
Com isso, ambos vão ganhando mais quinze minutinhos de fama.
A propósito: Billy e Kat nos convidaram, mas não vamos poder comparecer. Temos um outro casamento no sábado, e não conseguiríamos voltar a tempo.
Para quem quiser, as TVs (abertas e a cabo) vão cobrir o "casamento real" já a partir das 05h00, com direito a comentários dos "especialistas" (sempre eles! Decerto devem ser especialistas em casamentos reais, pois não?).
Realmente, um programa "imperdível".
Por favor, me incluam fora dessa.
Na Folha, aqui.
26/04/2011 - 08h53
Londres nega entrada à mexicana que fez greve de fome para boda real
A "greve de fome" tal Estíbalis Chávez durou 16 dias, e ela emagreceu 8 quilos. Acabou conseguindo um "patrocinador" para pagar a viagem a Londres, e levou o tal quadro embaixo do braço. Isso é que é ter dinheiro sobrando.
Agora o cara tenta conseguir que alguém se responsabilize por ela na Inglaterra, para que as autoridades a deixem entrar no país.
Com isso, ambos vão ganhando mais quinze minutinhos de fama.
A propósito: Billy e Kat nos convidaram, mas não vamos poder comparecer. Temos um outro casamento no sábado, e não conseguiríamos voltar a tempo.
Para quem quiser, as TVs (abertas e a cabo) vão cobrir o "casamento real" já a partir das 05h00, com direito a comentários dos "especialistas" (sempre eles! Decerto devem ser especialistas em casamentos reais, pois não?).
Realmente, um programa "imperdível".
Por favor, me incluam fora dessa.
Seus problemas acabaram!
Tanto faz se você assiste aos canais abertos ou aos canais pagos. Eles estão lá, implacáveis, quase onipresentes: os tais infomerciais de equipamentos de ginástica.
Eles são a última palavra em tecnologia.
Todos prometem verdadeiros milagres, como reduzir medidas, tonificar músculos, definir contornos, aumentar a massa muscular, criar corpos de dar inveja em “ratos de academia”, e tudo isso com apenas cinco minutos diários, sem esforço, no conforto do seu lar etc, etc, etc. Basta assistir a qualquer “programa” do tipo “seus problemas acabaram” para saber do que estou falando.
Vejo esse verdadeiro bombardeio como uma faceta negativa da vida atual.
Toda essa parafernália tem sido criada, fabricada e vendida por empresas norte-americanas, legítimas representantes do “american way of life”.
Nossos irmãos de continente sempre foram os reis da invenção e da “criação de necessidades”: máquinas de lavar roupas, máquinas de secar, máquinas de lavar louça, fornos elétricos e de microondas, enceradeiras, aspiradores de pó, facas elétricas para pães e carnes, TVs, videocassetes e DVDs com controles remotos universais, videogames...
Se, por um lado, tais brinquedinhos facilitaram e facilitam e reduzem nosso trabalho braçal, por outro lado fazem com que, cada vez mais, trabalhemos menos.
Eles também são os inventores do “fast-food”, verdadeiras bombas calóricas que atormentam nossos combalidos sistemas digestivos (não gosto da expressão sistema digestório, como já li em alguns livros).
Esses dois fatores, sedentarismo e excesso de calorias, fabricaram, fabricam e continuarão fabricando gerações de obesos.
Para resolver isso, os mestres do marketing inventaram os tais aparelhos de ginástica, numa vã tentativa de transformar entediados gordinhos em verdadeiros atletas.
São milhares de dólares (ou reais) gastos em traquitanas que, depois de algumas semanas de pouco suor, resultados pífios e ocupação de lugares preciosos nas casas e apartamentos, serão verdadeiros estorvos acumuladores de pó.
Quem gosta são as empresas, que faturaram e levaram o seu precioso e suado dinheiro.
Ficam a frustração e o buraco na conta bancária.
Mas, espere um pouco! Em mais um daqueles muitos programas matinais (ou seria em um vespertino?), eu ouvi que o chocolate ajuda a diminuir a depressão e o sentimento de vazio. Além disso, disseram que ajuda a emagrecer... Onde está aquele maldito telefone sem fio? Vou ligar já e pedir aquela caixa que a moça falou. Ei! Ei! Por que não duas? Eles dão desconto, e ainda parcelam no cartão! E ainda tem o tal cogumelo milagroso...
Definitivamante, seus problemas acabaram... de começar!
Eles são a última palavra em tecnologia.
Todos prometem verdadeiros milagres, como reduzir medidas, tonificar músculos, definir contornos, aumentar a massa muscular, criar corpos de dar inveja em “ratos de academia”, e tudo isso com apenas cinco minutos diários, sem esforço, no conforto do seu lar etc, etc, etc. Basta assistir a qualquer “programa” do tipo “seus problemas acabaram” para saber do que estou falando.
Vejo esse verdadeiro bombardeio como uma faceta negativa da vida atual.
Toda essa parafernália tem sido criada, fabricada e vendida por empresas norte-americanas, legítimas representantes do “american way of life”.
Nossos irmãos de continente sempre foram os reis da invenção e da “criação de necessidades”: máquinas de lavar roupas, máquinas de secar, máquinas de lavar louça, fornos elétricos e de microondas, enceradeiras, aspiradores de pó, facas elétricas para pães e carnes, TVs, videocassetes e DVDs com controles remotos universais, videogames...
Se, por um lado, tais brinquedinhos facilitaram e facilitam e reduzem nosso trabalho braçal, por outro lado fazem com que, cada vez mais, trabalhemos menos.
Eles também são os inventores do “fast-food”, verdadeiras bombas calóricas que atormentam nossos combalidos sistemas digestivos (não gosto da expressão sistema digestório, como já li em alguns livros).
Esses dois fatores, sedentarismo e excesso de calorias, fabricaram, fabricam e continuarão fabricando gerações de obesos.
Para resolver isso, os mestres do marketing inventaram os tais aparelhos de ginástica, numa vã tentativa de transformar entediados gordinhos em verdadeiros atletas.
São milhares de dólares (ou reais) gastos em traquitanas que, depois de algumas semanas de pouco suor, resultados pífios e ocupação de lugares preciosos nas casas e apartamentos, serão verdadeiros estorvos acumuladores de pó.
Quem gosta são as empresas, que faturaram e levaram o seu precioso e suado dinheiro.
Ficam a frustração e o buraco na conta bancária.
Mas, espere um pouco! Em mais um daqueles muitos programas matinais (ou seria em um vespertino?), eu ouvi que o chocolate ajuda a diminuir a depressão e o sentimento de vazio. Além disso, disseram que ajuda a emagrecer... Onde está aquele maldito telefone sem fio? Vou ligar já e pedir aquela caixa que a moça falou. Ei! Ei! Por que não duas? Eles dão desconto, e ainda parcelam no cartão! E ainda tem o tal cogumelo milagroso...
Definitivamante, seus problemas acabaram... de começar!
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Para você que se acha muito importante
Há pessoas neste mundo, nosso querido terceiro planeta, que se acham o supra-sumo da quintessência, que se acham extremamente importantes. Pensam(?) que deveriam ser tratadas como delicadíssimas peças de cristal, ou com uma improvável veneração.
Aqui você pode assistir a um vídeo do filófoso Mário Sérgio Cortella, que fala de maneira magistral sobre uma coisa que penso já há muito tempo. O nome do vídeo já dá uma boa pista: Você sabe com quem está falando?
Vale a pena gastar alguns minutos para assisti-lo.
Mas você, meu caro leitor, deve prometer-me uma coisa: reflita bastante sobre o que ele fala. Analise bem as suas atitudes. Você pensa que a arrogância ainda vai levar nossa mísera espécie a algum lugar, além do túmulo?
Aqui você pode assistir a um vídeo do filófoso Mário Sérgio Cortella, que fala de maneira magistral sobre uma coisa que penso já há muito tempo. O nome do vídeo já dá uma boa pista: Você sabe com quem está falando?
Vale a pena gastar alguns minutos para assisti-lo.
Mas você, meu caro leitor, deve prometer-me uma coisa: reflita bastante sobre o que ele fala. Analise bem as suas atitudes. Você pensa que a arrogância ainda vai levar nossa mísera espécie a algum lugar, além do túmulo?
quarta-feira, 20 de abril de 2011
A procura pelo foragido e pela procuradora
Na Folha, aqui.
20/04/2011 - 09h16
Foragido da Justiça, médico Abdelmassih será pai de gêmeos
O médico Roger Abdelmassih, 67, que está foragido da Justiça sob suspeita de ter abusado sexualmente de pacientes, será pai novamente. A informação é da coluna Mônica Bergamo, publicada na edição desta quarta-feira da Folha.
A reportagem completa está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
A mulher do médico, a procuradora Larissa Maria Sacco, 32, o acompanha na fuga e está grávida de gêmeos. Ela já tinha engravidado no ano passado, mas perdeu o bebê.
Esta merece um post.
Não li a reportagem completa, pois não sou assinante da Folha.
Mas algumas coisas precisam ser esclarecidas com urgência, e se isso está na tal "reportagem completa", não deveria ficar restrito somente aos "assinantes":
1. Se a nota foi dada pela Sra. Mônica Bergamo, ela soube desse "importante fato", uma simples gravidez, através de alguém, que sabe do paradeiro do foragido. Mesmo que mantenha o sigilo de sua "fonte", ambas estão ocultando algo muito importante da Justiça, que é o paradeiro desse procurado, acusado de dezenas de estupros.
2. A mulher do médico, segundo a reportagem, é uma procuradora. Não sei a qual nível federativo ela está ligada, municipal, estadual ou federal. Mas o fato de uma procuradora estar junto dele, e acobertando um foragido, é uma infração funcional gravíssima.
3. E, se é realmente uma procuradora, e se está participando da fuga, não está trabalhando. Está afastada? Está de licença? Pediu exoneração? Ou simplesmente abandonou o emprego? Se ainda está vinculada a um empregador, está recebendo salários?
4. Se ela está junto dele, não se pode rastrear eventuais saques em contas bancárias, para estabelecer uma rota de fuga?
Perguntas, perguntas, e mais perguntas. Até o momento, nada de respostas, e muita indignação.
Só mais uma perguntinha: até quando?
20/04/2011 - 09h16
Foragido da Justiça, médico Abdelmassih será pai de gêmeos
O médico Roger Abdelmassih, 67, que está foragido da Justiça sob suspeita de ter abusado sexualmente de pacientes, será pai novamente. A informação é da coluna Mônica Bergamo, publicada na edição desta quarta-feira da Folha.
A reportagem completa está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
A mulher do médico, a procuradora Larissa Maria Sacco, 32, o acompanha na fuga e está grávida de gêmeos. Ela já tinha engravidado no ano passado, mas perdeu o bebê.
Esta merece um post.
Não li a reportagem completa, pois não sou assinante da Folha.
Mas algumas coisas precisam ser esclarecidas com urgência, e se isso está na tal "reportagem completa", não deveria ficar restrito somente aos "assinantes":
1. Se a nota foi dada pela Sra. Mônica Bergamo, ela soube desse "importante fato", uma simples gravidez, através de alguém, que sabe do paradeiro do foragido. Mesmo que mantenha o sigilo de sua "fonte", ambas estão ocultando algo muito importante da Justiça, que é o paradeiro desse procurado, acusado de dezenas de estupros.
2. A mulher do médico, segundo a reportagem, é uma procuradora. Não sei a qual nível federativo ela está ligada, municipal, estadual ou federal. Mas o fato de uma procuradora estar junto dele, e acobertando um foragido, é uma infração funcional gravíssima.
3. E, se é realmente uma procuradora, e se está participando da fuga, não está trabalhando. Está afastada? Está de licença? Pediu exoneração? Ou simplesmente abandonou o emprego? Se ainda está vinculada a um empregador, está recebendo salários?
4. Se ela está junto dele, não se pode rastrear eventuais saques em contas bancárias, para estabelecer uma rota de fuga?
Perguntas, perguntas, e mais perguntas. Até o momento, nada de respostas, e muita indignação.
Só mais uma perguntinha: até quando?
quinta-feira, 31 de março de 2011
Desejos e necessidades
Caro amigo leitor,
Como estão seus níveis de desejo? Estão compatíveis com suas reais necessidades?
Você tem sido um comprador compulsivo? Tem olhado as vitrines com avidez? Tem acessado com excessiva frequência vários sites de compras? Seu cartão de crédito está no limite do aceitável?
O quê? Já está no limite do seu quinto cartão?
Bem, talvez todos nós estejamos precisando rever nossos conceitos, e baixar a velocidade de nossas vidas.
Vale a visita no site de onde tirei estas imagens, que comparam bem desejos e necessidades, aqui. A página é de Erin Hanson, e se chama Recovering Lazyholic.
Como estão seus níveis de desejo? Estão compatíveis com suas reais necessidades?
Você tem sido um comprador compulsivo? Tem olhado as vitrines com avidez? Tem acessado com excessiva frequência vários sites de compras? Seu cartão de crédito está no limite do aceitável?
O quê? Já está no limite do seu quinto cartão?
Bem, talvez todos nós estejamos precisando rever nossos conceitos, e baixar a velocidade de nossas vidas.
Vale a visita no site de onde tirei estas imagens, que comparam bem desejos e necessidades, aqui. A página é de Erin Hanson, e se chama Recovering Lazyholic.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Dia da água
Ontem, 22 de março, foi comemorado o Dia Mundial da Água.
Como sempre, tivemos as tradicionais reportagens exaltando a posição privilegiada do Brasil com relação à disponibilidade deste importante recurso natural.
Ufanismo à parte, temos pouco a comemorar.
Ainda temos pouco acesso à água tratada, e muito menos acesso à coleta e tratamento de esgoto.
Muitos rios importantes sofrem com a poluição despejada por cidades e indústrias. E isso não é exclusividade dos grandes rios.
Lixo de todo tipo é encontrado às margens dos cursos d'água.
Doenças de veículação hídrica ainda são causa de mortes, tanto de adultos, quanto de crianças.
Entre os que militam na área, é praticamente consenso: a cada R$ 1,00 aplicado em saneamento, economizam-se R$ 4,00 em saúde pública.
Margens desmatadas e assoreamento são espantosamente comuns.
Há descaso por parte das autoridades e da população.
O desperdício ainda faz parte da nossa cultura.
Ainda se passarão muitos verões até que tomemos consciência de que a água é um bem importante e escasso. Só então poderemos comemorar essa data como se deve.
Como sempre, tivemos as tradicionais reportagens exaltando a posição privilegiada do Brasil com relação à disponibilidade deste importante recurso natural.
Ufanismo à parte, temos pouco a comemorar.
Ainda temos pouco acesso à água tratada, e muito menos acesso à coleta e tratamento de esgoto.
Muitos rios importantes sofrem com a poluição despejada por cidades e indústrias. E isso não é exclusividade dos grandes rios.
Lixo de todo tipo é encontrado às margens dos cursos d'água.
Doenças de veículação hídrica ainda são causa de mortes, tanto de adultos, quanto de crianças.
Entre os que militam na área, é praticamente consenso: a cada R$ 1,00 aplicado em saneamento, economizam-se R$ 4,00 em saúde pública.
Margens desmatadas e assoreamento são espantosamente comuns.
Há descaso por parte das autoridades e da população.
O desperdício ainda faz parte da nossa cultura.
Ainda se passarão muitos verões até que tomemos consciência de que a água é um bem importante e escasso. Só então poderemos comemorar essa data como se deve.
sábado, 19 de março de 2011
Muito circo, muitos palhaços
Essa visita de Barack Obama ao Brasil está uma chatice.
Todos babando o ovo de Mr. President: políticos, assessores, serviços secretos, serviços não tão secretos, polícias e militares de modo geral.
O público está a milhas de distância.
A segurança está reforçadíssima, a ponto de supostos e possíveis terroristas e manifestantes desistirem muito antes de sequer terem a mais leve intenção de fazer um simples cartaz do tipo "Yankees, Go Home!".
A pauta da mídia está totalmente preenchida pela viagem, pelos detalhes, pelos suspiros, pelas falas oficiais e oficiosas, pelos piscares de olhos, pelas roupas, pelos penteados, pelas comidas, pelos carros, navios e aviões usados ou postos à disposição.
Fico me perguntando: quanto está custando aos nossos bolsos essa visitinha de cortesia de Barack?
Quais serão os efetivos dividendos que essa passagem-relâmpago renderá para a Banânia?
Será que passaremos milagrosamente da condição de simples chicanos à situação de personas gratas na terra do Tio Sam?
Será que não mais precisaremos de visto para ir à Disney?
Será que nossas relações comerciais serão mais parelhas?
Será que deixarão de existir barreiras comerciais e sobretaxas a nossos produtos?
Bem, eu sei qual é a resposta para essas perguntas, com exceção da primeira.
Essa excursão pela América Latina de um dos homens mais poderosos do mundo está plenamente caracterizada: muito circo e muitos palhaços, apesar do pouco público.
Todos babando o ovo de Mr. President: políticos, assessores, serviços secretos, serviços não tão secretos, polícias e militares de modo geral.
O público está a milhas de distância.
A segurança está reforçadíssima, a ponto de supostos e possíveis terroristas e manifestantes desistirem muito antes de sequer terem a mais leve intenção de fazer um simples cartaz do tipo "Yankees, Go Home!".
A pauta da mídia está totalmente preenchida pela viagem, pelos detalhes, pelos suspiros, pelas falas oficiais e oficiosas, pelos piscares de olhos, pelas roupas, pelos penteados, pelas comidas, pelos carros, navios e aviões usados ou postos à disposição.
Fico me perguntando: quanto está custando aos nossos bolsos essa visitinha de cortesia de Barack?
Quais serão os efetivos dividendos que essa passagem-relâmpago renderá para a Banânia?
Será que passaremos milagrosamente da condição de simples chicanos à situação de personas gratas na terra do Tio Sam?
Será que não mais precisaremos de visto para ir à Disney?
Será que nossas relações comerciais serão mais parelhas?
Será que deixarão de existir barreiras comerciais e sobretaxas a nossos produtos?
Bem, eu sei qual é a resposta para essas perguntas, com exceção da primeira.
Essa excursão pela América Latina de um dos homens mais poderosos do mundo está plenamente caracterizada: muito circo e muitos palhaços, apesar do pouco público.
segunda-feira, 14 de março de 2011
Cuidado com a patrulha
Na Folha, aqui; reportagem de Fernando Magalhães.
14/03/2011 - 07h52
Venda de moedas com marca nazista causa reações
O site de vendas Mercado Livre disponibiliza para seus clientes moedas com a suástica, símbolo do nazismo. São mais de 20 peças que correspondem a vários anos da década de 30, algumas da época da Segunda Guerra.
A venda e a divulgação no site provocaram reações na comunidade judaica.
Vivemos tempos de atitudes "politicamente corretas". No fundo, isso tem se tornado uma chatice, devido ao excessivo patrulhamento ideológico. Não se pode mais falar, criticar, fazer piadas, escrever. Em breve, sequer poderemos pensar.
Essa suposta "comoção" por causa da venda de moedas é apenas uma das facetas dessa história. Seria o mesmo se ocorresse com selos.
Não se trata de propaganda nazista, nem de incentivo ao anti-semitismo. Tratam-se de moedas de determinado período histórico, no caso, do período de dominação do nazismo, nas décadas de 30 e 40.
E se as moedas fossem da ex-URSS, do período de governo de Stalin, um dos mais sangrentos de que se tem notícia na história mundial? Haveria manisfestações contrárias? Afinal de contas, dezenas de milhares de soviéticos foram simplesmente varridos da face da Terra por discordarem do regime (muitas vezes, nem isso ficou efetivamente provado, pois bastava uma simples denúncia para que os gulags ficassem cheios).
Oh, tempora! Oh, mores!
14/03/2011 - 07h52
Venda de moedas com marca nazista causa reações
O site de vendas Mercado Livre disponibiliza para seus clientes moedas com a suástica, símbolo do nazismo. São mais de 20 peças que correspondem a vários anos da década de 30, algumas da época da Segunda Guerra.
A venda e a divulgação no site provocaram reações na comunidade judaica.
Vivemos tempos de atitudes "politicamente corretas". No fundo, isso tem se tornado uma chatice, devido ao excessivo patrulhamento ideológico. Não se pode mais falar, criticar, fazer piadas, escrever. Em breve, sequer poderemos pensar.
Essa suposta "comoção" por causa da venda de moedas é apenas uma das facetas dessa história. Seria o mesmo se ocorresse com selos.
Não se trata de propaganda nazista, nem de incentivo ao anti-semitismo. Tratam-se de moedas de determinado período histórico, no caso, do período de dominação do nazismo, nas décadas de 30 e 40.
E se as moedas fossem da ex-URSS, do período de governo de Stalin, um dos mais sangrentos de que se tem notícia na história mundial? Haveria manisfestações contrárias? Afinal de contas, dezenas de milhares de soviéticos foram simplesmente varridos da face da Terra por discordarem do regime (muitas vezes, nem isso ficou efetivamente provado, pois bastava uma simples denúncia para que os gulags ficassem cheios).
Oh, tempora! Oh, mores!
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