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sábado, 28 de maio de 2011

Retorno ao lar, uma reflexão

Depois de uma marginal congestionada, oito e meia longas horas dentro de um ônibus, vários cochilos e muitas paradas, finalmente cheguei de volta ao lar.
Estava, claro, com saudades das minhas meninas.
Mas durante a viagem, feita parte à tarde e parte à noite, vi algo que não vemos nas cidades, por conta da iluminação: uma enorme quantidade de estrelas.
Fazia bastante tempo que não via aquela mancha esbranquiçada, característica do nosso braço da Via Láctea. Aliás, sabia que esta é a origem do nome que demos à nossa galáxia?
Passei um bom tempo olhando aqueles milhões de estrelas, que estão lá a nos lembrar da nossa pequenez diante do universo, forçando-nos a parar e a refletir.
Tinha acabado de sair da maior metrópole do país, um aglomerado de milhões de pessoas que convivem, fisicamente, naquele espaço. Mas que estão, ao mesmo tempo, separados na sua individualidade, nos seus sonhos, nos seus problemas, nas suas alegrias. O paradoxo: juntos, mas separados.
Saem de suas casas e fazem verdadeiras viagens para poder trabalhar e ganhar seu sustento. Grande parte sai e volta sem a luz do dia, que vai encontrá-los e acompanhá-los durante a jornada, mas não em casa.
O ritmo dessa vida (se é que se pode chamar de vida esse suceder de viagens), alucinante, sufocante, os impede de olharem-se, para que possam ver seus rostos, com olhar fixo num horizonte indefinível e inalcançável, olhos mortiços, olhares perdidos.
Só Deus sabe o que se passa atrás daquelas janelas de suas almas, trancafiadas em veículos de aço ou de carne. Que sonhos sufocados, que emoções embaralhadas se escondem sob as colunas de fumaça?
Ao mesmo tempo em que estamos todos juntos, também estamos sós, olhando as estrelas, quer possamos vê-las, ou não.

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