Obrigado pela visita, e volte sempre que quiser!

Pesquisar este blog

domingo, 11 de julho de 2010

Mais uma vez, um tema domina a mídia

Nos últimos dias, um tema dominou a mídia por completo: a Copa do Mundo. Só arrefeceu graças ao fiasco da seleção brasileira nos gramados africanos. Já disse e repito: o baque sofrido pelos brasileiros foi necessário e salutar. O ufanismo, que é o patriotismo em excesso, pode levar a algumas situações meio vexatórias e preocupantes. Mas esta é uma outra conversa.
A campanha política começa a esquentar, e também terá sua oportunidade de dominar a mídia. Mas ainda vai demorar algum tempo para isto se consumar.
Para ocupar este hiato, um fato veio bem a calhar: o caso do goleiro do Flamengo.
Já notaram que começou como nota de pé de página, e agora ocupa horas e horas da programação, em praticamente todos os canais?
É impossível assistir qualquer telejornal, sem que pelo menos dois blocos sejam destinados a esmiuçar dados, fatos, estatíticas, entrevistas, laudos, imagens, opiniões, versões, reportagens, teorias, casos semelhantes ou parecidos, ou qualquer outra coisa que tenha relação ou vinculação com os envolvidos.
O que tenho notado, neste e em casos anteriores, é uma verdadeira espetacularização do fato, sob a desculpa de se ter a necessidade de levar a informação ao telespectador/cliente/consumidor, de maneira rápida e supostamente completa.
E as autoridades também têm sua parcela de culpa.
Dou o exemplo, pois está bem claro na memória de todos. Vi porque quis saber até onde a situação iria: ontem, quando os acusados foram levados para a penitenciária, já estavam devidamente vestidos com seus uniformes vermelhos. Estavam dentro do prédio, e seriam conduzidos aos veículos para o transporte. Tais veículos estavam afastados vários metros da saída, com as portas traseiras abertas.
Os três tiveram que caminhar, sob escolta armada até os dentes, e sob os flashes das câmeras, do prédio até os carros. E o goleiro teve que andar mais ainda, pois o seu carro era o primeiro da fila. Mais período de exposição, mais histeria dos repórteres, mais comoção e, consequentemente, mais audiência.
Faço agora as perguntas básicas: os carros não poderiam ficar mais próximos, já naquele recuo do prédio? Para que aquele espetáculo forjado? E para que aquela histeria dos repórteres? Eles não sabiam que nenhum deles falaria? Para que gritar, e implorar que eles dissessem alguma coisa?
Eu sei, eles ganham para isso, e são orientados para agir assim. Mas é uma estupidez, e ninguém pode dizer que não é.
Eu também sei que o "público" gosta. Mas, por favor, "me incluam fora dessa".
Mais uma vez, um tema domina a mídia. E sinto dizer que não será o último.

Nenhum comentário:

Postar um comentário