Há alguns dias, participando de um evento muito interessante sobre presidencialismo de coalizão, ouvi uma pérola que há muito tempo não fazia parte do meu cotidiano: "na crista da onda".
Segundo o Dicionário de Gírias (você pode pesquisar aqui), significa "estar no auge do sucesso".
Sinal dos tempos... Ao ouvir uma expressão tão antiga, desliguei-me e fiquei pensando, "cá com os meus botões", sobre a passagem do tempo, esse movimento só de ida dos segundos, minutos e horas, vindos do futuro, e que caminham para o passado, sem nos darmos conta disso.
O palestrante lá, discorrendo sobre o interessante texto de Sérgio Abranches (ABRANCHES, Sérgio
Henrique Hudson de. Presidencialismo de coalizão: o dilema institucional
brasileiro. Dados: Revista de
Ciências Sociais, Rio de Janeiro: IUPERJ. v. 31, n. 1, 1988. p. 5-33), e minha cabeça a mil, repassando fatos, imagens, sensações, alegrias e tristezas, sucessos e fracassos.
Corpo presente, olhos abertos, caneta na mão sobre o bloco de anotações, mas a mente distante.
Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas voltei ao presente com um leve sorriso nos lábios.
Você, meu caro leitor, pode estar se perguntando: mas alguém notou? Sinceramente, não sei. Se notou, certamente não entendeu nada. A seriedade do momento talvez não comportasse sorrisos.
Mas "que atire a primeira pedra" quem nunca se pegou com um sorriso nos lábios, depois de uma passagem semelhante.
Não estou muito preocupado com isso. Já estou naquela fase da vida em que sinto que não preciso mais provar nada para ninguém.
Para encerrar, uma frase simples: mais sorrisos, menos sisudez.
Até de repente!
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segunda-feira, 27 de junho de 2016
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Dando tempo ao tempo
Este poema eu postei no blog Crônicas Urbanas, em 18 de agosto, por ocasião do aniversário da titular. Ela postou uma música de Caetano Veloso, Oração ao Tempo, e a inspiração foi automática. Entre aquele e este, apenas algumas modificações que o tempo proporcionou.
Não tenho a chamada "veia poética", e nem chego perto da genialidade de Fernando Pessoa ou Vinícius de Moraes. Penso que estou mais para a geniosidade, em certas ocasiões. Este "atentado poético" fala sobre o tempo. Em todo caso, melhor ter um antiácido à mão.
Dando tempo ao tempo,
Tenho-o para cometer alguns supostos versos,
(des)conexos e (a)temporais.
O tempo é o senhor da razão.
Mas também é senhor de si mesmo.
Passa depressa ou lentamente.
Depende, mas não de nós.
Não podemos controlá-lo, mas apenas sentir sua passagem.
Cabe a nós aproveitá-lo.
Para o bem ou para o mal.
Uns, felizes, optam pela primeira via.
Muitos, que tristeza, se desviam.
Que o tempo lhes seja leve, em ambos os caminhos.
Não tenho a chamada "veia poética", e nem chego perto da genialidade de Fernando Pessoa ou Vinícius de Moraes. Penso que estou mais para a geniosidade, em certas ocasiões. Este "atentado poético" fala sobre o tempo. Em todo caso, melhor ter um antiácido à mão.
Dando tempo ao tempo,
Tenho-o para cometer alguns supostos versos,
(des)conexos e (a)temporais.
O tempo é o senhor da razão.
Mas também é senhor de si mesmo.
Passa depressa ou lentamente.
Depende, mas não de nós.
Não podemos controlá-lo, mas apenas sentir sua passagem.
Cabe a nós aproveitá-lo.
Para o bem ou para o mal.
Uns, felizes, optam pela primeira via.
Muitos, que tristeza, se desviam.
Que o tempo lhes seja leve, em ambos os caminhos.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
A velocidade do tempo
Normalmente a conexão da internet aqui em casa não tem aquela velocidade toda.
Tudo bem, admito que meu computador não é aquele modelo "último tipo", e que eu preciso pedir para aumentar a velocidade da conexão.
Mas o acesso à rede, agora à noite, está uma lerdeza de dar inveja. Parece que está pior do que nos tempos da conexão discada, em que ouvíamos aquela sinfonia típica do modem.
Enquanto esperava carregar algumas páginas, senti-me angustiado e irritado com a espera.
Parei, respirei fundo e fiquei pensando sobre essa necessidade que sentimos de que tudo se realize com a rapidez que desejamos.
O trânsito, a fila no banco, a fila no supermercado, o computador (supostamente) lento, o garçom que não olha para nós, a pizza que não chega, a picanha que não assa até o ponto desejado, o resultado de um concurso, o autor do livro que não vai logo ao assunto, essa chuva que não vem, essa chuva que não para, os convidados que não chegam, os 18 anos que não chegam...
Só que, às vezes, não gostamos e não queremos que o tempo passe: os 18 anos que já passaram (há muito), você já vai embora?, o fim-de-semana voou, hein?, já estamos no Natal...
A nossa velocidade, definitivamente, não é a velocidade do tempo.
Tudo bem, admito que meu computador não é aquele modelo "último tipo", e que eu preciso pedir para aumentar a velocidade da conexão.
Mas o acesso à rede, agora à noite, está uma lerdeza de dar inveja. Parece que está pior do que nos tempos da conexão discada, em que ouvíamos aquela sinfonia típica do modem.
Enquanto esperava carregar algumas páginas, senti-me angustiado e irritado com a espera.
Parei, respirei fundo e fiquei pensando sobre essa necessidade que sentimos de que tudo se realize com a rapidez que desejamos.
O trânsito, a fila no banco, a fila no supermercado, o computador (supostamente) lento, o garçom que não olha para nós, a pizza que não chega, a picanha que não assa até o ponto desejado, o resultado de um concurso, o autor do livro que não vai logo ao assunto, essa chuva que não vem, essa chuva que não para, os convidados que não chegam, os 18 anos que não chegam...
Só que, às vezes, não gostamos e não queremos que o tempo passe: os 18 anos que já passaram (há muito), você já vai embora?, o fim-de-semana voou, hein?, já estamos no Natal...
A nossa velocidade, definitivamente, não é a velocidade do tempo.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Cuide-se, consumidor, 2011 já chegou
Já percebeu que os lançamentos de novos modelos de carros estão acontecendo cada vez mais cedo?
Antigamente, por exemplo, no ano X0, a linha X1 só aparecia lá pelos meses de novembro ou dezembro. Aí, ela começou a aparecer em setembro. Depois em agosto.
Agora, no início do ano, em março ou abril, as montadoras já anunciam a linha do próximo ano. Lembro-me de uma montadora que, no início de 2008 (!), já fazia chamadas da linha 2010 (!!) de um de seus modelos. Absurdo total.
E, para confirmar a tendência, há alguns dias, ou seja, antes do meio de abril, já vi vários anúncios da linha 2011 de montadoras.
Espera aí, meu camarada! Não tem alguma coisa errada nesta história?
É o marketing criando necessidades, aliado ao desejo de liberdade e de mobilidade na sociedade moderna, e ajudado pela falência iminente do sistema de transporte público.
Cuide-se, consumidor, pois 2011 já chegou e você nem percebeu...
Há um sentimento generalizado de que o tempo parece passar mais rápido do que há alguns anos, mas isso já é sacanagem.
Antigamente, por exemplo, no ano X0, a linha X1 só aparecia lá pelos meses de novembro ou dezembro. Aí, ela começou a aparecer em setembro. Depois em agosto.
Agora, no início do ano, em março ou abril, as montadoras já anunciam a linha do próximo ano. Lembro-me de uma montadora que, no início de 2008 (!), já fazia chamadas da linha 2010 (!!) de um de seus modelos. Absurdo total.
E, para confirmar a tendência, há alguns dias, ou seja, antes do meio de abril, já vi vários anúncios da linha 2011 de montadoras.
Espera aí, meu camarada! Não tem alguma coisa errada nesta história?
É o marketing criando necessidades, aliado ao desejo de liberdade e de mobilidade na sociedade moderna, e ajudado pela falência iminente do sistema de transporte público.
Cuide-se, consumidor, pois 2011 já chegou e você nem percebeu...
Há um sentimento generalizado de que o tempo parece passar mais rápido do que há alguns anos, mas isso já é sacanagem.
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