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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Palavra do dia

Já há algum tempo, um dos esportes mais praticados no Brasil é a brincadeira. Os pais-da-pátria praticam-no quase que diariamente, seja na mídia (jornais, revistas, TV, rádio, internet), seja ao vivo.
E qual o alvo delas? Não consegue adivinhar? Pense um pouco. Está bem, vou contar: eu, você, nós, contribuintes, eleitores, consumidores.
Assim, também tenho o direito de lançar uma bricandeira: a Palavra do Dia. Dependendo do caso, pode vir também proposta mais uma (ou mais) da série Perguntas Básicas.
Vamos colaborar com a redução da estupidez e da ignorância, explorando juntos a nossa Língua Portuguesa.
A palavra de hoje é Oneomania.
Segundo o Dicionário Aulete Digital (que você pode baixar gratuitamente em http://www.auletedigital.com.br/download.html):
Oneomania: s.f. desejo incontrolável e impulsivo de fazer compras, na maioria desnecessárias.

Pergunta Básica: você nunca teve um surto oneomaníaco? Lembre-se: seja sincero.
Se você respondeu afirmativamente, responda agora à outra Pergunta Básica: por isso, quanta tralha você tem na sua casa?

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pergunta Básica: você é sincero?

Primeiro, vamos à lição. No Dicionário Michaelis, temos:
sincero adj (lat sinceru) 1 Que denota sinceridade ou simpleza. 2 Que usa de sinceridade, que se exprime sem intenção de enganar, ou de disfarçar o seu procedimento. 3 Que exprime só o que sente e pensa. 4 Que é dito ou feito de modo franco, sem dissimulação ou disfarce. 5 Leal, natural, verdadeiro. Antônimo (acepções 1, 2 e 3): hipócrita.

sinceridade sf (lat sinceritate) 1 Qualidade de sincero. 2 Franqueza, lealdade; ausência de dobrez ou de hipocrisia; lisura de caráter. 3 Palavras ou observações sinceras. Antônimo (acepções 1 e 2): fingimento, hipocrisia.

Na cruzada contra a estupidez, duas boas armas são o questionamento e a conscientização. Por isso, vamos começar a série "Perguntas Básicas". São perguntas que podem e devem mexer com a nossa consciência, com o nosso senso, com a nossa visão de mundo.
Elas são simples, mas devem nos fazer, ao menos, pensar um pouco sobre determinadas questões do cotidiano.
Lixo na rua. O que você pensa disso? Está certo? Está errado? Por que? O que você pode fazer para melhorar?
Seja sincero.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Vida de concurseiro I

A partir de uma certa idade, normalmente na casa dos quarenta, o ser humano começa a fazer questionamentos sobre a vida, suas escolhas, seus erros e acertos, sua maneira de ver o mundo...
Para o concurseiro, tais questões são:
1. Quem sou eu?
- Sou alguém que vive em função dos editais, dos livros, das apostilas e da jurisprudência do Supremo, claro.
2. O que faço aqui?
- Estudo. Se possível, até no chuveiro.
3. Qual o sentido da vida?
- Sei lá! Isso está no conteúdo programático? Se não estiver, só vou me preocupar com isso depois. Bem depois. Agora não dá!
4. Para que serve tudo isso?
- Para passar no concurso, claro!
5. De onde vim?
- De um emprego sem perspectiva, sem estabilidade, com salário abaixo do que eu penso que mereço.
6. Para onde vou?
- Para um emprego melhor, pelo menos por enquanto. Estou de olho naquele edital que deve sair no ano que vem...

Vivemos em função do concurso, seja ele qual for. Mais especificamente, da data da prova. Não fazemos outra coisa senão pensar na prova, em atualizar o material de estudo, em discutir aquela questão nebulosa, em fazer exercícios...
A vida torna-se regrada, com horário de trabalho, volta para casa, banho, lanche, rápido descanso, e estudo. No final de semana, estudo em três períodos.
Os diálogos abaixo são bem conhecidos:
- Cara, vem aí um final de semana prolongado. Vamos fazer um churrasco?
- Nem pensar. Vou aproveitar para ler aquele livro novo de Direito Constitucional que comprei.
Ou então:
- Você não vai levar o cachorro para passear? Faz horas que ele está lá, perto do portão, olhando para a rua e para a guia pendurada na área...
- Só depois da prova.
Tudo fica para depois da prova. E se não passar? Bem, mais uma vez adia-se tudo para depois da próxima prova, porque a carga de estudo tem que aumentar.
- O edital deve sair no mês quem vem. Vou parar tudo para estudar.
- Mas já não tinha parado tudo antes? Quanto tempo faz que não vamos tomar um chope? Ou ao cinema?
E assim a vida passa, e tudo fica para depois. Vivemos outra realidade. Vida de concurseiro é assim.
Culpa de quem? Nossa, do sistema, da vida, do mercado de trabalho...
- Para de filosofar, bobão! Chega de pensar besteira. Olha aí a quantidade de matéria que ainda tem para revisar. A prova está chegando!
Vida de concurseiro é dura!

domingo, 25 de abril de 2010

Esta tinta custa caro

Li na coluna Login, da Cinthya Ruis no Globo, que o site Printer.com (http://www.printer.com/), fez um teste para saber quais são as fontes mais econômicas para impressão.
A lista com as dez fontes é a seguinte:
Century Gothic; Ecofont; Times Roman; Calibri; Verdana; Arial; Sans Serif; Trebuchet; Tahoma; Franklin Gothic Medium.

É uma boa dica para “esticar” a vida útil dos nossos cartuchos de tinta.
Afinal de contas, você já parou para pensar que a tinta de impressora é um dos líquidos mais caros do mundo?
Quer um exemplo?
Considerando que um cartucho original de tinta para HP Deskjet custe em torno de R$ 100,00, e que venha com 5 mL (como a maioria dos cartuchos), o valor do litro desta tinta será de R$ 20.000,00.
Sim, é isso mesmo que você leu. Com um litro de tinta, você compra um carro.
Assustado? Eu também fiquei...
Para comparar, um frasco de perfume que custe R$ 200,00, e que venha com 125 mL (exemplo: Polo, da Ralph Lauren), custará R$ 1.600,00 por litro.
Um litro de gasolina custa, em média, em torno de R$ 2,60.
Quando você pensar em imprimir algum texto que pegou na internet, pense duas vezes.
Eu sei que não é muito agradável ler diretamente na tela, mas só imprima se for realmente imprescindível. E pense também em usar o modo econômico.
O bolso, a parte mais sensível do corpo humano, agradece.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Agradecimentos

Agradeço, de coração, aos meus seguidores, comentaristas e visitantes pelos acessos, pelos comentários e pelas mensagens de incentivo.
Espero que tenham gostado do que leram até aqui, e gostaria que continuassem a prestigiar o meu blog.
Abraços a todos, e até de repente!

Cuide-se, consumidor, 2011 já chegou

Já percebeu que os lançamentos de novos modelos de carros estão acontecendo cada vez mais cedo?
Antigamente, por exemplo, no ano X0, a linha X1 só aparecia lá pelos meses de novembro ou dezembro. Aí, ela começou a aparecer em setembro. Depois em agosto.
Agora, no início do ano, em março ou abril, as montadoras já anunciam a linha do próximo ano. Lembro-me de uma montadora que, no início de 2008 (!), já fazia chamadas da linha 2010 (!!) de um de seus modelos. Absurdo total.
E, para confirmar a tendência, há alguns dias, ou seja, antes do meio de abril, já vi vários anúncios da linha 2011 de montadoras.
Espera aí, meu camarada! Não tem alguma coisa errada nesta história?
É o marketing criando necessidades, aliado ao desejo de liberdade e de mobilidade na sociedade moderna, e ajudado pela falência iminente do sistema de transporte público.

Cuide-se, consumidor, pois 2011 já chegou e você nem percebeu...
Há um sentimento generalizado de que o tempo parece passar mais rápido do que há alguns anos, mas isso já é sacanagem.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uma senhora de 50 anos que seduz

Hoje, 21 de abril de 2010, Brasília completa 50 anos.
É uma senhora que seduziu, e ainda segue seduzindo muitos que para lá se dirigem, em busca de sonhos, de realizações, de emprego, de estudo, de boa vida, de facilidades e das facilidades da vida moderna.
Para marcar a data, posto aqui a música abaixo, que foi composta pelo grande (pelo menos para mim, que sou seu fã há muito tempo) Guilherme Arantes, está no seu 5º LP solo, Coração Paulista, de 1980, lançado pela WEA. É a 4ª faixa do lado A.
A composição tem 30 anos, mas não perde a atualidade.

Brasília
Guilherme Arantes
Loucos profetas previram a tua existência
milênio atrás
e nos seus mapas marcaram o centro do mundo
e nele tu estás
todas as lendas que cercam teu nome
jamais lograrão te explicar
nem a política, nem o teu preço
que foi tão penoso pagar

Tuas cidades satélites mostram o quanto és uma aberração
vivem à margem da tua luxúria onde corre o poder da nação
seitas estranhas proclamam que o teu destino ainda não se cumpriu
rezam a vinda dos anjos de estrelas cadentes no céu do Brasil

És a vitrine imponente e ostensiva
de um povo que vive a sonhar
com seu império futuro, tesouro,
presente que Deus vai mandar

Parabéns a todos os brasilienses pela data.

Ah, sim! Ela também me seduz, já há algum tempo.
Pode ser que nossos destinos se cruzem, em algum ponto no futuro.
Os esotéricos explicam...

terça-feira, 20 de abril de 2010

A dobradinha e a evolução

- Cara! Comi uma dobradinha, ontem, na casa do Fulano! Simplesmente divina!
- Eu não gosto de dobradinha. Nem do cheiro. Não suporto!
- Como você não gosta? É uma delícia! Com uma pimentinha, então...
Podia ser chocolate, bolo de cenoura, sorvete de cajamanga, ovo frito, camarão ou chá de gengibre, não importa. A essência da história é sempre a mesma.
Por que será que tentamos impor nossos gostos aos outros? E por que não aceitamos que os outros não gostem de coisas das quais nós gostamos?
Simples. Porque cada um é cada um. Somos diferentes. Temos gostos diferentes. Temos criações diferentes. Temos histórias de vida diferentes.
Mas o ser humano não aceita quem é diferente.
Os opostos se atraem, é o que sempre ouvimos. No eletromagnetismo, pode ser. Mas, na vida, os semelhantes se atraem.
Andamos com pessoas que gostam de tênis, de futebol, de sinuca, ou de aviões. Se gostamos de ficção científica, não admitimos que alguém possa gostar de musicais. Se gostamos de rock pauleira, não suportamos quem gosta de música breganeja. E vice-versa.
Para aceitarmos as diferenças, ainda temos muito que evoluir.
Posso evoluir, mas vou continuar a não gostar de dobradinha. Prefiro um ovo frito.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Contrariando Monteiro Lobato

Monteiro Lobato disse: “Um país se faz com homens e livros”.
Concordo plenamente, pois leitura é fundamental. A sociedade só construirá uma base sólida se puder obter informações, para então poder transformá-las em conhecimento.
Gosto de livros. Sinto-me à vontade em livrarias, e o passeio pelas estantes é prazeroso.
E sei me orientar sozinho nas bibliotecas. Quando entro, só faço uma pergunta:
- Onde está o 001? Aumenta para lá, ou para cá?
Geralmente, vem de trás do balcão um olhar com brilho especial.
Se pudesse ler a mente da bibliotecária, seria algo assim: “Não preciso me preocupar com esse aí. Ele já sabe o que quer, e sabe onde encontrar”.
Acho uma falta de sensibilidade por parte de algumas instituições trancar seu acervo. Você só vê pela vidraça. Lá longe estão seus objetos de desejo...
Todo o acervo deve estar disponível, acessível, para que o leitor possa circular, olhar, pegar o livro, folhear, ver se gosta. Eventualmente, buscar obras correlacionadas. Levar todos para a mesa, olhar com calma, voltar à estante, pegar outra obra, e assim sucessivamente.
Já fui a várias bibliotecas, sendo muitas delas em faculdades. Em algumas, você tem que consultar o acervo em fichas ou, mais recentemente, nos computadores. Daí, pega o número do livro, passa para a bibliotecária, que vai ao acervo físico, e traz o livro. Se você não gostou e quer outro, tudo de novo. E lá vem aquele olhar de desaprovação, com o pensamento fulminante (nesta hora, não gostaria de ser telepata):
- Pô, esse cara não se decide? Vou ter que voltar lá dentro? Que saco!
Perguntas: do que eles têm medo? É de furto? Há sistemas próprios de controle de saída, com sensores colados nas capas. É de que o leitor desarrume as estantes? É só orientá-lo para que deixe os livros em carrinhos espalhados pelo recinto. É de trabalhar? Vá procurar emprego em outro lugar...
Quanto mais contato com os livros, melhor.
Monteiro Lobato sabia muito bem o que dizia. Pena que há pessoas que preferem só exercícios físicos, e não fazem força para exercitar a mente...

domingo, 18 de abril de 2010

Rock de qualidade

Para quem gosta de rock, fica ligado na internet e tem caixas de som, ou fones de ouvido disponíveis, aqui vai uma dica.
Acesse o site da KFOG, em http://www.kfog.com/, e depois clique em Listen Live.
É uma FM de San Francisco, Califórnia, que toca, como eles mesmos dizem no banner do site, um rock de classe mundial.
Sou obrigado a concordar.
E tem dois detalhes: você vai ouvir muita coisa boa que nem está no circuito comercial, e ainda vai acostumando seus ouvidos com o inglês falado nos EUA.
Confira, e depois conte o que achou e ouviu por lá.

Um nome que poucos gostam de falar

Um grupo de amigos em conversa. O lugar pode variar, assim como a ocasião. Mas o teor, geralmente, é o mesmo, com pouquíssimas variações.
- Tem visto o Zé das Couves?
- Não. Faz tempo que não o vejo. Alguém sabe dele?
- Está internado. Fiquei sabendo esses dias. Está quase pele e osso.
- Pô, mas ele era uma fortaleza. Parecia um armário.
- O que ele tem?
- CA.
E aí, um dos amigos que estava chegando, pois foi buscar mais uma cerveja para a turma, não ouviu direito e pergunta de novo qual doença o amigo em comum tem. E alguém da roda responde:
- Câncer.
Todos os olhares se voltam para ele, com um misto de reprovação e horror, como que a dizer: você tem coragem de dizer esta palavra?
Aí sou eu que pergunto: por que não dar às coisas os nomes que elas têm?
Por que as pessoas têm receio em dizer o nome dessa doença, que acomete milhões de pessoas em todo o mundo? Na minha opinião, é mais um sintoma da nossa estupidez.
O fato de dar ao câncer um acrônimo, uma abreviatura, ou usar uma metáfora, um ainda um eufemismo, não vai fazer com que ele deixe de existir, ou não nos pegue “na virada da curva”.
Cabe, sim, informação, prevenção e tratamento.
O que não cabe é querermos nos esconder, nos enganar, e “dourar a pílula”.

Para começarmos a nos informar, que tal uma visita ao site do INCA?
http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/inca/portal/home

sábado, 17 de abril de 2010

Jean Michel Jarre e o nó da partitura

Já ouviu falar dele? Sim, não ou talvez?
Ele é um instrumentista, compositor e produtor musical francês (mais informações na Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Michel_Jarre).
Já ouviu alguma de suas músicas? É praticamente certo que sim. Muitas delas foram e continuam a ser usadas em campanhas publicitárias.
Neste momento estou ouvindo o álbum Magnetic Fields, de 1981. Apesar de prestar atenção na escrita deste post, minha cabeça está a mil, embalada em lembranças e sentimentos do que vivi naquela época, quando costumava ouvi-lo ainda em vinil (emprestado) ou em fita cassete.
Ele tem um som instrumental que, para mim, é muito bom. Vale a pena conhecer. Pelo menos para depois dizer que não gosta, se for esse o caso.
Pena que seus álbuns sejam difíceis de encontrar. E quando a gente encontra, o preço não é nem um pouco convidativo, pois a maioria é importada.
Aproveitando a deixa, o preço dos CDs, no Brasil, é bem elevado. Por isso, pouca gente compra os originais, preferindo os piratas, que são bem mais baratos.
E a qualidade? Bem, não precisa nem falar... Você gosta daquela mídia meio azulada? Você prefere aquela capinha de envelope plástico e aquele “encarte” escaneado? Bem, volto a dizer: gosto não se discute, lamenta-se.
Artistas, produtores, gravadoras, lojas, consumidores, todos reclamam.
A estrutura dos preços, geralmente, não é divulgada. A quantidade de impostos, como sempre, é elevada. Quanto cada etapa do processo acrescenta no preço final?
Com a expansão da internet, quase todas as músicas podem ser baixadas. Alguns sites vendem as faixas de maneira oficial, o que parece ser um novo filão de mercado. Você não precisa comprar todo o álbum, caso não goste de alguma faixa. Entretanto, em muitos outros sites, as músicas estão lá, de graça.
O que fazer? Sentar e chorar?
Não defendo a pirataria. É errado, é crime, e é ilegal.
Só que já passou da hora de se fazer alguma coisa. O nó da partitura precisa ser desatado.

A vida é melhor com trilha sonora

Uma das minhas paixões, assim como de muitas pessoas, é a música.
Já imaginou como seria sua vida sem trilha sonora?
Sem poder ouvir seus conjuntos ou cantores preferidos?
No mínimo, seria uma chatice. E bem silenciosa...
Há um velho ditado que diz:
“Gosto não se discute.”
Em alguns (ou muitos) casos, eu acrescentaria algo, ficando assim:
“Gosto não se discute. Lamenta-se.”
Quanto à música, posso dizer que sou eclético, pois ouço desde a clássica até o heavy metal. Só não gosto de pagode, breganejo, funk e rap. Voltaremos a falar de música muitas outras vezes.
Agora há pouco, ouvi “O Trenzinho do Caipira”, de Heitor Villa-Lobos, um dos grandes maestros e compositores brasileiros. Você já deve ter ouvido pedaços dela em várias propagandas, tanto na TV, como no rádio. Esta obra faz parte das Bachianas Brasileiras nº 2, composta em 1930.
O maestro captou, com perfeição, os sons de uma locomotiva a vapor, e passou-os para a linguagem musical. A impressão que tenho, ao fechar os olhos, é a de ver a locomotiva passando na minha frente, em meio àquela nuvem de vapor, a caminho de alguma pequena estação no interior do Brasil.
É uma sensação muito gostosa, para quem cresceu vendo trens de passageiros e de carga, lá na década de 70. Meu avô materno era Chefe de Trens da antiga FEPASA.
Quando ele ia à estação para conferir a escala, ou seja, para ver em qual trem ele estaria de serviço, eu costumava ir com ele. Era uma alegria imensa para uma criança ver uma daquelas locomotivas de perto, poder entrar na cabine de comando, e ver aquela parafernália de alavancas, botões e comandos. Aquele cheiro, mistura de diesel, óleos lubrificantes, graxa e creolina, ainda está na minha memória.
Tempos que não voltam mais... Os trens, hoje, estão quase extintos. E pensar que, na Europa, o transporte ferroviário é levado a sério...

No site da Wikipédia, link abaixo, há uma página do Trenzinho Caipira, onde você pode ouvir esta composição, interpretada pela Orquestra Sinfônica Brasileira. Vale a pena.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trenzinho_do_Caipira

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Albert Einstein e a estupidez

A frase foi dita por Albert Einstein, um dos maiores gênios da humanidade.
E eu a considero uma das melhores e mais atuais, apesar de já se terem passado quase cem anos:

"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta."

Segundo o Dicionário Michaelis:
estúpido. es.tú.pi.do. adj (lat stupidu) 1 Que revela estupidez; falto de inteligência, de juízo ou de discernimento. 2 Que causa tédio, que aborrece: Trabalho estúpido. 3 Med ant Entorpecido, insensível. 4 Bruto, grosseiro, indelicado. Antôn (acepção 1): inteligente; (acepção 4): delicado. sm 1 Indivíduo estúpido, falto de inteligência. 2 Indivíduo indelicado, brutal.

O ser humano é um estúpido. Aprende um pouquinho de cada vez, a duras penas, mas continua a fazer besteiras, uma atrás da outra. E todos nos incluímos nessa “salada”. Alguns estão na beira da travessa, enquanto outros estão profundamente misturados.

Quer um exemplo?
Já percebeu que, nas festas, nos bailes, na rua, onde for, as pessoas param para conversar no local mais estreito (portas, corredores, escadas, entre a parede e o poste ou a árvore), onde o fluxo dos demais fica mais prejudicado? E que todo mundo tem que ficar pedindo licença, ou desviando? E que apesar disso, ninguém se toca e sai dali?
Eu não tenho dúvidas:
- Gente, vocês não perceberam que estamos atrapalhando aqui? Vamos mais para lá?
- Ah! É verdade! Sabe que eu não tinha percebido? Dãã!!
- Nem eu... Dããããã!!
- É, mas eu percebi. Vamos! Vamos!

Olhares de alívio ao redor... E fluxo normal de passagem.

Quer outro exemplo? Lá vai!
E no supermercado, então? Carrinho abandonado exatamente no meio do corredor é a coisa mais normal (para a grande maioria). E quando as duas amigas se encontram? Obviamente, cada uma com seu carrinho, com bolsa, celular(es), e tudo o que tem direito, um ao lado do outro, mal dando para uma pessoa (magra) passar de lado no espaço que sobra:
- Menina, há quanto tempo!
- É mesmo! Como vai?

E a outra, chata, resolve contar em detalhes como vai... Para elas, o mundo ao redor torna-se uma coisa distante, etérea, difusa. As necessidades dos outros? Os outros? Que outros? E os carrinhos lá, parados, esperando, ocupando quase todo o corredor.
E você, com um monte de coisas nos braços, ou com o seu próprio carrinho, tem que dar a volta pelo corredor do lado...
E vai tentar por a mão no carrinho para abrir um vãozinho para passar... Ou se atrever a interromper a "importante" conversa, com um singelo pedido de "Com licença". Já percebeu o ódio e o desprezo em ambos os olhares, que se voltam fulminantes para você? Como esse ser desprezível tem a ousadia de tocar no que é meu, de me interromper e de invadir o meu espaço?

Ficou incomodado? Já aconteceu com você? Já esteve numa situação dessas?
Não está na hora de começar a aprender alguma coisa? Já estamos bem grandinhos...
Pois bem, lembre-se: se minhas ideias servirem para alguma coisa, estarei satisfeito. Sair da zona de conforto, nem que seja por alguns instantes, já é um princípio, um pequeno passo para que saiamos da mediocridade, dessa estupidez crônica que assola a humanidade.

Um olho no bolso, e o outro na pista

Vai viajar no interior de SP? Fique atento!

Na Folha de SP:
link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u720862.shtml
15/04/2010 - 03h03
Rodovias do interior de SP ganham mais 30 radares

Como se não bastassem os inúmeros pedágios, ainda tem os radares (fixos e móveis).
É o preço pago pelas rodovias em condições um pouco melhores para trafegar.
Não corra. Saia um pouco mais cedo...

A Caverna do Diabo e os buracos

No site do Globo, hoje:

Depois de 2 anos
Cavernas do Vale do Ribeira, em SP, ganham plano para turismo sustentável
no link: http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/04/14/cavernas-do-vale-do-ribeira-em-sp-ganham-plano-para-turismo-sustentavel-916339326.asp

Conheci a Caverna do Diabo lá no começo da década de 70. A região era (e ainda é) de difícil acesso. Literalmente, um buraco. Foi um passeio que valeu a pena. Não havia guias turísticos, nem planos mirabolantes de controle de acesso, sinalização, coisas assim.
Na época, era moda tirar slides (os chamados diapositivos), além de fotos, é claro.
Na volta, a tradicional reunião para mostrar a viagem. Os amigos dos meus pais na sala, luzes apagadas, projetor ligado, as várias caixas com os slides na sequência, muitas risadas com as histórias pitorescas, os petiscos... Caramba! Quanto tempo se passou...
Felizmente viajamos muito pelo Brasil nas décadas de 70 e 80. Conhecemos mais da metade do país. Toda a região Sul, todo o Sudeste, boa parte do Nordeste, boa parte do Centro-Oeste. Um país que ficava distante, sob vários aspectos. Para conhecê-lo, só pondo o pé na estrada.
Hoje, com a internet, com a TV a cabo, com as revistas, parece que está tudo ali, literalmente ao alcance da mão. Bastam alguns cliques de mouse, a ida a uma banca de revistas, ou um controle remoto.
Entretanto, a experiência de viajar, de sentir os aromas, de experimentar os sabores, de ver as paisagens com seus próprios olhos, isso não dá para substituir.
O país de verdade, real, ainda está longe. Neste ponto, pouca coisa mudou. Hoje, apesar de os carros serem melhores e mais confortáveis, os combustíveis não são baratos. Apesar de haver mais estradas, sua conservação não é lá essas coisas. Tem um buraco no meio do caminho. No meio do caminho tem um buraco. Ou mais do que isso...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Para que serve a tiririca?

Não, não é o Tiririca, o humorista (segundo a Wikipedia http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiririca_(artista), seu nome verdadeiro é Francisco Everardo Oliveira Silva, nascido em Itapipoca, no Ceará, em 1º de maio de 1965). Todos nós sabemos para que ele serve.
Falo da tiririca, daquela erva daninha que nasce em qualquer lugar, cujo nome científico é Cyperus rotundus, também conhecida por barba de bode ou junça. É difícil controlá-la, seja por meios mecânicos (traduzindo: pegar a enxada e carpir, ou cavar e revirar a terra), seja por meio de herbicidas (parece que só o Sempra consegue).
Segundo algumas pesquisas que fiz, ela resiste bem a condições adversas, seus tubérculos (também conhecidos como batatinhas) têm alto poder regenerativo, podem estar em profundidades de até 40 cm, e seu número, por m², pode ser de até 4000 unidades.
No meu quintal ainda tem bastante. Luto com ela há algum tempo. Alguém quer uma mudinha?

Somos tal qual clipes

Como o clipe está no nome deste blog, é natural que falemos deste importante insumo empresarial.
Em algum lugar, li que já haviam encontrado mais de uma centena de utilidades para o clipe. Somos tal qual clipes. Temos muitas utilidades, além de deteriorar o planeta, de querer aparecer e de enchermos o saco uns dos outros.
O clipe mantém papéis juntos, para que não se percam. E caso aconteça, perdem-se todos juntos.
Passamos a vida juntando coisas úteis (poucas) e inúteis (muitas), papéis, lembranças, impressões, tristezas e alegrias. Juntando amigos e inimigos.
Você já experimentou deixar um clipe muito tempo preso a um papel? Quando você o retira, fica lá aquela marca de ferrugem. Ou vai junto um pedaço de papel, arrancado por aquela inevitável rebarba de metal.
Penso que também somos assim. Deixamos muitas coisas presas, às vezes por muito tempo. E quando temos que soltá-las, algo fica. Nem que seja a marca. Ou algo se perde, mesmo que não queiramos.

Você já conhece o Scribd?

Ele está no link: http://www.scribd.com/
Neste site pode-se acessar milhares de documentos, revistas, livros, trabalhos acadêmicos. As buscas podem ser feitas por meio de palavras-chave, expressões, por língua, por temas, além de outros filtros. Também pode ser usado para disponibilizar seus textos na internet, pela ferramenta de "upload".
Basta um cadastramento, que é rápido e fácil. A desvantagem, se é que se pode usar este termo, é que ele está em inglês.
Vale a pena conhecer.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Doutor (?), olha aí o novo código de ética!

13 de abril de 2010
Manchete da Folha de São Paulo:
Começa a valer nesta terça-feira o novo código de ética médica.
Notícia no link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u720032.shtml
Manchete no Estadão:
Novo Código de Ética Médica veta terapia inútil em doente terminal.
Notícia no link: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100412/not_imp537056,0.php

Tudo muito louvável. A atividade médica precisa ser regulamentada.
Por todos os cantos do país se ouve a expressão “a máfia de branco”. Cabe aos médicos reverter este quadro.
E precisamos ficar atentos ao cumprimento de mais uma regra imposta a um segmento profissional. Como se não bastasse termos que observar e cumprir milhares de códigos, leis, decretos, decretos-leis, medidas provisórias, instruções, portarias, resoluções, ainda temos que vigiar os outros.
Resta saber se esse código de ética “vai pegar”... A começar pelas famosas receitas ilegíveis. No Brasil, como muita gente sabe, há leis que pegam, e leis que não pegam.
Reza a lenda que um estudante de medicina, quando entra na faculdade, pensa que é Deus. Quando sai, tem a certeza.
E ainda tem aquela famosa lenga-lenga: assim que pega o diploma de bacharel, o novo médico logo vai colocando o título indevido antes do nome: Doutor Fulano. Um pouquinho de humildade é bom. Mal sabe diagnosticar uma tuberculose (como se pode ver pelos resultados dos exames feitos com os recém-formados), e já se acha um renomado doutor...
Neste país de analfabetos funcionais, nunca é demais lembrar: doutor é quem tem doutorado, ou seja, estudou, cumpriu todos os créditos, escreveu e defendeu uma tese de doutoramento perante uma banca, sendo tal tese aprovada. Depois, seu diploma deve ser registrado para ter validade. Diploma sem registro não vale. Acrescente-se que este é um título acadêmico.
O mesmo vale para advogados...
Ah! País dos doutores!

O muro, este lugar confortável

Muito do que estará aqui poderá chocar, poderá incomodar, fazendo o leitor pensar que sou insensível, duro, chato, mas todos temos o direito de pensar, e também de nos expressar. E gostaria que essas minhas expressões fossem, pelo menos, um ponto de saída da zona de conforto (vamos voltar ao tema mais à frente), para que pensemos sobre nosso posicionamento perante muitas questões atuais.
Por um lado, se o leitor achar que estou totalmente errado, paciência... Mas que pense, que se questione, que busque informações, que forme sua opinião. Enfim, que ele se posicione. Que não fique em cima do muro.
Por outro lado, se achar que tenho razão, que aquele meu ponto de vista é aceitável, que também tome posição.
O que não podemos é simplesmente pegar uma ideia e engoli-la, sem questionamentos, ou receber um e-mail e repassá-lo, sem saber se o que está escrito é sequer coerente, aceitando-os como verdade absoluta.
Lembre-se: a informação é o primeiro passo para o conhecimento.

Os clipes em seu devido lugar

Este blog nasceu de um sonho, e de uma necessidade fisiológica.
Não que eu tenha sempre sonhado em ser um escritor, ou blogueiro. E nem que eu sinta uma necessidade em por no papel ou na internet sentimentos, pensamentos e afins.
Certa noite (na madrugada de 30/04/2009, há quase um ano, portanto), eu estava sonhando com uma estante grande, bem organizada e, dentre vários livros, peguei um com muitas de suas páginas marcadas com clipes.
Abri o mesmo e comecei a folheá-lo, lendo passagens aleatoriamente. E notei que cada clipe colorido marcava páginas cheias de anotações. E os muitos papéis avulsos e fotos não estavam soltos entre as páginas, pois cada clipe estava em seu devido lugar, prendendo-os.
Então, quando a leitura estava interessante, acordei. No relógio, cinco e quinze da manhã. A necessidade fisiológica se impôs. Precisava ir ao banheiro. Ninguém mandou beber muita água antes de dormir. Ao voltar para a cama, aquela imagem e a frase ficaram na minha mente: “os clipes em seu devido lugar”. E muitas imagens, recordações, impressões, começaram a brotar. Não dormi mais, pois a cabeça estava a mil por hora.
Daí a começar a escrever, foi um passo. Entretanto, muita coisa neste último ano não foi para o papel, ou para o computador. Falta o costume. Tenho que me policiar, e gastar um tempo para escrever.
Mas só agora, depois que uma amiga montou um blog e me contou que o fez, é que pensei seriamente na ideia. E aqui está o resultado.
Se vai durar? Bem, só o tempo dirá. Depende da vontade de escrever, e da paciência de vocês, que vão ler e ter de me aguentar.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bem-vindos ao meu blog

Este é o início das atividades do blog "Os clipes em seu devido lugar".
Um espaço para tratar de muitos assuntos, tais como política, filosofia, psicologia, esportes, cotidiano, enfim, de tudo um pouco.
Espero que a convivência neste espaço seja proveitosa para todos os que o visitarem.
Em breve vamos começar a discutir. No bom sentido, claro.
Afinal de contas, somos pessoas civilizadas. Ou não somos? Eis aí um ponto para pensar, e vamos voltar ao tema, em breve.

Até de repente!