Obrigado pela visita, e volte sempre que quiser!

Pesquisar este blog

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A praga do telemarketing

Se você ainda não passou por uma dessas, certamente vai passar.
Depois dizem que o chato sou eu...

- Gê, telefone para você.
- Pode passar... Alô, pois não?
- Senhor, para sua segurança, esta ligação está sendo gravada. Um instante, que um dos nossos consultores vai falar.
- Tudo bem.
Alguns segundos depois, lá vem aquela voz padronizada, sem entonação, com sotaque indefinido, capaz de causar algo próximo a enjoos depois de alguns minutos:
- Senhor Fulano, aqui é a Beltrana, do Grupo Itaú, em associação com o Banco Ford. Em quinze dias, depois de aprovada a sua proposta, o senhor receberá seu cartão de crédito, que tem a vantagem...
- Espera aí! Que cartão é esse? Eu não fiz e nem recebi nenhuma proposta. Já tenho outros cartões, e não estou interessado. Estou querendo é cancelar alguns deles.
- Mas o que impede o senhor de conhecer a proposta do cartão...
- Eu não estou interessado no cartão.
- Mas o que impede o senhor de conhecer a proposta do cartão...
Em pensamento: caramba, é a segunda vez que ela começa a frase assim. Deve estar lendo o script à risca.
Já começando a ficar irritado:
- Moça, vamos poupar o seu tempo e o meu tempo. Eu não estou interessado no cartão.
- Mas qual o motivo? O que impede o senhor de conhecer a proposta do cartão...
Pela terceira vez a frase feita... Desta vez, bastante irritado:
- Que parte da frase "Eu não estou interessado no cartão" você não entendeu, moça? Quer que eu desenhe? De novo: eu não estou interessado no cartão.
- O senhor tem carro?
- Sim, tenho um Ford. Mas o que isso tem a ver? Eu não estou interessado no cartão.
Eu já sabia, pois esta "oferta" de cartão já havia sido feita há algum tempo... E eu já tinha recusado.
- Este cartão tem a vantagem...
- Eu não estou interessado no cartão, moça.
- Mas o que impede o senhor de conhecer a proposta do cartão...
Já perdendo as contas de quantas vezes tinha ouvido esta maldita frase, beirando um ataque de nervos, e em voz alta, expandindo as sílabas:
- Quero que fique registrado aí no seu sistema de gravação, para a minha segurança: eu não estou interessado no cartão.
- Mas o que impede o senhor de conhecer a proposta...
Cansei de esbravejar e desliguei, puto da vida e mais estressado do que já estava...
Será que estávamos falando línguas diferentes?
Será que a frase negativa não havia ficado clara o suficiente, depois de tantas repetições?
Será que quem trabalha em telemarketing passa por algum tipo de lavagem cerebral, ou sofre de algum tipo de deficiência auditiva ou mental que o impede de ouvir palavras como "não", "cancelamento", "desistência", "reclamação" e assemelhados?
Este serviço até pode ter sua serventia, mas certamente é uma porta aberta para a sublimação da estupidez humana.
Eis aí uma boa praga para rogar em seus inimigos: que eles sejam importunados diariamente por dezenas de operadores de telemarketing descerebrados e insistentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário