Obrigado pela visita, e volte sempre que quiser!

Pesquisar este blog

domingo, 2 de maio de 2010

O mundo dá voltas, mas passa sempre no mesmo lugar

Todo ano as mesmas reportagens.
Quando entra o horário de verão (amado por uns, odiado por muitos), as cenas de sempre. Despertador tocando, a pessoa levantando, a escuridão lá fora. Pessoas nos pontos de ônibus, noite fechada.
- Eu gosto, pois dá para passear no parque com as crianças.
- Eu não gosto, não. É ruim demais.
Cena de praia. Rio de Janeiro, como sempre. "É ótimo! Dá para jogar uma pelada ainda com o sol alto!"
Entrevistas com os "especialistas". Aliás, já percebeu como tem especialista para tudo? Só que, geralmente, adoram falar besteira, apesar de supostamente terem estudado a fundo seus temas preferidos...
- É bom/ruim para o país.
- É bom/ruim para a economia.
- É ruim para as pessoas, pois demoram a se adaptar, em função do relógio biológico, blá, blá, blá...
E lá estão os âncoras dos telejormais com as "infalíveis" dicas para se adaptar ao novo horário.
Particularmente, não gosto. Mas tenho que aceitar. Só penso que os governos precisariam parar de intervir tanto na vida da população.

Quando chega o período de seca, ou quando acontece um rompimento de adutora, a cena clássica: a dona de casa girando o registro, e a torneira lá, sequinha... Corta para a casa vizinha: outra torneira seca, a pia lotada de panelas, pratos e muita sujeira. Pilhas de roupas para lavar no tanque. Pessoas indignadas.
Outra cena clássica: o caminhão-pipa chegando, a fila de moradores com latas e vasilhas, as inevitáveis brigas com os espertos que querem furar a fila.
- Moço, tive que tomar banho na casa do meu primo/tio/sogra/etc., lá no outro bairro.
- Como eu vou fazer para lavar as roupas das crianças?
Cenas de faturas nas mãos de moradores.
- A gente não tem nem água para beber. Mas a conta chega aqui, todo mês.
Corta para a entrevista ao vivo com o burocrata, responsável pela empresa de água e esgotos. As mesmas explicações, as mesmas desculpas, os mesmos pedidos para que a população entenda, colabore, economize.

Enfim, a sublimação da mesmice. Só muda a data no calendário, mas as reportagens continuam as mesmas.
O mundo dá muitas voltas, é o que diz um velho ditado.
Só que passa sempre no mesmo lugar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário