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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Perrengues pluviais

Sábado à tarde, depois de sairmos do clube, passamos no mercado. Durante as compras, percebemos a diminuição da claridade, e ouvimos a chuva batendo forte no teto. Na saída, a chuva parecia querer diminuir.
Fiquei obviamente aliviado. Fizemos o retorno próximo ao shopping e pegamos o caminho de volta para casa. Ao entrar na EPGU, de repente, o mundo veio abaixo. A chuva passou de leve a torrencial, com a visibilidade abaixo de 10 metros. Ainda era dia, mas parecia que o crepúsculo havia se adiantado...
A velocidade foi reduzida, mas não havia onde parar. Segui em frente.
- Caramba, que chuva, hein?
Minha esposa estava bastante assustada, e apenas balbuciou, concordando.
Mais alguns metros e um barulho chamou-me a atenção: granizo! Pequenas pedras de gelo por todos os lados. Gelei, tal qual as pedras, pois simplesmente continuava sem lugar para que pudéssemos nos proteger. Felizmente foi rápido, e assim como surgiram, sumiram.
Chegamos em casa sob chuva forte, e tivemos que deixar as compras no carro. Somente depois de 40 minutos consegui descarregar tudo. Logo depois, ao olhar o céu, o sol se fez presente, e parecia não ter havido nada. Que bom! O susto ficou para trás.
Ao anoitecer, lá veio o convite:
- Vamos passear naquele shopping que ainda não conhecemos?
- OK! O céu está bastante carregado, mas acho que conseguiremos voltar antes da chuva, se é que vai chover de novo! - respondi com um sorriso.
E lá fomos nós, felizes, ouvindo o bom e velho rock'n'roll.
Como não havia vagas no estacionamento público, entramos no pago, coberto, e fomos "bater perna".
Passeio feito, chegou a hora de voltar para casa. Paguei o tíquete, e fomos para a garagem. Notei que alguns carros entravam molhados. Comentei, rindo:
- É, a chuva não esperou...
Ao sair, percebi que a enxurrada estava grande, e a chuva continuava a cair com certa intensidade.
- Bem, já que estamos aqui, vou pela W3, apesar dos semáforos. Não deve ter muito movimento.
Realmente, quase não havia movimento. O que havia era muita água acumulada, em vários pontos, ao longo de toda a Asa Sul. E a enxurrada vinha de todos os lados, complicando ainda mais o trânsito.
O medo da tarde voltou com força, quando cheguei próximo do Pão de Açúcar do final da W3, e vi os carros à minha frente atravessarem um verdadeiro rio.
A água chegava ao meio das rodas.
Pensei em pegar a pista de volta e cortar pelo meio da quadra, indo para o Eixão. Mas, ao olhar para a tal pista, desisti... Estava ainda mais cheia, por ser mais baixa.
Lá na frente, o nível da água continuava a subir, mas os carros estavam passando.
- Vou arriscar, não podemos ficar aqui parados.
Engatei a primeira, acelerei e segui, mas o receio era de que as coisas poderiam ficar piores a qualquer momento. A chuva continuava, inclemente.
Encostei o carro no canteiro central, onde a pista era um pouco mais alta, e cheguei ao sinal. Vários carros parados, aguardando nervosamente o sinal verde. A tensão aumentava, assim como o nível da água...
Finalmente, a tão esperada luz verde surgiu. Todos saíram tão rápido quanto possível, e respirei aliviado. Estávamos voltando para casa.
Aumentei o volume da música e já respirava mais tranquilamente, quando percebi vários pontos alagados na EPTG...
Todos reduziram a velocidade, e as cortinas de água subiam conforme os carros passavam.
- Pô, de novo? Não basta o que passamos à tarde?
Pensei: isso tudo aqui foi construído recentemente! Será que ninguém pensou na drenagem da pista? Para que um acidente ocorra, não precisa muito...
Finalmente a entrada para o Guará surgiu à minha frente. Relaxei minhas mãos no volante. Nossa casa estava próxima.
Fui dormir com os ombros ainda tensos. Ninguém merece dois perrengues pluviais no mesmo dia.

Um comentário:

  1. Pois é, a gente passa meses naquela secura horrorosa, quando resolve chover é pra acabar o mundo, né? Aqui em BH foi o mesmo ontem, bem no meio da tarde. Um horror. Nem quero imaginar como vai ser o resto da primavera/verão. Coincidência que eu tou com um post agendado pra amanhã, exatamente sobre isso! :)
    Mônica

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