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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A partida de um Anjo

Ela chegou numa noite fria e chuvosa de um domingo de outono, pequena, um pouco estressada pela mudança, teimosa, geniosa. Cabia numa caixa de papelão, sua primeira casinha.
Ficou, cresceu e nos conquistou.
Pulou, brincou, correu, puxou roupas do varal, destruiu algumas coisas.
Mas aprendeu a se comportar como uma lady.
Foi amiga, companheira zelosa.
Cuidou de nós, tanto quanto cuidamos dela.
Deu-nos tanto carinho quanto demos a ela.
Nunca pediu nada, a não ser quando comíamos frutas. Aí, aquele olhar pidão era irresistível.
Demos a ela do bom e do melhor.
Chegar em casa e ver aquele rabo abanando não tinha preço. Sua alegria era autêntica.
Espero que tenha sido feliz conosco, assim como fomos muito felizes com ela.
Se ao menos ela pudesse falar, para nos contar o que sentia.
Esperávamos ter a sua companhia por mais alguns anos. Esperávamos poder pegar seus filhotes no colo.
Tínhamos muito ainda que passear, que brincar de bola, que brincar de cabo de guerra.
Partiu por causa da doença silenciosa, a leishmaniose, assintomática no princípio, implacável, que lhe tomou as forças aos poucos.
Segundo seu veterinário, não sofreu ao nos deixar. Não consegui acompanhar seus últimos suspiros. Foi extremamente doloroso. Eu já estava chorando demais.
Sofremos nós, que ficamos sem ela.
Ficou só por quatro anos e meio.
Partiu numa tarde ensolarada e quente de primavera. Voltou para junto dos outros Anjos, seus iguais.
Esta pequena e singela homenagem é muito pouco pelo muito de bom que você trouxe para nossas vidas, pelo muito que você nos ensinou.
Não tenho mais palavras. O nó na garganta é muito maior do que a própria.
Adeus, Madonna. Muito obrigado pela sua companhia.



Um comentário:

  1. Ai, moço, tou aqui me liquefazendo... A gente se apega tanto a esses danadinhos, né? Tão lindo você falar assim da Madonna, que eu vejo aí com essa cara tão simpática, piscando o olhinho na primeira foto. E eu acho bacana porque tem gente muito besta que faz o maior terrorismo com pitbull, e olha ela aí tão fofa!
    Já tive que sacrificar um cachorro por causa da leishmaniose, um porque já estava muito velhinho (quase 17 anos) e um por causa de um tumor que não tinha jeito, e é sempre triste. Em todos eles eu fiquei lá do lado, até o último segundo, mesmo com o coração deste tamaninho. O veterinário, grande amigo, me disse quando pedi desculpas pelo chororô: 'uai, eu acharia estranho se você não chorasse...'
    É assim, mas com certeza ela foi muito feliz com tanto carinho dado por vocês. Porque se tem uma coisa que bicho sabe é quem gosta dele de verdade.
    Agora licença que eu vou ali buscar a caixa de lenços de papel...
    Mônica

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