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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ela chegou de repente...

Ela chegou de repente, de madrugada.
Fez-se anunciar invadindo e batendo portas, derrubando e espalhando folhas pelo chão.
Acordou toda a casa.
Derrubou alguns vasos, agredindo algumas plantas. Que teriam elas com isso? Elas pareciam apenas ansiosas...
Rosto rubro. Ou seriam tons de laranja-pálido? Não sei dizer ao certo.
Sibilou, entre dentes, um sussurro às vezes agudo, às vezes grave.
Levantei-me e saí, meio ressabiado.
Vi tudo quieto. Suas marcas ainda estavam por lá. Não, não foi um sonho.
Tumultuou, assustou e desapareceu.
Ou teria ficado, mas não notei, vencido que fui pelo sono?
Voltou pela manhã.
Chegou quieta, mas com semblante escurecido. Seria vergonha pela noite anterior?
Ficou rondando, como que à espreita.
Parecia não saber ao certo o que queria, ou o que iria fazer.
Talvez não soubesse bem como agir, pelo tempo que permaneceu longe de nós.
Há alguns dias, disseram-me não acreditar que viria tão cedo.
Outros, que já era para ter chegado. Disseram até duvidar de que ela viria, mesmo.
Só sei que ela chegou. Tímida, é certo. Ainda meio sem jeito.
Enfim, deu o ar de sua graça.
Apesar de tudo, já estava com saudades.
Espero que fique mais um tempo.
Mas só molhou o asfalto, depois de tê-lo sujado.

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