Obrigado pela visita, e volte sempre que quiser!

Pesquisar este blog

sábado, 31 de julho de 2010

Cena urbana normal? - 2

Sábado, por volta das 10h00, sol e brisa suave. Como minha mulher foi com o carro para a aula de massas, aproveitei a manhã agradável para caminhar até a lotérica e fazer a minha “fezinha”.
Estava a três quarteirões de casa, e notei que um Gol, cor de vinho, provavelmente ano 94 ou 95, bem conservado, passou por mim. Não vi quem estava dirigindo. Ele seguia pela direita, em velocidade compatível com a via, tudo como manda o figurino. Até aí, tudo normal.
Preocupado em não torcer o pé num dos muitos buracos da calçada, ouvi um barulho de moto acelerando, e depois um arrastar de pneus. Preparei-me para ouvir, logo a seguir, o som característico da batida.
Nada.
Olhei para a esquina seguinte e vi o Gol parado, e uma motocicleta passando espremida, cambaleando, por entre o carro e a calçada do lado direito da rua, na contramão. Ela veio da rua transversal, pelo lado errado, e quis fazer a curva pelo lado de dentro. Pelo barulho que ouvi da aceleração, seu condutor não tinha a intenção de respeitar o Pare. Deparou-se com o carro, que estava trafegando corretamente, na via preferencial.
Pilotando a moto, um homem, bastante fora do peso ideal, com camiseta sem mangas, braços cobertos de tatuagens, capacete preto, com a viseira aberta. Fez uma manobra irregular, olhou para trás, na direção do Gol, que já havia retomado seu caminho normal. Ameaçou retornar, balançou a cabeça, desistiu, e passou por mim acelerando, com cara de poucos amigos, mostrando contrariedade. Ouvi-o virar na rua de trás, novamente acelerando.
Continuei minha caminhada, pensando na situação que acabara de presenciar. O motorista do carro estava certo, pois ia pela via preferencial, e em velocidade adequada. Dirigia tranquilamente, pois não parecia ter compromissos naquele momento. O motociclista estava errado, por trafegar pela esquerda, por não respeitar o Pare, e pelo excesso de velocidade. Estaria atrasado? Ou nervoso? Ou estaria simplesmente querendo correr?
O que me deixou um pouco intrigado foi sua intenção de voltar para, supostamente, discutir com o pobre motorista. Mesmo estando errado.
E o pior de tudo: cenas urbanas como essa estão se tornando corriqueiras.
Este é apenas um exemplo, bem simples, do caos que está se tornando nosso trânsito, agravado pelas atitudes incoerentes do mais estúpido dos seres sobre a face da Terra.
Eu não me canso de bater nesta tecla...

Nenhum comentário:

Postar um comentário